A queda brusca naquele terceiro set ainda deve martelar por algum tempo. No próximo sábado, porém, a seleção brasileira vai precisar se reinventar em busca do bronze olímpico em Tóquio. Se o sonho do ouro ruiu após a derrota para a Rússia, a equipe encara o único lugar que lhe resta no pódio como obrigação. Em um time acostumado a permanecer no topo, ficar sem uma medalha não passa pela cabeça do técnico Renan Dal Zotto.

– Temos de estar no pódio. Temos dois dias para reverter isso. Voltar para dentro da quadra, ver quem vai ser o adversário dessa disputa do bronze, e fica o nosso grande desafio. Conquistar o bronze. Já passei por experiência como essa em 1988, perdemos a medalha de bronze. Esse, sim, é um gosto muito amargo. Temos que estar entre os melhores sempre – disse o treinador, que, como jogador, ficou fora do pódio em Seul depois de cair na semifinal.

O Brasil vai buscar o bronze contra o perdedor da outra semifinal, entre França e Argentina, à 1h de sábado. A Rússia, por sua vez, espera o rival pelo na briga pelo ouro.

– É uma luta agora. Por mais difícil que seja, temos que apagar isso. O bronze para nós conta muito. Não é pela geração, mas sabemos o quanto a gente merece. O quanto trabalhamos, o quanto dedicamos. É entrar com a faca nos dentes como se fosse o ouro. Não tem tempo para lamentar. Tem o mérito do adversário também, apagar isso e ir para frente – afirmou Bruninho.

Brasil perde para ROC — Foto: REUTERS/Valentyn Ogirenko

Brasil perde para ROC — Foto: REUTERS/Valentyn Ogirenko

Estreante com o Brasil em Olimpíadas, Leal deixou a quadra como o melhor do time brasileiro na partida. O luto pela derrota, segundo ele, precisa ser superado assim que a equipe voltar à Arena Ariake para buscar o bronze.

– Somos profissionais. Não estamos felizes por perder a semifinal. Mas temos que descansar e jogar pelo terceiro lugar como se fosse uma final. Estamos dentro de uma Olimpíada. Não deu para conseguir o primeiro, mas, quem sabe, conseguir o terceiro.

A seleção perdeu a chance de disputar a quinta final olímpica consecutiva. Com a derrota para o Comitê Olímpico Russo nesta quinta-feira, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o Brasil interrompeu uma sequência de decisões que teve início em Atenas, em 2004. A última vez que o Brasil ficou fora de uma final olímpica foi em 2000, em Sydney. (Globo Esporte)