De acordo com as projeções do Espião Estatístico do Globo Esporte, o Cuiabá aparece como favorito diante do Fluminense para o jogo da próxima segunda-feira na Arena Pantanal. Você vai conferir aqui, as chances das demais equipes para a rodada 21 do Campeonato Brasileiro.
A equipe do ‘Favoritismos’ apresenta também o potencial que cada time carrega para a rodada #21 do Brasileirão comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e também nos últimos seis jogos independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro.
Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram os gols marcados em jogadas. Gols olímpicos e cobranças de pênaltis e faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira entre os gols. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 78.707 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.232 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual de cada equipe.
Confira:
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Palmeiras
Apesar de ter conquistado fora de casa contra o Bragantino sua primeira vitória no Brasileirão, a Chapecoense vem alcançando seus gols principalmente com bolas altas, em seis dos últimos dez gols, mas o Palmeiras defende bem seu espaço aéreo, tendo sofrido apenas quatro dos últimos dez gols dessa forma. A Chapecoense é a pior mandante do Brasileirão (0 V, 2 E, 7 D, 7% de aproveitamento), e o Palmeiras é o quinto melhor visitante (4 V, 1 E, 3 D, 54%). Vale destacar que vem crescendo a produtividade do ataque da Chapecoense, como mostra linha preta no gráfico de xG, mas a linha vermelha mostra que a defesa do Palmeiras também está melhor.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Athletico-PR
Este é um jogo com forte potencial para ser decidido a partir de jogadas aéreas. Dos últimos dez gols que sofreram, as duas equipes levaram sete deles após os adversários usarem bolas altas. Dos últimos dez gols marcados, o Athletico-PR fez metade assim, e o Juventude fez nada menos do que oito usando o jogo aéreo, os cinco últimos gols foram com essas jogadas. A vantagem do Athletico-PR é que após uma forte queda, sua defesa vem se recuperando de forma consistente, como mostra a linha vermelha do gráfico de xG. A equipe paranaense é a sexta mandante do Brasileirão (4 V, 3 E, 2 D, 56%), e o Juventude, o sexto pior visitante (1 V, 5 E, 3 D, 30%). A equipe gaúcha sofre por ter o quinto ataque visitante que menos finaliza (média 8,4) e que precisa de 12,7 conclusões para conseguir um gol, 14ª eficiência. Finaliza pouco e mal.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Atlético-MG
A esperança do Sport está em ser a quinta defesa visitante mais resistente a finalizações, com um gol sofrido a cada 15,3 finalizações, só que ao mesmo tempo é a sexta que mais sofre finalizações (13,8), o que é um risco gigantesco ao enfrentar o mandante mais eficaz do campeonato, com um gol marcado a cada 6,6 tentativas. O Atlético-MG tem potencial para fazer dois gols no jogo, mas o Sport não levou gol em três dos últimos quatro jogos fora de casa. O jogo aéreo também embala os sonhos do Sport de surpreender o líder.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Ceará
Como mostram as linhas dos gráficos de xG, os desempenhos defensivo e ofensivo de Ceará e Santos despencaram de forma acentuada. Os dois times estrearam novo técnico na rodada passada. O Santos fez com bolas altas sete dos últimos dez gols, mas também sofreu sete (e dez dos últimos 13). Há potencial para gol aéreo santista porque o Ceará sofreu metade dos últimos dez gols pelo alto. Embora só tenha feito quatro de dez, também pode marcar porque a defesa santista está muito pouco resistente. O Ceará tem o terceiro ataque mandante mais eficaz, com um gol a cada 8,8 tentativas e média de 13,7 conclusões por jogo em casa, sétima marca. Quando visitante, o Santos leva um gol a cada 7,1 finalizações sofridas, a menor resistência visitante entre os visitantes. O Ceará é o terceiro melhor mandante do Brasileirão (5 V, 3 E, 1 D, 67%), e o Santos, o segundo pior visitante (1 V, 3 E, 5 D, 22%).
