A CBF teve um presidente preso, outro banido pela Fifa, outro que renunciou em meio a investigações de corrupção, já atravessou todos os tipos de crise. Mas é seguro afirmar que jamais houve algo parecido ao que se viu entre 9 de abril, quando uma funcionária se licenciou por motivos de saúde, e 6 de junho, quando o presidente Rogério Caboclo foi afastado por uma denúncia de assédio sexual e moral.

Nesse período, a entidade viveu uma guerra interna entre presidente e diretores, numa crise que envolveu dos jogadores da Seleção ao presidente da República e resultou na organização inesperada de uma Copa América no Brasil. Nesta reportagem, o ge conta em detalhes os bastidores da queda de Caboclo, que foi procurado, mas não se manifestou.

DISCURSO E IMITAÇÕES

– Presidente, não é hora. Tenho experiência nisso…

– Vamos para o vestiário, Cafu, vai dar certo.

O diálogo se deu na noite de sexta-feira, 4 de junho, dentro de um carro a caminho do Beira-Rio, horas antes de a seleção brasileira enfrentar o Equador pelas Eliminatórias. O presidente da CBF, Rogério Caboclo, insistia em fazer uma visita ao vestiário antes do jogo. O pentacampeão Cafu e o secretário-geral da confederação, Walter Feldman, tentaram dissuadi-lo. E falharam.

A incursão ao vestiário foi considerada trágica por quem presenciou a cena. Caboclo fez um discurso que, nas palavras de quem ouviu, soou desconectado e incompreensível. Durou até que Tite e Neymar começassem a gritar palavras de incentivo ao time. O presidente da CBF ainda sugeriu que o capitão Casemiro tomasse cuidado com o que fosse falar após o jogo, o que só deixou todo mundo ali ainda mais irritado.

Depois da vitória sobre o Equador, o vestiário da Seleção virou um palco em que jogadores imitavam o presidente da CBF de maneira debochada. Um atleta experiente fez a imitação mais aplaudida, recebida às gargalhadas por jogadores e membros da comissão técnica.

Enquanto a equipe comandada por Tite enfrentava os equatorianos, Caboclo teve uma conversa dura com Feldman, seu braço direito desde anos antes de assumir a presidência da CBF, em abril de 2019. Feldman tinha virado amigo e conselheiro. Mas seus conselhos já não eram mais escutados.

A discussão entre os dois começou num salão do Beira-Rio, na presença de outras pessoas. Quando o tom subiu, sugeriram aos dois que continuassem a conversa num camarote com vista para o campo. O tema era o mesmo das semanas anteriores: Feldman insistia com Caboclo para que ele se licenciasse do cargo. O presidente negava a hipótese com veemência.

Horas antes da partida entre Brasil e Equador, às 15h51 daquela sexta-feira, o ge revelou que uma funcionária da entidade havia acusado formalmente o presidente da CBF de assédio sexual e moral. A reportagem mostrou detalhes da denúncia apresentada à Comissão de Ética da CBF, segundo a qual Caboclo havia humilhado e insultado a funcionária, muitas vezes na presença de outros diretores.

Feldman (C) e Caboclo com o então presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Secretário-geral era o braço direito do presidente da CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Feldman (C) e Caboclo com o então presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Secretário-geral era o braço direito do presidente da CBF – Lucas Figueiredo/CBF

Quando a denúncia foi publicada, Caboclo almoçava com dirigentes da Federação Gaúcha e de clubes de futebol do Rio Grande do Sul. Assim que leu a notícia no celular, o cartola se retirou do ambiente por cerca de 40 minutos. Voltou, terminou de comer e bebeu um pouco de vinho tinto.

Ao fim da refeição, ficou de pé e fez um breve discurso. Citou a importância do Rio Grande do Sul para o futebol brasileiro e apresentou Cafu, que o acompanhava, como o homem que resolveria uma crise com os jogadores da Seleção, àquela altura dispostos a não jogar a Copa América que ele, Caboclo, havia trazido para o Brasil.

Embora todos ali já tivessem lido a reportagem e soubessem da gravidade da denúncia apresentada pela funcionária, Rogério Caboclo não tocou no assunto. Manteve a pose e a frieza.

Mais tarde, em seu quarto no hotel Radisson, distante 1,5 quilômetro do Sheraton, onde a Seleção estava hospedada, o presidente da CBF voltou a ignorar sugestões para evitar as câmeras e os holofotes do Beira-Rio e foi ao jogo. Além da incursão ao vestiário, se deixou ser visto conversando com Tite no gramado antes do início da partida.

