Para um time que cria, a receita para evitar sofrimentos é simples: aproveitar as chances para “matar o jogo”. E é nisso que o Fluminense de Marcão ainda peca e foi assim que já perdeu oito pontos em partidas que estavam “sob seu controle” neste Campeonato Brasileiro. Diante do Bragantino, com um Luiz Henrique para lá de inspirado, o time abriu 2 a 0 nos primeiros 45 minutos e poderia ter feito mais. Foram 10 finalizações contra só duas do adversário e seis chances de gol.
Além da bola na rede de Fred e do golaço de Luiz Henrique, o próprio garoto perdeu uma oportunidade na área ao chutar para fora ao invés de rolar para Caio Paulista no meio, aos 25. Três minutos depois, foram duas chances no mesmo lance: um chute cruzado de Calegari que bateu na trave, e uma linda finalização de Yago no rebote para defesa de Júlio César. E aos 32 teve ainda um contra-ataque em que Yago ficou no mano a mano com o zagueiro, só que finalizou em cima dele.
Scout – Fluminense x Bragantino
Quesito | Fluminense | Bragantino |
Posse de bola | 47% | 53% |
Finalizações | 16 | 7 |
Chances de gol | 8 | 2 |
Passes certos | 369 | 442 |
Passes errados | 80 | 70 |
Desarmes | 22 | 20 |
Faltas | 11 | 19 |
Impedimentos | 2 | 0 |
Mais um gol e definiria o jogo, praticamente. Mas o Fluminense não fez o terceiro, voltou do intervalo mais uma vez muito recuado e deixou o Bragantino crescer. Antes mesmo do golaço de Helinho, sem chance alguma de defesa para Marcos Felipe, Gabriel Novaes perdeu uma grande oportunidade na bola aérea, no único momento em que Nino e Luccas Claro bateram cabeça. E o Fluminense só voltou a jogar após as entradas de Gabriel Teixeira e Bobadilla.
Mas time desperdiçou grandes oportunidades, muitas errando o último passe — Foto: André Durão
Foi quando saiu o gol de Gabriel Teixeira milimetricamente anulado pelo VAR e mais duas grandes oportunidades: uma com Nonato em chute da entrada da área após corta-luz de Biel, aos 42; e a bomba de André por cima do travessão aos 45. Ao todo, o Fluminense terminou com 16 finalizações e oito chances de gol, contra sete e duas do Bragantino. Mas como não “matou o jogo”, por mais que o adversário não tenha assustado mais, o Tricolor sofreu psicologicamente com receio de repetir o roteiro contra o Cuiabá, quando chegou a abrir 2 a 0 e acabou sofrendo o empate. Só de não ter cometido pênalti depois de três partidas seguidas já ajudou.
Quem segura? Luiz Henrique infernizou a vida dos zagueiros do Bragantino — Foto: Lucas Merçon / Fluminense FC
Marcão precisa encontrar um equilíbrio maior de um tempo para outro. Se com Roger Machado o Fluminense geralmente jogava mais na etapa final, o atual se sai melhor nos primeiros 45 minutos, muito em função do cansaço dos pontas pelo tanto que correm. E uma variação tática pode ser um caminho. Contra o Bragantino, por exemplo, o promissor John Kennedy estava no banco e poderia ter entrado como um segundo atacante junto de Bobadilla, que sabe fazer bem o pivô, deixando Gabriel Teixeira e Arias centralizados. Ou abrir mão de um dos volantes da trinca quando estiver perdendo.
Os jogadores ganharam folga nesta segunda-feira e se reapresentam na tarde de terça no CT Carlos Castilho. Com 32 pontos, o Fluminense segue em oitavo colocado no Campeonato Brasileiro e a um ponto do G-6, zona de classificação para a Pré-Libertadores. O Tricolor terá mais uma semana cheia para treinos e volta a campo no próximo domingo, quando visita o pressionado Santos, que está à beira da zona de rebaixamento, às 18h15 (de Brasília) na Vila Belmiro. (Globo Esporte)