O garimpo já ocupa uma área maior que a mineração industrial e avança sobre terras indígenas e unidades de conservação em estados da Amazônia, incluindo Mato Grosso. O estado é o terceiro com a maior extensão de área total minerada, com 25.495 hectares. É o que diz a pesquisa feita pelo MapBiomas, que resulta da análise de imagens de satélite com o auxílio de inteligência artificial.
Mato Grosso fica atrás apenas do Pará (110.209 ha) e de Minas Gerais (33.432 ha). A maior parte da área minerada do estado é ocupada pelo garimpo (22.987 ha).
Quando a área industrial e garimpeira são somadas, apenas três estados estão presentes no ranking, e Mato Grosso aparece mais uma vez nele, com Peixoto de Azevedo entre os dez municípios de maior área minerada. O município é o quinto com maior área (5.736 ha).
De acordo com o coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo, Os produtos da mineração são fundamentais para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono.
Operação Amazônia embarga 12 garimpos ilegais em Apiacás — Foto: Sema/MT
O objetivo é que o mapeamento contribua para a definição de estratégias para acabar com as atividades ilegais e estabelecer uma mineração em bases sustentáveis respeitando as áreas protegidas e o direito dos povos indígenas e atendendo os mais elevados padrões de cuidado com a biodiversidade, solo e a água.
Já o mapa dos municípios com maior atividade garimpeira é dominado por apenas dois estados, Pará e Mato Grosso. Peixoto de Azevedo fica em terceiro lugar.
O estado só não aparece no mapa dos dez municípios com maior área minerada industrialmente, que ficam espalhados por Pará, Minas Gerais e Amazonas.
Barracos em garimpo foram destruídos durante operação em janeiro de 2021 — Foto: Sema-MT
Enquanto produção de ferro (25,4%) e alumínio (25,3%) respondem por metade da área de mineração industrial, 86,1% da área garimpada está relacionada à extração de ouro.
Em área total minerada, a Amazônia lidera com 72,5 % enquanto a Mata Atlântica é o bioma que aparece em um distante segundo lugar, com 14,7%, seguida pelo Cerrado, com 9,9%, Caatinga, com 2,1%, e Pantanal, com apenas 0,02%.