O Santos registrou um superávit de R$ 14 milhões no segundo semestre de 2021. A situação financeira a curto prazo, porém, ainda é muito delicada. Essa é a avaliação do relatório do Conselho Fiscal do clube, que será apresentado na reunião do Conselho Deliberativo na noite desta segunda-feira.
O ge teve acesso ao documento. Em 21 páginas, o órgão detalhou receitas, despesas, negociações de dívidas e qual é o panorama da situação financeira do Alvinegro.
O Conselho apontou o superávit de R$ 14.350.734,00. Neste período, o orçamento previa um déficit de R$ 10,5 milhões. O órgão também demonstrou a queda no passivo circulante – as dívidas de curto prazo, a serem pagas em até 12 meses. Em 31 de dezembro de 2020, o valor era de R$ 340,9 milhões. Atualmente, a dívida está em R$ 260,4 milhões.
Já a dívida de longo prazo aumentou no mesmo período, passando de R$ 305,2 milhões para R$ 345,1 milhões.
De acordo com o Conselho Fiscal, o resultado do segundo trimestre foi bom e o saldo das receitas e despesas do dia a dia está sobre controle. Entretanto, a situação a curto prazo é ruim.
– Fica claro para os conselheiros, associados e torcedores que o orçamento 2021 prevê a necessidade de grandes vendas para a captação de recursos ainda durante este ano – trouxe um trecho do relatório.
Ainda segundo o Conselho Fiscal, a “realidade nua e crua” é que não há dinheiro na conta corrente do clube, que tem estado em dia graças a ginástica financeira feita pelo Comitê Gestor, aliados ao valores do “funding” aprovado pelo Conselho Deliberativo, permitindo acesso de dinheiro com juros baixos.
– O Santos não pode depender de dinheiro emprestado, mas de momento foi a única saída – destacou o Conselho no documento.
Desempenho no campo e as finanças
No relatório, o Conselho Fiscal alerta que receitas vindas de premiações, participação de campeonatos e da TV não se manterão no mesmo fluxo para o final do ano.
A situação do caixa melhorou devido a antecipações de cotas de TV e premiações pelo desempenho no Brasileirão de 2020 e o vice da Copa Libertadores da América da temporada passada, mas o com atual rendimento da equipe no campo, isso não se repetirá.
O Conselho Fiscal também ressalta que as perdas de receitas irão refletir diretamente no campo.
– O foco e a esperança de todos era a obtenção de grandes patrocinadores e parceiros; agora, com o clube eliminado das principais competições sul-americanas, essa aspiração fica mais difícil. Esperamos que o executivo cuide de forma minuciosa do planejamento dentro do futebol profissional, visando uma maior competitividade e um consequente aumento de receitas – ponderou o órgão. (Globo Esporte)