O Palmeiras ainda é o vice-líder do Brasileirão, mas a cada rodada que passa o time fica mais longe da disputa pelo título. Agora a dez pontos do Atlético-MG e só um à frente do Flamengo, que tem dois jogos a menos, o time de Abel Ferreira decepcionou no empate em 1 a 1 com o Juventude, no Allianz Parque. A análise é de Thiago Ferri para o Globo Esporte. Confira: 

Depois do êxtase de se classificar para a segunda final de Libertadores consecutiva, o Verdão gerava uma expectativa pelo desempenho em casa. Abel rodou a escalação em relação ao empate com o Galo no Mineirão, e colocou Jorge como titular pela primeira vez.

O camisa 6 foi bem até ser substituído no intervalo, mas com uma função mais defensiva, fazendo a saída de bola com três defensores, junto de Gustavo Gómez e Kuscevic. Wesley assim era o ponta pela esquerda, enquanto Gabriel Menino foi adiantado para alargar o campo do lado direito, com Luiz Adriano e Rony por dentro.

Contra um adversário que já colocaria o Palmeiras em uma situação que não é a sua favorita, de propor o jogo, o gol de Guilherme Castilho logo aos cinco minutos só ampliou a dificuldade.

Em desvantagem no placar, o Verdão jogou sempre em ritmo lento. A bola passava pela primeira linha com Kuscevic, Gómez e Jorge, chegava nas pontas, mas distante da área do goleiro Douglas. Os lances mais promissores não geraram perigo por erros no passe final.

Com o desempenho burocrático, restava ao Palmeiras depender de bolas paradas para empatar. Gustavo Scarpa, que errou no início do lance que gerou a falta do gol do Juventude, não deu o ritmo que se esperava como armador, mas foi novamente perigoso em escanteios e faltas. Veio de um levantamento dele a bola para Danilo empatar.

Danilo evitou a derrota do Palmeiras no empate com o Juventude — Foto: Ettore Chiereguini/AGIF

Danilo evitou a derrota do Palmeiras no empate com o Juventude — Foto: Ettore Chiereguini/AGIF

O escanteio, inclusive, surgiu de uma das poucas vezes em que o Verdão não voltou a bola para seus zagueiros: Gabriel Menino arriscou a inversão buscando Wesley na área do Juventude, e a defesa mandou para fora.

Após o empate, os mandantes subiram um pouco o ritmo, mas as principais chances com Rony não fizeram o Palmeiras virar. O time foi para o intervalo tendo criado muito menos do que se imaginava diante do domínio da posse de bola.

No segundo tempo, Piquerez entrou no lugar de Jorge e inverteu a saída de bola: o uruguaio passou a ser o ponta pela esquerda, Menino se juntou aos zagueiros para fazer a saída de três, e Wesley passou para a ponta direita.

Logo após a troca, o Palmeiras teve dificuldades pelo lado esquerdo da defesa e em duas oportunidades ficou perto de levar o segundo gol. Após isso, o ritmo do jogo voltou ao seu padrão: o Verdão com a bola, lento e sem conseguir passar pela defesa gaúcha no terço final.

As trocas de Abel, também, não surtiram efeito, e a chance mais perigosa foi uma cobrança de falta de Scarpa que acertou a trave. Muito pouco.

A praticamente dois meses da final da Libertadores, o português terá de encontrar formas para trabalhar a concentração de sua equipe em jogos de menos apelo. Já são muitos tropeços em casa neste Brasileirão e uma inconstância que está fazendo ser difícil brigar com o Atlético-MG, que vacila muito pouco no campeonato.

É natural que a decisão no Uruguai mexa com a expectativa de todos no clube, mas resumir o fim da temporada a este jogo será um erro. Há um trabalho a se fazer na Academia de Futebol para evitar que os dois meses restantes do Brasileiro não sejam só o intervalo até a final com o Flamengo. (Globo Esporte)