Fernando Diniz estreou com empate no Vasco. Na noite desta quinta-feira, em Maceió, a equipe vencia o CRB até os 46 minutos do segundo tempo, quando sofreu o 1 a 1. Em entrevista coletiva, o técnico revelou ter gostado da atuação do time carioca, mas admitiu precisar melhorar alguns pontos para conquistar o objetivo de subir para a Série A.

Foram apenas quatro dias de treinos até o primeiro jogo. Ao final dele, o técnico ficou com a sensação de que o resultado poderia ser melhor:

– É muito difícil explicar o gol do CRB. A gente marcou bem, tivemos um domínio quase total do jogo. Foi um lance rebatido, parece que deu tudo certo para eles. A origem é de uma bola dominada nossa… No gol deles, um monte de coisa aconteceu que foge um pouco do controle. Eu procuro ficar com a produção do time. Fez por merecer ganhar a partida. A gente esteve próximo de fazer o segundo gol. Eu acho que fiz um pouco de tudo. Tivemos consistência para sair e trocar a bola, time foi mais compacto, marcamos alto, não corremos riscos. Gostei de tudo. A bola parada, sim, sofremos um pouco, mas não sofremos gol. Temos de melhorar. O time do CRB é o time que tem mais tem gol de bola parada no campeonato. De maneira geral, tirando o resultado que nos decepcionou, gostei da atuação.

Além da estreia de Fernando Diniz, a partida também marcou a volta de Nenê. O jogador foi responsável pela cobrança de escanteio que originou o gol do time carioca no jogo. O treinador rasgou elogios ao camisa 77 e não deixou de exaltar a paixão do atleta pelo futebol:

– Nenê tem um nível altíssimo. Ele é um talento. Ajudou a decidir o jogo na bola parada. É um exemplo de apaixonado pelo futebol. O cara ama o que faz, ele gosta de jogar, gosta de estar junto. Não gosta de ficar fora de treino e de jogo. Além do talento, ele nos emociona. Acho que ele gostaria de jogar até o final da vida. Ele agrega muito pela paixão que ele tem pelo esporte.

O treinador não ficou satisfeito com o resultado. Para ele, apesar da frustração na partida, o foco agora é no Cruzeiro, adversário do domingo, em São Januário.

– Não tem uma outra coisa a fazer a não ser pensar no Cruzeiro. Tem a frustração pelo resultado, mas tem o lado positivo de os jogadores saberem que conseguiram executar. O Vasco tem de partir disso que fizemos hoje para melhor. Temos um clássico e vamos fazer de tudo para ganhar – opinou.

Fernando Diniz em estreia pelo Vasco — Foto: Rafael Ribeiro / Vasco

Fernando Diniz em estreia pelo Vasco — Foto: Rafael Ribeiro / Vasco

Com o empate, o Vasco permaneceu na décima posição na tabela de classificação da Série B, com 33 pontos. Está oito atrás do G-4.

Veja outros trechos da entrevista:

Atacantes de lados
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Facilita ter um jogador com o pé no lado invertido. O Pec, por exemplo, tem o drible curto e o jogo de associação. É uma tendência. Ele ainda tem o cruzamento e pode permitir a ultrapassagem do lateral. Não é uma novidade, as grandes equipes do mundo fazem isso. Neymar joga no lado aposto, por exemplo. Tem o chute e o cruzamento.

Jogo contra o Cruzeiro
– É um clássico do futebol brasileiro. A presença de público me anima muito. Favorece muito ao Vasco. Joguei várias vezes contra em São Januário, e a gente sabe o poder da torcida. É um momento que precisamos de apoio.

Clima do vestiário
– O clima foi de frustração, mas também de alento. É um grande time, com grandes jogadores e que pode conseguir o acesso. Essa é a missão, a nossa tarefa. Falei na minha entrevista, como o hino do clube diz. Vamos todos jogar de coração. O time fez coisas que não estava habituado.

Houve desgaste físico?
– Não acho que a gente sofreu. No segundo tempo, tivemos mais chances claras de matar o jogo do que no primeiro. Teve uma mudança de postura no time na comparação do que vinha sendo feito, que não é melhor ou pior. Pelo contrário. Acho que Cabo e Lisca são excelentes treinadores. Tivemos mudança na marcação, passou a ser mais agressiva. O time precisava de mobilidade. Eu peguei os quatro dias de treino para treinar. Treinamos muito. Não tivemos um dia para descansar e ter condições ideias de jogar. Fiz a opção de dar formação para termos mais segurança para jogar. Com as trocas, reforçamos o meio Marcamos em bloco médio ou alto a maior parte do tempo. Tivemos muito vigor físico.

Análise do gol de empate do CRB
– O lance do Bruno Gomes… ele poderia ter feito outra jogada. O Vasco empatou. Não tem como individualizar. Eu não sei antes, mas hoje o sistema defensivo se portou muito bem. Teve o lance do gol, o lance do gol anulado e uma cabeçada. Fora isso, nada mais. O time se portou bem. O jogo começou com o time com a bola no pé e ir para frente. A minha ideia central é ganhar o jogo. É isso que tem de ficar claro. Tivemos essa infelicidade no gol do adversário, mas a gente não tem de achar culpados. Vamos colocar os jogadores para cima, serve de experiência. Vamos aprender e seguir adiante.

Opção por ter apenas um volante no meio de campo
– O sistema defensivo funcionou bem pois todo mundo ajudou a marcar. É o sistema que marca, não um ou outro jogador. A gente poderia ter iniciado com mais volantes. O Marquinhos Gabriel não é lento, é de volume. É técnico e sabe dar assistência. Hoje ele mostrou a capacidade de marcar, se oferecer para jogar e vim buscar a bola. Deve ter sido quem mais correu no jogo. Acho que esse estigma é errado. Ele tem muito a oferecer ao Vasco. Torcedor pode cobrar, mas ele é um grande jogador. Vai dar alegria. O Nenê contribuiu, chegou ontem, se colocou à disposição para treinar. Até treinamos muito para ser véspera de jogo, mas era preciso para posicionar o time com o Nenê. Eles podem jogar juntos, sim. Os dois corresponderam. Todo mundo fazendo o que tem de ser feito não vai sobrecarregar um setor. (Globo Esporte)