O boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (23) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), apresenta um dado perturbador. Nos números levantados nas últimas 24 horas, Cuiabá bateu a marca das 3.000 mortes registradas e apareceu com 91.878 casos de Covid, o que representa um fato histórico: a capital mato-grossense acaba de ultrapassar a China que registrou, nesta quarta, um total de 91.653 infecções.
Os números também evidenciam um disparate, já que o fato de Cuiabá ter uma população de 618 mil habitantes contra 1,4 bilhão do país asiático, onde tudo começou, deixa claro que a metodologia de controle da infecção por aqui (e no país como um todo) está muito aquém da seriedade praticada pelos orientais que conseguiram controlar a doença.
No Brasil que é o terceiro do mundo no ranking da Covid com mais de meio milhão de mortos, a capital mato-grossense está apenas na ‘média natural’ e não surpreende, ao menos dentro do próprio país onde a doença já infectou 18 milhões de pessoas. Vale lembrar que o Brasil só está atrás dos Estados Unidos, com 33 milhões de infectados e Índia, com 30 milhões. Atrás do Brasil aparece a França, no quarto posto, com números muito distantes (5,7 milhões).
Cuiabá com seu registro de 91.878 casos de Covid, já havia ultrapassado muitos países em número de infectados, como Camarões, Jamaica, Vietnã e Austrália.
Capital bate a marca de 3.000 mortos por Covid
Centro da pandemia em Mato Grosso, Cuiabá registrou nesta terça-feira, a marca de 3.001 mortos pela doença e ao longo dessa crise sanitária mais de 91 mil cidadãos testaram positivo para a covid-19. O número de contaminados representa 14,81% da população cuiabana de 618.124 habitantes.
Conforme o boletim epidemiológico de terça-feira (22), a capital registrou 3.001 óbitos por Covid. Da segunda para a terça-feira, morreram mais cinco moradores na Capital. O primeiro caso fatal ocorreu em 15 de abril de 2020, quando um homem que pertencia a um grupo de risco morreu vítima da doença, mas a Secretaria de Estado de Saúde (SES) não revelou sua identidade.
O Hospital Estadual Santa Casa dispõe, hoje, de três de seus 40 leitos, uma vez que os demais estão ocupados. No Hospital Municipal São Benedito 13 dos 60 leitos estão disponíveis. No Hospital e Pronto Socorro Municipal com 60 UTIs há 17 vagas. A taxa de ocupação dos leitos públicos é de 62,5% com 33 sem pacientes nesta data.
Em Cuiabá a rede pública tem 15 UTIs pediátricas para a doença, mas sua taxa de ocupação sempre permanece abaixo de 50%, pois a população idosa é que tem o perfil do paciente com covid-19.
Dos 91.594 contaminados em Cuiabá, 86.763 se recuperaram da doença, mas nem todos se livraram das sequelas da covid-19. O governo não divulga números sobre sequelados. Dos que estão em tratamento, 1.552 o fazem em casa mantendo isolamento e 267 se encontram internados em enfermarias e UTIs da rede pública. Não há dados sobre os que se encontram hospitalizados na rede hospitalar particular.
A taxa de ocupação de enfermarias e UTIs muda ao longo do dia, de acordo com a evolução da doença. Além dessa situação, Cuiabá é a principal referência para tratamento da covid-19 em Mato Grosso, onde somente em 19 dos 141 municípios há UTIs na rede pública. Em caso de remoção em curta distância o paciente é transferido em ambulância da prefeitura da cidade onde reside e nos trajetos maiores por UTIs Aéreas do governo estadual.
Em Mato Grosso a doença contaminou nos 141 municípios e levou à óbito em 139. Após Cuiabá e em ordem decrescente, a covid-19 causou 1.207 mortes em Várzea Grande, 845 em Rondonópolis, 405 em Sinop, 361 em Cáceres e 310 em Tangará da Serra. A taxa estadual de mortalidade pela doença é de 2,63%.