O cidadão Jair Messias Bolsonaro tem todo o direito de recusar a vacina contra covid-19, como, aliás, tem insistentemente feito e propagado. Afinal ela não é obrigatória no Brasil, pelo menos por enquanto.

 

Mas, como Presidente Jair Bolsonaro não teria o dever de estimular os cidadãos a buscarem a imunização, diante do sucesso dela no mundo inteiro? Por certo o cidadão após ter sido eleito presidente do Brasil, precisa abrir mão de alguns direitos individuais em favor de vantagens coletivas. Ou é possível, em sã consciência, desacreditar dos benefícios das vacinas para os animais, entre eles esses bípedes orgulhosos que se autodenominam sapiens?

Será que o presidente que estimula seus governados a recusarem a vacina através do exemplo próprio, desacredita de todos os imunizantes ou somente implica com este da covid? Se não crê na eficiência de todos os outros, certamente não levou aos postos de saúde os seus quatro zeros e a filha caçula para se prevenirem de varíola, paralisia infantil, tuberculose entre as quase vinte doenças infantis que são cobertas por vacinação no Brasil.

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Mas se ele os levou, e, portanto, acredita no poder preventivo desses fármacos, o que justificaria colocar-se contra a vacina da covid, principalmente depois que ela provou, na prática, ser eficiente em todos os países do mundo onde está sendo usada.

 

Já vi pessoas – emulando seu líder maior – combatendo a vacina da covid e ao mesmo tempo imunizando seus cachorrinhos de estimação. Vi também pecuaristas que nunca se esquecem de vacinar seu gado contra febre aftosa, carbúnculo, raiva etc, seguindo o exemplo do mito quando chega a vez vacinar-se contra a covid.

Todos nós – urbanos e rurais – vacinamos nossas galinhas, porcos, bois, cachorrinhos e gatinhos de companhia, certos de que somente assim estarão protegidos de algumas doenças perigosas.

Todos nós – urbanos e rurais – levamos religiosamente nossos filhos aos postos de saúde seguindo um calendário de vacinação pré-definido até que, aliviados, preenchemos toda a caderneta que nos é entregue na saída da maternidade.

Todos nós – urbanos e rurais –sabemos que as vacinas são desenvolvidas com tecnologias há muitos anos dominadas e sempre aperfeiçoadas e é, talvez, a mais importante arma até hoje desenvolvida para diminuir a mortalidade infantil e prevenir doenças nos adultos.

No Brasil, historicamente, é muito pequena a rejeição às vacinas, diferente dos Estados Unidos, por exemplo, onde o povo tem restrições. Em São Paulo 100% dos adultos tomaram a vacina e no Rio, 99,8%.

A despeito da torcida contra e da ação de desestímulo do Bolsonaro, estamos alcançando ótimos índices de vacinação e de sucesso contra a doença. Em pouco tempo venceremos esta pandemia, e também em breve – através das urnas que ele abomina – o povo dará sua opinião sobre a (i)responsabilidade presidencial no combate à covid.

Entre muitas coisas ilógicas do Presidente, duas me impressionam exageradamente: a) o que alimenta seu interesse mórbido de expor pessoas ao risco de adoecer, negando a eficiência da vacina e a necessidade de prevenção? b) o que o leva a prezar tanto os evangélicos, a ponto dessa crença ser credencial para ocupação de ministério, se o catolicismo é majoritário no País?

 

*RENATO DE PAIVA PEREIRA   é empresário e escritor em Mato Grosso.

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