Carros autônomos que dispensam o motorista e são capazes de dirigir sozinhos já são uma realidade nos dias de hoje. Grandes nomes da tecnologia como Google e Uber, além de marcas como TeslaAudiMercedesBMWHondaVolvoToyota, entre outras, trabalham para oferecer a tecnologia ao consumidor final em um futuro próximo. A ideia é criar automóveis completamente independentes dos seres humanos, com a promessa de maior segurança e eficiência. Estes veículos podem até mudar a maneira como as pessoas fazem sexo, segundo estudo da revista Annals of Tourism Research.

Embora um veículo completamente autônomo ainda não exista, o avanço no setor tem sido rápido: o crescimento é de 16% ao ano, e esse mercado tem potencial de movimentar US$ 556 bilhões já em 2026. Confira a seguir mais detalhes esses “carros do futuro” e saiba como funciona a tecnologia.

Uber, Google, Lyft e outros nomes da tecnologia pesquisam a tecnologia — Foto: Divulgação/Uber

Uber, Google, Lyft e outros nomes da tecnologia pesquisam a tecnologia — Foto: Divulgação/Uber

Em linhas gerais, um carro autônomo usa um conjunto de sensores de diversos tipos, que captam informações em tempo real sobre sua posição na estrada, a distância relativa de potenciais obstáculos e de outros veículos. Além disso, também reconhecem sinais de trânsito, faixas no pavimento e observam o comportamento de pedestres, entre outras ações.

Dependendo da complexidade do sistema, um carro autônomo pode ter mais ênfase em algum desses tipos de sensores. Mas, de forma geral, todos os modelos disponíveis comercialmente apostam nesse tipo de sistema.

Há também variações no nível de autonomia, definida por uma escala de 0 a 5. No 5, o carro é completamente independente do controle de um motorista e será capaz de operar sozinho em qualquer condição e tipo de rodovia. Já no 0, o veículo é completamente dependente de um humano atrás do volante para funcionar.

Ainda não há veículos nível 5 na escala de autonomia. Atualmente, os carros mais avançados estão em nível 3: eles já podem operar algumas tarefas sozinhos, mas ainda dependem da supervisão de um condutor por questões de segurança.

Como funciona

Tesla é uma das líderes no setor, mas seus carros ainda não são 100% autônomos e precisam de motorista atento por questões de segurança — Foto: Divulgação/Tesla

Tesla é uma das líderes no setor, mas seus carros ainda não são 100% autônomos e precisam de motorista atento por questões de segurança — Foto: Divulgação/Tesla

Modelos da Tesla estão entre os carros com sistemas de controle autônomo mais complexos do momento. Nesses casos, o sistema todo ainda depende de um motorista atrás do volante por questões de segurança, e há limites em relação ao que o veículo pode interpretar sozinho. Se por um lado um Tesla irá se comportar bem no trânsito e nas rodovias americanas, a chance de que o sistema embarcado do carro se confunda com sinais de trânsito brasileiros é grande, por exemplo.

No caso de um carro da Tesla, a tecnologia aplica uma série de sensores diferentes para funcionar.

  • GPS: o sensor é usado para dar ao carro localização e permitir que o próprio sistema construa rotas para que o veículo leve você ao seu destino
  • Radar: sensores espalhados pelas extremidades do veículo monitoram o entorno do carro em tempo real. A principal função desse radar de proximidade é criar um mapa referente ao posicionamento de outros veículos na estrada
  • Lidar: que é um tipo de radar, também contribui para o monitoramento de objetos e veículos no entorno do carro
  • Câmeras: há também um sistema de câmeras, que usando tecnologias de inteligência artificial, é capaz de reconhecer placas e sinais de trânsito, além de pedestres

 

O volume de informações que cada um desses sensores produz a cada segundo é enorme, sendo processado por um hardware específico embarcado no automóvel, onde um software especializado roda para, a partir das informações disponíveis, realizar as melhores decisões possíveis. É assim que o veículo decide como navegar pelo trânsito com eficiência, segurança e de forma racional do ponto de vista do consumo de energia, seja ela elétrica, no caso de um carro elétrico como os Tesla, ou de combustível fóssil.

Por fim, o sistema tem ainda uma última camada que opera atuadores eletromecânicos que acionam a direção, pedais, sinais e câmbio para que o automóvel proceda de acordo com as instruções do computador.

É seguro?

O que determina a segurança do sistema é a sua capacidade de processar informações e decidir em tempo real — Foto: Divulgação/BMW

O que determina a segurança do sistema é a sua capacidade de processar informações e decidir em tempo real — Foto: Divulgação/BMW

Embora o progresso no setor seja muito rápido, a verdade é que carros autônomos super seguros podem demorar um pouco para se tornar realidade. Embora a proposta de que uma máquina seja potencialmente mais segura em relação a condutores humanos, alguns acidentes graves ocorridos com veículos autônomos nos Estados Unidos indicam que a tecnologia ainda tem muito a amadurecer.

Em mais de um episódio, que acabou fatal para o condutor, a inteligência artificial usada pela Tesla falhou ao reagir a um caminhão cruzando uma rodovia. Nos dois casos, de 2016 e 2019, o carro continuou em linha reta, passando em alta velocidade sob a carreta.

Veículos autônomos devem mudar a forma com que utilizamos os carros — Foto: Reprodução/Elson de Souza

Veículos autônomos devem mudar a forma com que utilizamos os carros — Foto: Reprodução/Elson de Souza

Vale citar que os carros autônomos devem mudar a maneira como as pessoas trabalham, viajam e até como fazem sexo. De acordo com estudo publicado na revista Annals of Tourism Research, os usuários vão ficar cada vez mais tempo em veículos inteligentes, o que deve fazer com que automóveis venham a competir com hotéis e restaurantes, já que não será mais necessário focar na direção.

A pesquisa aponta que o fato de não precisar dirigir os veículos diminui a responsabilidade dos possíveis pilotos. Dessa forma, os próprios carros robóticos devem ser melhor projetados para outras atividades, incluindo sexo.