“A gente vai provocar, sim!”. A frase é do atacante Richarlison, que não teme polêmicas às vésperas da final da Copa América entre Brasil e Argentina e trata com naturalidade as trocas de farpas entre jogadores.
Nos últimos dias, Richarlison e Neymar alfinetaram jogadores chilenos, em especial o volante Vidal, que cobrou uma revanche contra o Brasil nas redes sociais. No comentário de uma publicação no Instagram, o Pombo escreveu que a Seleção “busca um rival na América do Sul” – por conta disso, o jogador chegou até a ser alvo de ofensas racistas.
Questionado sobre o tema em entrevista virtual realizada pela CBF, Richarlison afirmou:
– Provocação de lá, provocação de cá, mas dentro de campo a gente sabe que o bicho pega, a gente dá conta do recado, não vai falar por falar. A gente vai falar e botar dentro de campo. Tem que ganhar todos os jogos e é o que a gente está fazendo. A gente vai provocar sim, vai acontecer, o que vale mesmo são os três pontos dentro de campo e quem levantar a taça.
– Minha vida é feita de desafios, desde que fui para a Europa nem eu acreditava que iria ficar tanto tempo lá. A partir do momento em que cheguei na Europa comecei a ganhar maturidade e experiência. Graças a Deus, peguei bons treinadores que me ajudaram lá. Tenho bagagem, experiência, quando cheguei na Seleção eu já sabia o que queria. Todo mundo fala que a camisa da Seleção pesa para alguns, mas para mim não foi assim, não pesou. Só tenho a agradecer aos meus companheiros, sem eles a minha confiança não estaria tão alta. Tudo é um conjunto, depende do treinador, dos jogadores que nos ajudam em campo… Aqui tem um elenco bom, isso facilita para poder jogar.
Depois da final da Copa América, o Pombo embarcará para o Japão, onde defenderá o Brasil nas Olimpíadas. Ele foi escolhido para usar a camisa 10 na competição.
– Já ouvi falar que a camisa pesa, eu sei o quanto é pesada, a camisa 10 significa grandes jogadores pela Seleção. Neymar, Pelé, Zico… Eu sei da responsabilidade que tenho, sei o peso que carrego, mas vou lá com a cabeça cabeça firme, como jogo aqui na seleção principal. Vou ser espelho também para alguns garotos que estão indo. Sei da responsabilidade que carrego, vou buscar o ouro olímpico.
Dono da melhor campanha da Copa América, o Brasil está invicto há 13 jogos. A partida contra a Argentina acontece às 21h de sábado, no Maracanã.
Confira abaixo outros trechos da entrevista de Richarlison:
Maracanã
– Fiz bastante gols com a camisa do Fluminense no Maracanã. É um estádio especial para mim. Lembro até hoje que o meu treinador no América-MG, o Celinho, me avisou que quando eu fizesse um gol no Maracanã aí sim eu ia virar um jogador profissional. Quando fiz meu primeiro gol, de pênalti, contra o Vitória, a primeira lembrança que veio foi dele. É um estádio muito especial para mim e para todo jogador. O Maracanã é muito conhecido lá fora também, qualquer jogador do mundo quer jogar no Maracanã.
Atenção aos fãs
– Eu acho importante estar atendendo aos fãs, mesmo tendo o máximo de cuidado por conta da Covid-19, que pegou muitas pessoas aqui no Brasil. A gente tem o máximo de cuidado, tenta ficar o máximo de distância possível, para não ter contato com muitas pessoas também, mas quando dá eu desço do ônibus e vou lá e tiro uma foto (com um metro de distância, segundo a doutora). Eu vou lá com o maior carinho, dou atenção a eles, eu vejo eles lá a noite toda esperando por uma foto, não custa nada ir lá atendê-los.
Argentina
– Até pela rivalidade que tem aqui na América do Sul… Do outro lado também tem grandes jogadores, querendo ou não tem o melhor do mundo lá também, cria uma certa rivalidade. A gente sabe a dificuldade que é enfrentar a Argentina, não só agora, vem do passado. A gente sabe o que vai enfrentar no Maracanã sábado, sabe a dificuldade que vai ser, mas vamos lá para sermos campeões.
Interesse do Real Madrid
– Sou um cara totalmente concentrado no meu trabalho, vivo no agora, também recentemente fui convocado para as Olimpíadas em pleno jogo da semifinal. O meu foco continua o mesmo, é a Copa América, quero levantar essa taça. É minha segunda competição pela Seleção, quero levantar a taça com essa camisa.
Leilão de chuteira
– Teve essa parceria com a Nike e a USP, meus assessores tiveram essa ideia. Eu achei bacana, topei, usei a chuteira na semifinal. É importante estar fazendo isso, desde que começou a (pandemia de) Covid-19, venho ajudando o pessoal da USP, arrecadando fundos para eles. É importante fazer isso, hoje mesmo estava vendo o jogo da Eurocopa e vi o estádio quase cheio lá fora. Querendo ou não, a gente sente saudade desse clima, quer que as coisas voltem ao normal, por isso tenho ajudado bastante ao pessoal da ciência. (Globo Esporte)