Eu tenho, nos meus últimos artigos, abordado assuntos gerais e mais leves, fora deste cotidiano pesado em que vivemos. Por isto me lembrei da beleza, sobretudo, da feminina. Ressalte-se que fiz recentemente uma cirurgia de cataratas e passei a enxergar melhor os contornos e nuances de tudo onde ponho os olhos, principalmente, a estampa de nossas belas mulheres. Já escrevi dois artigos sobre a beleza feminina, aqui nesta coluna, onde destaquei o encanto de diversas divas e, uma delas, a beleza sedutora, altiva e a voz de veludo de Mariângela Prado.

Retorno, neste texto, com este tema para amenizar este nosso ingrato cotidiano. E, inspirado, desperto o poeta dos pés quebrados que trago enterrado dentro do peito:

“Gosto do branco, por que é branco! Gosto do vermelho por que é vermelho! E gosto de você por que é você!”

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Faço isto focado em outra musa do solilóquio de uma paixão platônica que se resume nos delírios do plano ideal ou espiritual sem qualquer aproximação ou contato físico. É somente isto, é. O amor verdadeiro não é sinônimo de posse e nem de reciprocidade. Ele só dá e não quer e nem pede nada de volta! É a adoração de um sacerdote no altar da beleza!

Esta – a que me refiro –  é alta, bela e glamorosa. Além de um porte de rainha, ainda traz sintetizado no rosto os traços das três raças que formam o nosso povo: os lábios são grossos, o nariz é afilado e os olhos de amêndoas. Beleza semelhante (rosto da três raças) foi descoberta por Hans Donner, na década de 90 do século passado, na atriz e modelo que fazia a abertura do fantástico: Isadora Ribeiro.

Ela – a eleita –  tem um toque de nobreza de madame Pompadour…. E um assomo de: cheguei…. A sua presença enche a tela da TV onde passei a vê-la recentemente, pela manhã, como apresentadora de um jornal televisivo. Além de carismática tem uma voz forte, indócil e bravia … que me faz despertar dos delírios do meu sonambulismo matinal. Veste-se impecavelmente com aprumo e elegância como uma modelo de alta costura. Com exceção de Maju Coutinho, não me lembro de outra jornalista que se vista tão bem.

Ela me faz lembrar de Anatole France que afirmava:  nada é verdadeiro no mundo, exceto a beleza. Enfim, nem tudo está perdido, neste dia a dia árido de pandemia, basta apenas olhar de lado e apreciar uma das tantas belezas que o amalgama mato-grossense moldou, após intensa migração. Temos aqui, sem favor, as mulheres mais lindas do Brasil.

Enfim, a mulher fantasia, descrita pelo poeta Adelino Moreira, na canção Escultura, interpretada por Nelson Gonçalves, desfila, em nossa frente, em cada esquina deste Cuiabá de açúcar. E a sua síntese pode ser chamada pelo nome de Nayara Moura…. de Maria…. de Dolores… de Benedita…. de Gonçalina…. de Eva…. de Edna… de Lúcia… de Helena….de Samya… de Lívia…. de Renata ou de Dalva…..

*RENATO GOMES NERY  é advogado em Cuiabá. Foi presidente da Seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) e membro do Conselho Federal da OAB.

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