Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega para a rodada #12 do Brasileirão comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e também nos últimos seis jogos independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 76.543 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.145 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para a produtividade atual de cada equipe.

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> São Paulo

 

A expectativa nesta partida é “quem vai falhar?” Nos últimos dois meses, o São Paulo tem a maior média de gols a partir de jogadas aéreas entre todos os mandantes da Série A (1,20) com a terceira maior influência aérea ofensiva (60%), sem contar pênaltis e faltas diretas. Só que do outro lado estará uma defesa que em toda a temporada disputou 15 jogos como visitante e não levou qualquer gol aéreo. É um feito notável, total controle de seu espaço aéreo. Nessas 15 partidas fora de casa, o Fortaleza não levou gol em dez (67%). O São Paulo tem 19 jogos como mandante na temporada e só não fez gol em dois deles (marcou em 89,5%). Um dos dois especialistas vai fracassar neste sábado, no Morumbi. Falta muito para esse jogo começar?

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Favorito >> Ceará

A precisão é alma do negócio para Ceará e Athletico-PR: o Ceará é o terceiro mandante que em média precisa de menos finalizações para fazer um gol (7,1); o Athletico-PR é o visitante mais eficaz, com um gol a cada 4,8 tentativas. A chave do favoritismo do Ceará é que ele em média permite finalizações menos perigosas a seus adversários. Ainda assim, no frigir dos números, a defesa do Athletico-PR tem apresentado uma resistência assombrosamente maior, levando um gol a cada 17,8 tentativas dos adversários, o que o torna o segundo visitante mais resistente a ameaças. Já a defesa do Ceará vem sofrendo um gol a cada 9,4 finalizações dos adversários, quinto mandante menos resistente, embora seja o quinto que menos permite finalizações de visitantes. O mais eficaz leva três pontos. Valendo!

 

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Favorito >> Atlético-MG

 

O Corinthians não é o único que tem uma defesa extremamente resistente fora de casa. Se a equipe paulista não levou gol em seis dos últimos dez jogos fora de casa, o Atlético-MG não levou em oito dos últimos dez. A defesa do Atlético-MG teve um início de temporada mais difícil, mas depois se acertou com a chegada do técnico Cuca. Embora historicamente o Corinthians seja dominante quando recebe o Atlético-MG, com sete vitórias e apenas duas derrotas em 13 jogos pela Série A de 2006 para cá, nos últimos cinco Brasileirões, o Corinthians só venceu uma, com três empates e uma vitória mineira. E de novo tende a ser um jogo difícil para os paulistas: o Atlético-MG só perdeu dois dos últimos 14 jogos como visitante e, no Brasileirão, a defesa é a terceira forasteira mais resistente a pressões, com um gol sofrido a cada 16,5 conclusões. O Corinthians é o quarto mandante que precisa de mais finalizações para fazer um gol (21).

 

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Favorito >> Fluminense

Último colocado no Brasileirão, o Grêmio é o pior visitante da competição, perdendo todos os quatro jogos disputados fora de casa. Tem o segundo pior ataque visitante (média de 0,50 gol por jogo) e a terceira pior defesa forasteira (média de 2,00 gol sofrido por partida). Mas agora conta com o técnico Luiz Felipe Scolari, que pode usar como motivador o fato de nos últimos cinco Brasileirões, o mandante Fluminense só ter vencido uma vez contra três vitórias do visitante Grêmio. A equipe gaúcha vai precisar de muita motivação porque fora de casa vem levando um gol a cada 6,1 finalizações sofridas, segunda menor resistência visitante. Em casa, o Fluminense vem precisando de 15 tentativas para conseguir um gol. Ou o Grêmio tranca sua defesa ou as estatísticas do Fluminense melhoram neste fim de semana.

 

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Favorito >> Chapecoense

 

Em disputa três pontos que valem a 18ª colocação, posição atual do Cuiabá, antepenúltimo colocado e que viaja para enfrentar a penúltima colocada Chapecoense. Um jogo tenso: no agregado dos mandos, a Chapecoense não vence há 11 jogos, com sete derrotas; o Cuiabá não vence há dez partidas, com três derrotas. É uma partida de difícil prognóstico porque até aqui o ataque da Chapecoense é o de pior eficiência mandante, com um único gol marcado em 48 finalizações. Por seu lado, o Cuiabá levou quatro gols em 61 finalizações fora de casa, o que torna sua defesa a quinta visitante mais resistente, suportando 15,3 conclusões para cada gol que leva. Mas sem contar pênaltis e faltas diretas, a Chapecoense fez a partir de jogadas aéreas seis dos últimos oito gols em casa. O Cuiabá sofreu assim os últimos quatro gols fora de casa.

