O ex-secretário municipal de Saúde, Huark Douglas Correia, entregou em sua colaboração premiada junto ao Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) uma lista de indicação políticas para que o prefeito afastado Emanuel Pinheiro (MDB), contratasse para a sua primeira gestão.
No documento de maio de 2017, mais de 60 nomes foram indicados por vereadores, deputados, secretários, servidores do TCE-MT e presidente de associações de bairros.
A lista faz parte das provas que embasaram a Operação Capistrum, do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) e Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrada na última terça-feira (19), e que culminou no afastamento de Emanuel Pinheiro (MDB) e a prisão do seu chefe de gabinete, Antônio Monreal Neto.
Os ofícios eram encaminhados como ‘Carta de Recomendação’ ou ‘Carta de Apresentação’ encaminhado ao então secretário-adjunto de Governo e Relações Institucionais, Oséas Machado, pela então secretária de Saúde, Elizeth Elizeth Lúcia de Araújo.
“Senhor secretário, cumprimentando-o, e considerando as providências necessárias quanto ao encaminhamento das solicitações advindas da Câmara Municipal de Cuiabá”, inicia o documento.
O ex-vereador Drº Xavier (PTC), que não conseguiu reeleger tinha feito 22 indicações. O vereador Adevair Cabral (PTB), aparece com 13 indicações. Outro que engrossa a lista é o vereador licenciado Renivaldo Nascimento (PSDB), atualmente secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano.
Na lista também aparecem deputados estaduais, alguns na época, ainda eram vereadores, como Allan Kardec (PDT), Paulo Araújo (PP) e Elizeu Nascimento (DEM-PSL). Também figuram na relação o deputado Eduardo Botelho (DEM-PSL) e Sebastião Rezende (PSC). Secretários municipais e adjuntos de outras pastas também faziam indicações para a Saúde no município.
De acordo com as investigações, as indicações políticas para contratar comissionados eram classificadas como ‘canhão político’ pelo prefeito. Os contratados ainda tinham direito ao benefício do ‘Prêmio Saúde’, que pagavam até R$ 6 mil a mais para os comissionados.
Na maioria dos casos, os contratos temporários era na área meio, ou seja, mais nas áreas administrativa do que contratação de enfermeiros e médicos.