Política é feita de gente, por gente e para gente. Foi isso que aprendi ao acompanhar a linda trajetória construída por Dante Martins de Oliveira. Um ícone mato-grossense, com importância nacional, que nas suas palavras e ações sempre fez questão de deixar em evidências a verdadeira essência de um gestor público: o trabalho voltado para os mais humildes, aqueles que mais precisam de um olhar cuidadoso do poder público. Hoje completamos 15 anos sem Dante de Oliveira.
Minha inserção na política aconteceu ainda muito cedo. Praticamente, desde o meu nascimento, minhas raízes nessa área já eram fortalecidas. Ainda quando criança, acostumei a ver a casa da minha família cercada de gente, gente do povo, já que meu pai também tinha uma veia política popular, marcada pelo contato direto com a comunidade.
Posteriormente, ao decidir seguir esse caminho, também levei comigo essa característica, sem deixar de buscar novas inspirações. É nesse momento que entra Dante Martins de Oliveira. Ao mencionar seu nome, o legado democrático deixado por ele, por meio do movimento das Diretas Já, talvez seja o principal ato na memória da grande maioria. E sua luta contra a ditadura militar, sem dúvida alguma, deve sempre ser exaltada.
No entanto, além do destemor e força na peleja pela democratização do Brasil, outro atributo sempre me chamou atenção em Dante: sua paixão pelo povo. Excelente estadista, sua vida política foi sempre pautada pelo diálogo e portas abertas à população. A forma de administrar adotada por Dante deveria ser um exemplo para todo gestor público, que é eleito pelo povo e para trabalhar pelo povo.
Foi ultrapassando os limites físicos impostos pelas paredes dos gabinetes que Dante Martins de Oliveira conseguiu construir sua brilhante carreira como deputado federal, deputado estadual, ministro de Estado, prefeito de Cuiabá e governador do Estado de Mato Grosso, ambos por duas oportunidades. É isso o que eu sempre busquei na minha gestão e que diariamente cobro da minha equipe.
A Prefeitura de Cuiabá deve ser a representação da força, garra, emoção e paixão do povo cuiabano. Sendo assim, os gestores públicos que compõem o Executivo municipal não fiquem isolados no Palácio Alencastro ou em seus gabinetes. Isso porque devemos, enquanto agentes públicos, trabalhar da forma como é esperado da população. E o que a população quer é um gestor apaixonado, que gosta de estar na rua, com o povo, como era Dante.
A história de sucesso de Dante nos ensina que somente sentindo o sentimento e as percepções das comunidades, somente com a humildade de saber dialogar, conhecendo de perto a realidade enfrentada pelo cidadão, é que um gestor será capaz de encontrar soluções efetivas. Ao contrário disso, uma gestão desconectada do povo está fadada ao insucesso, a tomada de decisões autoritárias e ineficientes diante das necessidades apresentadas pela população.
*EMANUEL PINHEIRO DA SILVA é advogado, professor e prefeito de Cuiabá.
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