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Bahia
Mais um jogo com potencial para gol aéreo: dos últimos dez gols sofridos, bolas altas foram usadas em seis contra o Bahia e sete contra o Bragantino. O Bahia fez seis dos últimos dez dessa forma, e o Bragantino, cinco. É de se esperar por um jogo muito disputado, já que o Bahia é apenas o 11º mandante (4 V, 1 E, 5 D, 43%), e o Bragantino, o melhor visitante (6 V, 2 E, 1 D, 74%). Apesar de ter recuperado um pouco do vigor ofensivo nas últimas rodadas, a linha preta do gráfico de xG mostra claramente como despencou a produtividade do Bragantino, que no entanto ainda mantém a quarta melhor média visitante de finalizações (13.6) e a quarta maior eficiência, com um gol a cada 8,1 tentativas. Em casa, o Bahia faz 13,1 finalizações em média (10ª marca mandante) e faz um gol a cada 9,4 tentativas, quarta melhor eficiência mandante e sua produção ofensiva cresce. O problema é a defesa, a mandante menos resistente a pressões, com um gol sofrido a cada 7,2 finalizações. O Bragantino tem a terceira defesa visitante mais resistente a pressões, com um gol sofrido a cada 17,3 conclusões.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Internacional
Adivinha? Sim, mais um jogo com alta probabilidade de ser definido a partir de jogadas aéreas. Cada time sofreu metade dos últimos dez gols dessa forma, o Internacional fez seis dos últimos dez assim, e o Fortaleza, nada menos que oito. O Internacional tem a quarta pior campanha mandante (2 V, 3 E, 3 D, 38%), com o nono ataque caseiro (média 1,13 gol por jogo) e a 14ª defesa (1,25). O Fortaleza é o nono visitante (3 V, 3 E, 4 D, 40%), com o quinto melhor ataque forasteiro (1,20), mas a quinta pior defesa (1,50). Ainda assim, o Internacional só perdeu um de seus últimos 11 jogos (4 V, 6 E, 1 D, 55%) e só treinou no meio de semana, enquanto o Fortaleza teve um jogo duro contra o São Paulo pela Copa do Brasil e ainda viaja até Porto Alegre para esta partida. Nos últimos 11 jogos, o Fortaleza venceu quatro, empatou quarto e perdeu três, aproveitamento de 48%.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> São Paulo
O Atético-GO vem em crescimento, principalmente defensivamente, como mostra o gráfico de xG. Não perde há sete jogos (1 V, 6 E, 43%). Focado agora no Brasileirão após a eliminação no meio de semana da Copa do Brasil, apesar do desgaste, precisa da vitória para não correr o risco de acabar a rodada na zona do rebaixamento. O São Paulo é o 13º mandante no Brasileiro (2 V, 4 E, 2 D, 42%), e o Atlético-GO é o sexto visitante (4 V, 2 E, 3 D, 52%). A defesa são-paulina é a mandante que menos sofre finalizações (8,0), mas leva um gol a cada 9,1 conclusões (12º desempenho caseiro). O Atlético-GO é o segundo visitante que menos finaliza (8,0), mas tem média de um gol por jogo, e um gol a cada oito conclusões é a segunda maior eficiência visitante. A equipe goiana fez sete dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas (sete dos últimos oito!), e o São Paulo sofre metade de seus gols dessa forma. Há potencial para gol aéreo atleticano na partida. Embora a equipe goiana seja a visitante que mais sofre finalizações (17,3), é também a quarta mais resistente a pressões, com um gol sofrido a cada 15,6 chances.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Corinthians
O Corinthians tem apenas a terceira pior campanha mandante (2 V, 3 E, 4 D, 33%), mas espera-se um crescimento com a chegada dos reforços. Como mostram os gráficos de xG, o América-MG vem produzindo mais nas últimas rodadas, mas é tem só a quarta pior campanha visitante (1 V, 3 E, 4 D, 25%) e não costuma dar sorte contra o Corinthians: perdeu os três jogos que disputou como visitante pela Série A nos pontos corridos. Até aqui, o Corinthians tem o quinto ataque mandante que menos finaliza (11,3) e média de um gol por jogo, 12ª eficiência caseira. A grande questão é que o América-MG sofre em média 13,4 finalizações por partida (13ª marca defensiva) e é o segundo visitante menos resistente, com um gol sofrido a cada 7,1 tentativas. Embora a equipe mineira seja a terceira visitante que mais finaliza (14,3), faz um gol por jogo em média, terceira que precisa de mais finalizações para marcar. O Corinthians resiste a nove conclusões para cada gol que sofre em cada, 13ª resistência mandante.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Flamengo
