Em nota oficial divulgada na tarde desta quarta-feira, o Atlético-MG informou que, durante a reunião organizada pela CBF nesta manhã, os 19 clubes da Série A (com exceção do Flamengo, que esteve ausente) decidiram pela volta de público nos jogos do Brasileirão a partir da 23ª rodada, em outubro.
Segundo a nota, o acordo está condicionado à permissão das autoridades locais e será colocado em prática apenas se todos os clubes participantes da competição tiverem a mesma prerrogativa em suas cidades. O Cuiabá, representante de Mato Grosso no Brasileirão, já tem a permissão das autoridades locais.
“Ou seja, a torcida poderá voltar desde que haja isonomia entre os clubes. Essa decisão foi aprovada de forma unânime: 19 votos a zero (exceto voto do Flamengo)”, diz a nota.
O Atlético confirmou ainda a informação trazida mais cedo pelo ge, de que os clubes entrarão com pedido junto ao STJD pedindo que a liminar obtida pelo Flamengo (e também pelo Galo, ressalta-se), que permite a volta de público à revelia da decisão do colegiado, seja revogada.
“Na hipótese de a liminar não ser cassada e de o Flamengo insistir em jogar com torcida, a despeito do acordo estabelecido no item 1 desta nota, a rodada será adiada pela CBF”, conclui a nota.
Bastidores quentes
Horas antes da reunião desta quarta-feira, o Flamengo publicou nota oficial afirmando que “não cabe aos clubes ou à CBF” deliberar sobre a presença de público nos estádios. Por isso, o clube não participou da reunião. Nesta semana, a Prefeitura do Rio de Janeiro permitiu o que chamou de “evento-teste” com público em três jogos do time rubro-negro no Maracanã, um deles pelo Brasileirão, contra o Grêmio.
Durante a reunião, o Atlético-MG lembrou que também tem uma liminar que lhe permite mandar jogos com presença de público, mas deixou claro que não vai usá-la porque prefere o entendimento coletivo.
Torcida do Atlético-MG no Mineirão em jogo pela Libertadores — Foto: Pedro Souza / Atlético
Os jogos do Brasileirão ainda não tiveram público em 2021, apesar da liberação das autoridades em algumas cidades. Os clubes, com exceção do Flamengo, acreditam que a volta deve ser ao mesmo tempo para todos. Em São Paulo, por exemplo, o governador João Doria afirmou que só haverá liberação de público nos estádios a partir de 1º de novembro.
Horas antes da reunião, houve constrangimento no grupo de WhatsApp dos presidentes dos clubes da Série A. O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, compartilhou a nota oficial em que explicava os motivos pelos quais não participaria da reunião e foi cobrado por alguns pares.
“É assim que se quer falar em Liga?”, “É com essa postura que se prega união dos clubes?” foram alguns dos comentários de outros presidentes.
Durante a reunião, o Flamengo foi alvo de mais críticas no mesmo sentido, de que a postura de “jogar sozinho” vai contra qualquer tentativa de criação de uma liga. (Globo Esporte)