A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) e o Ministério da Saúde divulgaram, nesta quarta-feira (01.09), o início da segunda fase da pesquisa de prevalência de infecção por Covid-19, realizada pelo Governo Federal. O objetivo do estudo é mensurar a quantidade de pessoas que já tiveram contato com o vírus; visitações e coletas desta etapa já começam na próxima semana.
A Pesquisa de Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil (PrevCov) é realizada em diversos estados brasileiros. Em Mato Grosso, o Ministério da Saúde selecionou os municípios de Cuiabá, Santo Antônio do Leverger e Várzea Grande para participarem do estudo.
Nesta semana, a equipe da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e do Ministério da Saúde apresentou a metodologia de pesquisa à Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT). O Estado auxiliará na divulgação da ação e na articulação, se necessário, junto aos municípios.
Créditos: Michel Alvim – SECOM/MT
“O Governo de Mato Grosso apoia integralmente essa pesquisa e articula isso junto aos municípios. Essa é, provavelmente, a maior pesquisa de prevalência realizada no mundo em relação à Covid-19, com a coleta de sangue de mais de 200 mil pessoas em todo o país. O objetivo é chegar ao percentual de pessoas que já tiveram contato com o vírus”, explicou o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo.
A apoiadora da Rede do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), Tatiana Helena Belmonte, reforçou que o Estado irá auxiliar a articulação junto às gestões municipais. “Vamos apoiar as equipes de saúde local na articulação para que a pesquisa alcance a meta estabelecida, tendo em vista que elas precisarão do apoio das equipes da Atenção Básica local.”
De acordo a técnica da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Magda Duarte, a expectativa é de que o estudo seja concluído até o dia 30 de setembro. Nesse período, serão visitadas 1.233 casas e coletadas 4.193 amostras em Mato Grosso.
Créditos: Michel Alvim – SECOM/MT
A técnica ainda enfatizou que esta é a segunda fase do estudo. Na primeira fase, o Ministério da Saúde ligou para as pessoas residentes dos municípios selecionados para agendar e realizar a coleta. Nesta segunda etapa, a equipe vai até a casa das pessoas selecionadas cujo agendamento não foi realizado porque não foi possível fazer contato telefônico.
“Estamos fazendo um estudo transversal que vai medir a prevalência dos anticorpos IGG da Covid-19 na população por meio da análise sorológica. Para isso, serão coletadas duas amostras de sangue, uma para analisar o IGG e outra para compor o biobanco da Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz]. Essa segunda amostra vai servir para continuarmos estudando o comportamento da Covid-19”, explica Magda.
Magda informa que as equipes do laboratório estarão devidamente uniformizadas e identificadas. Durante as visitas, as equipes farão perguntas sobre renda, raça/cor, escolaridade, idade e estado civil. O objetivo também é entender a situação sociodemográfica dessa população.
A pesquisa tem a autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e do Comitê de Ética de Pesquisa da Opas Washington. O estudo é promovido por meio do comitê de governança composto pelo Ministério da Saúde, Opas, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Fiocruz.
“Garantimos a confidencialidade e segurança dos dados de cada uma dessas pessoas participantes, pois as empresas que foram contratadas não vão usar esses dados para nenhum outro fim a não ser o previsto em contrato, que é o estudo da Covid-19 e armazenamento de amostra no biobanco da Fiocruz”, explicou Magda.
Para a consultora externa da Opas, Mariana Croda, o estudo é importante porque vai possibilitar a análise de como o coronavírus se comportou e, a partir disso, desenvolver estratégias futuras de contenção a doença. “Essa amostra é representativa de todo o Brasil. Em Mato Grosso, foram escolhidos os municípios da baixada cuiabana justamente pela representatividade deles na população geral do estado”, concluiu a consultora.