O Flamengo é muito dominante quando recebe pela Série A o Grêmio, que só venceu três de 15 jogos disputados de 2006 para cá, enquanto a equipe carioca venceu nove. Para dificultar ainda mais, o sob o comando de Renato Gaúcho, o Flamengo tem o melhor início de campanha de um treinador em sua história. O Flamengo é o terceiro melhor mandante da competição (6 V, 0 E, 3 D, 67%), e o Grêmio é o quarto pior visitante (2 V, 0 E, 6 D, 25%). Para complicar ainda mais para os gremistas, a equipe fez seis dos últimos dez gols usando bolas altas, mas o Flamengo só levou quatro dos últimos dez assim. O Flamengo é o mandante que mais finaliza no Brasileirão (17,3) e tem a oitava eficiência, com um gol a cada 10,4 tentativas. O Grêmio é o 12º visitante em finalizações (9,6), mas precisa em média de 15,4 para conseguir um gol, segunda pior eficiência visitante. O Flamengo tem a quarta pior resistência mandante, com um gol sofrido a cada 8,1 conclusões contrárias, mas embora o Grêmio tenha a quarta defesa visitante que menos permite finalizações (11,1) é a quarta menos resistente, com um gol sofrido a cada 8,1.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Cuiabá
Outro jogo com potencial para gol aéreo, do Cuiabá, que marcou com bolas altas seis dos últimos dez gols, enquanto dos últimos dez gols que sofreu, o Fluminense levou sete gols a partir de jogadas aéreas (e nove dos últimos 12!), o que torna o jogo difícil para a equipe carioca. Embora a defesa do Cuiabá apresente acentuada queda de rendimento, como mostra a linha vermelha do gráfico de xG, a equipe só perdeu um dos últimos oito jogos (3 V, 4 E, 1 D, 54%). Nos últimos oito jogos, o Fluminense tem três vitórias, três empates e duas derrotas, aproveitamento de 50%. O Cuiabá tem a 14ª campanha mandante (3 V, 3 E, 4 D, 40%), e o Fluminense é o nono visitante, com campanha idêntica. Tem tudo para ser um jogo muito equilibrado, principalmente porque apesar de ser o quinto mandante que menos sofre finalizações (9,5), o Cuiabá é o segundo mandante que menos resiste a pressões, com um gol sofrido a cada 7,3 tentativas, e o Fluminense tem o quinto ataque visitante mais eficaz, com um gol marcado a cada 8,2 tentativas, embora seja o terceiro que menos finaliza, com média de 8,2 conclusões por jogo fora de casa.
Resultado
Favoritismos acertou 87 dos 190 jogos analisados, aproveitamento de 46%.
Metodologia
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 78.707 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.232 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.
Para esta edição do Brasileirão, o desempenho de um jogador passa a ser comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e passamos também a considerar o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.
Favoritismos está apresentando também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, que é representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.
Expectativa das equipes
O segundo turno começou e a cada rodada vão se consolidar as chances de cada time terminar o Brasileirão em cada posição, o que mostramos no quadro abaixo. A primeira linha apresenta a probabilidade percentual de cada time ser campeão: o Atlético-MG está com 50,4% de chances de ser campeão, o Flamengo, 39,8%, e o Palmeiras, 3,2%, o que muda a cada rodada disputada.
A segunda linha mostra a chance de os times terminarem a competição na segunda posição e assim sucessivamente, até chegar nas últimas três linhas da tabela, que mostram o potencial de ficar entre os quatro e os seis primeiros, conseguindo uma vaga na Libertadores 2022, e a probabilidade de um time ficar entre os 16 que prosseguirão na Série A no ano que vem. Quem chega a 100% na última linha, elimina o risco de rebaixamento.
— Foto: Espião Estatístico
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo período de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Leandro Silva, Mateus Pinheiro, Roberto Maleson e Valmir Storti. (Globo Esporte)