No penúltimo amistoso antes das Olimpíadas de Tóquio, a seleção brasileira feminina venceu a Rússia por 3 a 0, em Cartagena, na Espanha, com dois gols de Bruna Benites e um de Andressa Alves. Dentro de campo, o Brasil surpreendeu com uma forte postura defensiva, que permitiu apenas dois chutes da adversária nos 90 minutos. Fora das quatro linhas, as jogadoras mostraram união em um manifesto, publicado antes da bola rolar, contra o assédio sexual, uma semana após o afastamento do presidente da CBF, Rogério Caboclo, acusado desse tipo de comportamento.
MARTA: “DECISÃO EM CONJUNTO
“Foi uma decisão em conjunto, a gente tem uma comissão que é muito alinhada com as atletas, então a gente resolveu mostrar a nossa opinião nesse sentido. Somos obviamente contra qualquer tipo de assédio. Sem fazer pré-julgamentos, os fatos estão aí para serem apurados, mas a gente necessitava mostrar nossa posição”, disse Marta à TV Globo ao deixar o campo. Nesta sexta-feira, a Comissão de Ética da CBF notificou Rogério Caboclo, que tem 15 dias úteis para apresentar sua defesa.
TIME BASE NO INÍCIO
Com a base do time que deve estrear nas Olimpíadas, dia 21 de julho, contra a China, a seleção brasileira mostrou desde o início um repertório diferente: muita marcação, sem deixar a Rússia sequer se aproximar da área da goleira Bárbara. Faltava um pouco de movimentação ofensiva, mas a insistência do Brasil foi premieada aos 41 minutos: Andressinha cobrou escanteio da esquerda, Ludmila desviou, e Bruna Benites marcou de cabeça, na pequena área.
MUDANÇAS E MAIS GOLS
Na volta do intervalo, uma preocupação: com um incômodo na coxa, Formiga deu lugar a Júlia Bianchi. Pia fez outras duas mudanças no intervalo, lançando Poliana e Adriana, e depois colocou Andressa Alves, Jucinara e Giovana Queiroz. Se o objetivo da treinadora era ver alternativas, conseguiu: a seleção mostrou novas variações ofensivas e consolidou a vitória com participação de Andressa Alves: cobrou o escanteio para Bruna Benites marcar, aos 18, e fechou o placar aos 35, em boa jogada individual, pegando a sobra do próprio cruzamento da esquerda. (Globo Esporte)