Em tempos de pandemia ou não o professor continua sendo a peça-chave para a melhoria da qualidade da educação. A professora do Ensino Fundamental, Rosana Cristina de Andrade é a prova disso. Há 21 anos na rede pública municipal de ensino, ela falou a sobre suas experiencias e aprendizados em um momento tão difícil como o da pandemia e mostrou que dedicação e criatividade fazem a diferença numa gestão humanizada, que valoriza os profissionais da educação.
“Minha primeira escola foi a EMEB Darcy Ribeiro onde fiquei por cerca de três anos. Lá fui professora e coordenadora. Logo depois vim para a EMEB Profª Joana Dark da Silva. Quando a pandemia chegou, o sentimento foi de medo e angústia. Não estávamos preparados para uma mudança tão grande, que nos obrigou de uma hora para a outra ficar em casa. Então tivemos que nos reinventar e hoje vejo tudo isso como uma vitória para todos os profissionais da educação”, disse ela.
Rosana lembra da insegurança que sentiu, mas disse que o apoio e o olhar diferenciado da gestão, fortaleceu os profissionais para que pudessem enfrentar os desafios. “Com o apoio da equipe da Secretaria de Educação e do prefeito Emanuel Pinheiro, que sempre teve um olhar humanizado para com os profissionais da educação, buscamos encontrar novas formas de garantir o direito de aprendizagem dos nossos estudantes. Por meio da formação continuada em webnários e palestras, recebemos a capacitação para entendermos esse novo momento e assim, novas formas de dar aula”, disse ela.
A professora que tem uma grande experiência com alfabetização contou que desde o início da pandemia teve uma grande preocupação em estar o mais próxima possível de seus alunos. “Gravei as aulas e falava diretamente com meus alunos por meio do WhatsApp, e também com os pais, por meeting. Por um tempo utilizei o notebook, depois o celular e mantive a rotina da sala de aula, com aulas diariamente, das 7 às 11 horas, com atividades pedagógicas e acompanhamento dos estudantes. O atendimento foi difícil no início, mas com a rotina e o apoio dos pais, superamos”, disse Rosana.
Com 53 estudantes divididos nos dois períodos, a professora contou que as dificuldades de acesso à internet, para algumas crianças, foram superadas com atividades físicas e material estruturado. “Tenho um aluno que mora em uma aldeia e outros em chácaras. Nesse caso as atividades eram levadas pelos pais, junto com aulas gravadas e quando eles [pais] vinham para a cidade, traziam as tarefas. Foi uma luta, passamos por situações complicadas e, não estávamos preparados para uma mudança tão drástica. É uma situação diferente, mas foi a forma que encontramos de atender nossas crianças e, em nenhum momento, deixamos nossa missão de lado. Com o uso da tecnologia continuamos buscando a excelência e tivemos resultados positivos. Temos crianças que estão lendo e aquelas que encontraram alguma dificuldade estão sendo atendidas”, disse ela.
Rosana contou que a formação continuada e o entendimento sobre o uso da tecnologia ajudaram muito.
E, novamente, uma mudança, as aulas presenciais, com distanciamento e medidas de segurança. “Foi difícil para todos, queríamos abraçar, depois de tanto tempo afastados fisicamente. Mas, tudo isso é um aprendizado, para professores e para os estudantes”, disse a professora.
Na nova rotina, Rosana continua gravando suas aulas e mandando para os estudantes que permanecem recebendo em atividades remotas. “Se eu tenho que reaprender estou disposta. Ser professor é isso, aprender diariamente. Voltar as atividades presenciais está sendo positivo para todos e, o conhecimento sobre as inúmeras possibilidades de um novo mecanismo tecnológico, só reforça o processo ensino aprendizagem dos nossos estudantes. É o novo, e temos que estar preparados para isso”, disse ela.