Cerca de 10 mil pessoas foram testemunhas oculares daquilo que jornalistas e analistas têm falado há algumas semanas: o Corinthians vive um novo momento em 2021. Um momento especial.

Se a distância de 12 pontos para o Atlético-MG (que tem dois jogos a menos) torna a luta pelo título muito difícil, o Timão ao menos se coloca rodada após rodada como um dos favoritos a ficar com uma das vagas diretas na fase de grupos da Libertadores.

Diante do Bahia, nesta terça-feira, no jogo que marcou a volta parcial da torcida à Neo Química Arena, o Corinthians manteve a escrita de nunca ter perdido para o clube baiano no local e fez 3 a 1, de virada, após sair atrás.

É claro que a expulsão de Lucas Araújo no fim do primeiro tempo, no lance do pênalti convertido por Róger Guedes, facilitou o caminho para que o Timão construísse seu resultado. Mas é fato também que o Corinthians foi superior por quase 90 minutos, cedendo o gol ao Bahia num erro de Lucas Piton.

Nos 90 minutos, foram 21 finalizações a três. Nos 45 minutos iniciais, havia finalizado 10 contra duas.

Com Piton na lateral na vaga de Fábio Santos, poupado, o Corinthians foi a campo com o desenho 4-1-4-1 que já é conhecido. No meio, Cantillo, Renato e Giuliano iniciavam as jogadas e aceleravam a transição ofensiva contra um Bahia fechado.

Na frente, GP encarava Juninho Capixaba pelo lado direito, Willian fazia duelos pela faixa esquerda e, como referência, Róger Guedes ficava por dentro, mas com liberdade para flutuar por todo o ataque.

De pênalti, Róger Guedes fez o primeiro do Corinthians contra o Bahia — Foto: Marcos Ribolli

De pênalti, Róger Guedes fez o primeiro do Corinthians contra o Bahia — Foto: Marcos Ribolli

Bastante móvel, o Timão foi enfileirando ataques. Renato Augusto, na grande área, perdeu boa chance. Tudo ia bem até Piton agarrar Gilberto na área, e o árbitro checar no VAR para dar pênalti.

Ao sofrer o gol, muitos jogadores experimentaram pela primeira vez a sensação de ouvir a torcida cantar na dificuldade. O coro da Arena ficou mais alto, o jogo foi reiniciado, e o Timão seguiu com o domínio das ações. Até conseguir o empate, também de pênalti, na reta final da primeira etapa.

Com Willian com dores e um jogador a mais, o Corinthians voltou a campo com Jô na referência. GP, que na reta final do primeiro tempo havia trocado de lado, voltou para a direita. Róger Guedes ficou à esquerda. E o Corinthians seguiu com amplo domínio, amassando o Bahia e fazendo o 3 a 1.

Como destaque, mais uma atuação madura de Gabriel Pereira em meio aos veteranos. O garoto chamou a responsabilidade, iniciou boas jogadas e deu três finalizações. Dentre os reforços, Giuliano foi quem jogou melhor em Itaquera. O camisa 11 dominou o meio e criou boas chances.

Outro fato a se destacar neste momento de dez jogos de invencibilidade é que os jogadores que saem do banco estão sendo decisivos nas partidas. No Dérbi, Vitinho entrou e iniciou a jogada do gol da vitória. Contra o Bragantino, Mosquito entrou para empatar o jogo. Já no jogo contra o Bahia, foi Jô quem deixou qualquer vaidade de lado para, numa boa atuação, deixar sua marca outra vez.

Um time vencedor, afinal, se constrói com um elenco forte. Sylvinho já achou seus 11 ideais e agora precisa fazer ajustes pontuais de acordo com os jogos, administrando o desgaste e o risco de lesões. Hoje, porém, ele ainda pode olhar para o banco e ver opções capazes de mudar um jogo.

Os dias estão mais bonitos para o torcedor do Corinthians. E, agora, ele poderá ver tudo de pertinho. (Globo Esporte)