O CEO do Botafogo, Jorge Braga, participou do Seleção SporTV na tarde desta terça-feira (veja o vídeo completo acima). Em entrevista ao programa, o dirigente abordou principalmente temas sobre as finanças do clube e afirmou que o acesso é fundamental para que o time tenha uma vida financeira mais tranquila. Porém, lembrou que não pode ocorrer nos mesmos erros do passado e ter gastos sem responsabilidade.

– A gente repete que subir para a Série A é fundamental, mas não a qualquer preço. O modelo que você deixa um legado financeiro muito ruim, investe para subir e deixa a conta para outras gestões ou para o clube não é mais aceitável. Por isso que a gente tem destravado recursos, reduzido muito custos, processos e investido na folha de futebol. Mas ainda acreditamos no conceito de fazer muito mais com menos. Hoje o Botafogo não tem a maior folha da Série B, não tem a terceira maior folha, mas está no terceiro lugar do campeonato. Acreditamos que a gestão e o foco fazem toda a diferença.

Braga também falou sobre como era a situação do Botafogo quando ele chegou ao clube, em março deste ano. Com dinheiro somente por mais algum tempo, foi necessário que a diretoria realizasse um choque de gestão e conseguisse fazer o clube ter mais alguns meses com salários em dia.

– Em março a situação era dramática. A gente tinha caixa só para mais algumas semanas. Nosso objetivo era um choque de gestão muito grande, poder alinhar o desempenho econômico e financeiro, com receitas e despesas, garantir o acesso à Série A porque a diferença de receitas, seja de direito de transmissão, retorno de marca etc. é em torno de R$ 100 milhões. E também, ao mesmo tempo, estruturar para enfrentar a dívida e evoluir no processo de atração de investidores, que é um desejo do Botafogo há dois anos.

O CEO também comentou sobre a possibilidade de o Botafogo passar a ter uma marca própria como fornecedora de material esportivo. Segundo Braga, o clube discute todas as possibilidades que estão na mesa para definir quais serão os próximos passos.

– Sei claramente o que a torcida pensa sobre ter marcas internacionais, a importância de ter marca internacional como fornecedor de camisa. Ao mesmo tempo, a gente privilegia o resultado. A marca própria, quando bem gerida, tende a trazer um resultado financeiro muito importante. Eu não tenho preferência. A gente escolhe o que for melhor do ponto de vista de marca e financeira para o clube. Todas as opções estão na mesa para essa decisão. Mas o que a gente não abre mão é a capacidade de suprir e fornecer material de altíssima de qualidade, no ponto de venda e uma gestão profissional. (Globo Esporte)