 

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Favorito >> Palmeiras

A precisão dos ataques faz uma diferença abissal entre as equipes no Brasileirão: o Palmeiras tem a segunda maior média de finalizações certas por partida (5,8) enquanto o Atlético-GO tem apenas a terceira pior média (3,1). Um dos motivos para isso é que o Palmeiras é o segundo time que mais finaliza (média 14,8 por partida) enquanto o Atlético-GO é o que menos conclui (8,8). O Palmeiras é a segunda equipe com maior média de finalizações de dentro da área (7,9) enquanto o Atlético-GO é a terceira com menor média (4,3). Quanto mais longe do gol, mais difícil colocar a bola lá dentro. Defensivamente, os números são equilibrados: o Atlético-GO sofre 11,6 (11ª marca) finalizações em média por jogo, e o Palmeiras, 11,7 (13ª).

 

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Favorito >> Flamengo

Nos últimos quatro confrontos pela Série A com este mando, o Bahia só venceu um, houve um empate, e o Flamengo venceu dois, ano passado com uma goleada por 5 a 3. Agora, é de se esperar o Bahia atacando a partir do jogo aéreo, e o Flamengo partindo em contra-ataques. Sem contrar pênaltis e faltas diretas, foi pelo alto que a equipe baiana marcou nada menos que oito dos últimos dez gols, e o Flamengo sofreu seis dos últimos dez a partir de jogadas aéreas, embora só tenha levado gol com bola viajando pelo alto em três dos últimos 14 jogos. O Flamengo é a equipe que mais finaliza em contra-ataques (20 vezes, média 2,22) e já marcou três gols assim, segunda melhor marca da competição. O Bahia já levou três gols em contra-ataque e é a segunda equipe que mais sofreu dessas finalizações (25 com média 2,27 por jogo), o quarto madante que mais levou finalizações assim (13 com média 2,17 por partida).

 

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Favorito >> Internacional

 

O Internacional não vence em casa há oito jogos, com cinco derrotas; o Juventude não ganha fora de casa há dez, com quatro derrotas. A favor do Internacional pesa ter vencido as duas partidas realizadas pela Série A com este mando de 2006 para cá. Mas neste Brasileirão as duas defesas estão com baixa resistência, o Inter sofrendo um gol a cada 6,3 finalizações, segundo pior desempenho mandante, e o Juventude com um gol sofrido a cada 9,5 conclusões, sexto pior desempenho visitante. Além de finalizar mais que o Juventude, o Inter faz isso de mais perto do gol, com 54% das tentativas feitas de dentro da área contra 45% do Juventude, o que em números brutos dá 67 contra 44. O Inter faz 52% mais finalizações de dentro da área.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Bragantino

 

Embora o Bragantino seja uma equipe anacrônica, um jeito besta de dizer que diferentemente da maioria tem melhores resultados quando visitante (89% de aproveitamento no Brasileirão) do que quando mandante (47%), o Santos vem sendo nesta temporada um péssimo visitante, que venceu só dois jogos em 17 disputados fora de casa. Mas não para aí: o Bragantino é o quinto mandante mais eficaz (com um gol a cada 8,0 finalizações), e o Santos tem a defesa menos eficiente entre os visitantes, com um gol sofrido a cada 4,9 conclusões, mas é futebol, e a defesa do Bragantino em casa também é pouco resistente. (Caso tenha batido uma curiosidade, só cinco times entre os 20 do Brasileirão têm melhor desempenho fora de casa: Bragantino, Chapecoense, Corinthians, Cuiabá e Internacional.)

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> América-MG

Embora no ataque o América-MG seja o quinto mandante menos eficaz, com um gol marcado a cada 17,8 tentativas, com apenas a 13ª média e finalizações por jogo (11,8), sua defesa segue mostrando sua robustez, com apenas quatro gols sofridos em seis partidas em casa, suportanto 17,0 finalizações para cada gol sofrido, terceira maior resistência mandante. Isso é importante porque o Sport é o quarto visitante que menos conclui em gol, com média de 8,7 finalizações por partida fora de casa. Para piorar, a equipe pernambucana precisa de 13 finalizações para fazer um gol, em média. Sem contar pênaltis e faltas diretas, o Sport usou bolas altas para fazer seis de seus últimos oito gols (75%), mas o América-MG só levou três gols a partir de jogadas aéreas entre os últimos oito (38%) e todos eles quando visitante. Em casa, o América-MG levou um gol com a bola viajando pelo alto em 15 partidas. Nada mal.

Resultado

Favoritismos acertou 49 dos 106 jogos analisados, aproveitamento de 46%.

Metodologia

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 76.543 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.145 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

Para esta edição do Brasileirão, o desempenho de um jogador passa a ser comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e passamos também a considerar o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo período de tempo (o jogo). Abaixo, apresentamos a chance estatística que cada equipe tem de terminar o Brasileirão em determinada posição. Para chegar a essas previsões, foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

Favoritismos está apresentando também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, que é representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.

Chance de cada clube acabar o Brasileirão em cada posição — Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico

Chance de cada clube acabar o Brasileirão em cada posição — Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Gustavo Figueiredo, Leandro Silva, Mateus Pinheiro, Roberto Maleson e Valmir Storti. (Favoritismo/Globo Esporte)