O Botafogo não teve atuação brilhante contra o Confiança, na noite da última quarta-feira, no Nilton Santos, mas nesta altura do campeonato o mais importante é o resultado, ainda mais para um time que vive contagem regressiva para o acesso. A vitória por 1 a 0 foi um prêmio pela paciência e capacidade de se reinventar a partir das substituições no segundo tempo.
O Botafogo entrou em campo sem o destaque da temporada. Em recuperação de torção no tornozelo, Chay fez muita falta ao time de Enderson Moreira, que perdeu em aproximação e transição. O meio-campista, mesmo quando não joga bem, se entrega e ocupa todos os espaços. A opção do técnico foi escalar Luiz Henrique, mas o meia não ofereceu opções para os colegas, e a equipe perdeu em dinamismo. Foi o pior em campo.
Não só a opção por Luiz Henrique prejudicou o Botafogo. Enderson trocou os dois pontas, dando nova oportunidade a Ronald e voltando com Marco Antonio. O primeiro, que não havia sido titular depois da cirurgia no tornozelo, não teve fôlego pra aguentar o ritmo. O segundo funcionou mais como um meia, ajudando Luiz na construção por dentro, enquanto Hugo preenchia o lado esquerdo do ataque.
A ideia de ir à frente com cinco homens mais avançados funcionou num primeiro momento. Com o Confiança postado atrás, o Botafogo ficou mais com a bola, pressionou o adversário e conseguiu três finalizações nos primeiros 20 minutos. A melhor chance da etapa inicial aconteceu aos 14, com Marco Antonio desperdiçando chute após lançamento de Pedro Castro.
Mas a falta de inspiração falou mais alto. Luiz Henrique e Marco Antonio tiveram dificuldades de construir o jogo, e Pedro Castro não esteve em boa noite. O time perdeu o ritmo inicial e terminou os primeiros 45 minutos com apenas cinco chutes a gol. O Botafogo não agrediu, mas também não sofreu. As chances criadas pelo Confiança não levaram perigo a Diego Loureiro.
Se Enderson errou na proposta inicial, o treinador acertou na mudança de postura que o Botafogo apresentou no segundo tempo. Ele até insistiu na escalação nos primeiros minutos da última etapa, mas o jogo truncado e a dificuldade de sair jogando fez o professor substituir.
Com mudanças simples, voltando com Warley e Diego Gonçalves para as pontas, o Botafogo passou a explorar melhor as laterais. Mas foi outra substituição que acertou o que o time mais precisava na partida: Oyama substituiu o amarelado Barreto, que inclusive está suspenso para o clássico, e fez o que Luiz Henrique não conseguiu nos 60 minutos em campo.
O volante foi peça chave para a vitória alvinegra. Oyama melhorou a intensidade e movimentação do meio-campo e passou a ser o cara da transição, fazendo as ligações com o ataque. Do camisa 5 saiu a bola que encontrou Warley na ponta direita e, posteriormente, foi cruzada para a finalização de primeira de Diego Gonçalves. O atacante, que vinha sendo questionado, preciso apenas de um chute para marcar seu sexto gol pelo Botafogo.
Jogadores do Botafogo comemoram vitória sobre o Confiança — Foto: André Durão/ge
Gol que deu tranquilidade para o Botafogo terminar o jogo. O time criou chances para ampliar o resultado, mas faltou eficiência na conclusão. No fim, o Confiança ainda colocou uma bola na trave para não deixar faltar emoção aos mais de quatro mil torcedores que compareceram ao Nilton Santos.
A festa da torcida, vale dizer, foi um show à parte na 33ª rodada da Série B. Os alvinegros participaram bastante das arquibancadas, mesmo em noite pouco inspirada do time. No fim o alívio de mais uma vitória: agora faltam quatro pontos em cinco jogos para atingir 63 – pontuação que garantiu o acesso nas últimas 15 edições do campeonato. A começar pelo clássico com o Vasco, às 16h do próximo domingo, em São Januário. (Globo Esporte)