Depois de sete dias de competição, enfim, o Brasil subiu ao pódio no Campeonato Mundial de Judô de Budapeste, na Hungria. Neste sábado, os pesos-pesados fizeram bonito e conquistaram dois bronzes, com Beatriz Souza e Maria Suelen Altheman (+78kg). O ouro e a prata ficaram com o Japão: Sarah Asahina e Wakaba Tomita, respectivamente. No masculino (+100kg), Rafael Silva terminou com a quinta colocação ao perder para o holandês Roy Meyer.

O judoca cuiabano David Moura perdeu na segunda luta, diante do finlandês Martii Puumalainen e viu a vaga olímpica ficar definitivamente nas mãos de Rafael Silva. (Veja sobre isso mais abaixo)

Beatriz Souza conquista a medalha de bronze no Mundial de Judô
Beatriz Souza conquista a medalha de bronze no Mundial de Judô

Com o resultado, as duas somaram 1000 pontos no ranking da FIJ. Antes do Mundial, a diferença era de 420 pontos entre elas, mas vale esperar os descartes. Atualmente, Suelen é a #6 do mundo, e Bia, a #7 do mundo. A decisão final de quem vai representar o país nas Olimpíadas de Tóquio ficará por conta da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). O anúncio será feito na próxima quarta-feira.

Tanto Bia quanto Suelen tiveram a mesma algoz, a japonesa Wakaba Tomita. Mas as duas chegaram à disputa do bronze por caminhos diferentes. Bia venceu suas três primeiras lutas e avançou à semifinal, quando caiu para Tomita. Já Suelen foi derrotada pela japonesa nas quartas de final e teve que passar pela tunisiana Nihel Cheikh Rouhou na repescagem.

No bloco final do dia, Bia foi a primeira a entrar no tatame. Ela encarou a francesa Julia Tolofua, com quem já havia lutado seis vezes – três vitórias para cada lado. A brasileira de 23 anos se impôs e conseguiu o ippon para conquistar a primeira medalha do Brasil em Budapeste. Emocionada, Bia comemorou muito com a técnica Rosicléia Campos.

Fim de um tabu

Maria Suelen conquista a medalha de bronze no Mundial de Judô

Maria Suelen conquista a medalha de bronze no Mundial de Judô

Na sequência, Maria Suelen Altheman tinha um fantasma pela frente. Para ficar com o bronze, ela precisava derrotar a cubana multicampeã Idalys Ortiz. O trauma era que a brasileira nunca conseguiu ganhar da rival. Eram 16 derrotas em 16 lutas. Até aqui. Com uma postura agressiva, Suelen foi para cima e obrigou Idalys a explorar os contra-ataques. A brasileira chegou a imobilizar a cubana, mas deixou escapar com 8 segundos. O combate foi para o golden score, quando Suelen conseguiu um ippon, mas que foi confirmado apenas após consulta ao “VAR” (árbitro de vídeo). Muita vibração e fim de um tabu que começou em 2010.

Entre os homens

David Moura perdeu na segunda luta, diante do finlandês Martii Puumalainen, e viu a vaga olímpica ficar definitivamente nas mãos de Rafael Silva. Enquanto isso, Baby foi avançando. Venceu o cubano Andy Granda, o sul-coreano Sungmin Kim e o ucraniano Yakiv Khammo para chegar à semifinal. Mas aí caiu diante do japonês Kokoro Kageura.

Baby disputou o bronze contra o holandês Roy Meyer. O histórico era favorável ao brasileiro, com três vitórias em três combates. Mas dessa vez o dia era de Meyer, que foi mais agressivo durante toda a luta e viu Baby receber três punições. Bronze para o holandês, e o 5º lugar para o paulista.

Enquanto os pesados disputavam o Mundial em Budapeste, o bicampeão olímpico Teddy Riner acompanhava as finais do Grand Slam de tênis de Roland Garros e o Pré-Olímpico de Karatê, ambos disputados em Paris. (Com informações do Globo Esporte)