Caboclo conversa com Tite, Cafu e Clodoaldo no gramado do Beira-Rio, antes de Brasil x Equador - Genito Junior
Caboclo conversa com Tite, Cafu e Clodoaldo no gramado do Beira-Rio, antes de Brasil x Equador – Genito Junior

Depois do jogo, Caboclo tentou uma última demonstração de força e convocou a diretoria da CBF – quase toda presente ao jogo em Porto Alegre – para uma reunião no hotel no sábado de manhã. Ninguém atendeu à convocação. Os diretores voaram cedo para o Rio ou para São Paulo. Ali, o dirigente finalmente percebeu que estava sozinho.

INÍCIO DO FIM

A queda do dirigente começou a se desenhar bem antes – mais precisamente no dia 9 de abril de 2021. Foi quando uma funcionária se afastou de suas funções na CBF alegando motivos de saúde. Secretária de Caboclo, ela se queixava do tratamento que recebia do chefe. Caboclo também se afastou e disse que estava entrando de férias. A situação era conhecida por diretores e funcionários da CBF, que nas semanas anteriores vinham buscando uma solução para o problema.

A funcionária recebeu a oferta de mudar de área e trabalhar longe de Caboclo, porém recusou – afinal, o problema não havia sido causado por ela, mas por seu chefe. A proposta foi feita à secretária após ela mostrar o conteúdo das gravações a alguns diretores. Diante do que tinha em mãos, a funcionária não queria abrir mão do trabalho. “Não fiz nada de errado”, ela dizia a seus interlocutores, frase que repetiu na denúncia protocolada na última sexta-feira.

A gravação ocorreu no dia 16 de março, na sala da presidência. No diálogo, que o Fantástico revelaria em 6 de junho, o presidente instou a funcionária a falar sobre a própria intimidade com perguntas constrangedoras. Uma semana antes, ele a havia chamado de “cadelinha”. Logo depois, ofereceu um biscoito canino e latiu para ela.

A tentativa de resolução do problema destruiu a relação entre Rogério Caboclo e os diretores da CBF. Nos dois últimos meses, vários deles, em algum momento, foram demitidos – nenhum desses atos foi de fato efetivado. Quando percebia algum tipo de resistência a ordens que pretendia dar, o presidente “demitia” o diretor, para horas ou dias depois “desdemitir”. Outros chegaram a pedir demissão, entre eles o diretor de Recursos Humanos, Marco Dalpozzo – também sem efetivar a saída.

O maior foco de desentendimento era a negociação com a funcionária. Caboclo entendia que a entidade deveria compensá-la caso um acordo de indenização fosse fechado. Um pagamento no valor de R$ 8 milhões foi mencionado. Após a exposição do caso, a defesa de Caboclo afirmou em nota que o pedido de R$ 12 milhões partiu da funcionária. A defesa dela nega e afirma que partiu de Rogério Caboclo uma oferta de dinheiro. De qualquer maneira, ela não aceitou.

O estatuto da CBF determina que pagamentos desse tipo feitos pela entidade precisam de três assinaturas para serem consumados: a do presidente, a do diretor financeiro e a do diretor da área envolvida. Gilnei Botrel, diretor financeiro, se recusou a endossar o acordo. Luiz Felipe Santoro, diretor jurídico, também. O secretário-geral Walter Feldman se alinhou aos diretores, enquanto tentava aconselhar Caboclo a se licenciar.

A interlocutores na CBF, o presidente se dizia seguro de que resolveria a questão. Antes que a crise se tornasse pública, buscou o apoio dos ex-presidentes Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira, que são rompidos entre si. Antigos pedidos de Del Nero foram atendidos. Teixeira deu conselhos. Na semana do jogo contra o Equador, em Porto Alegre, Caboclo chegou a dizer que estava tudo certo e que a funcionária voltaria a trabalhar com ele. O que jamais aconteceu.

Banido do futebol pela Fifa, Del Nero foi procurado por Caboclo antes de a crise vir a público - Lucas Figueiredo/CBF
Banido do futebol pela Fifa, Del Nero foi procurado por Caboclo antes de a crise vir a público – Lucas Figueiredo/CBF

Ela não aceitou duas exigências que os advogados de Caboclo faziam: dizer que os abusos não ocorreram e mentir quando fosse perguntada sobre o assunto. O acordo não foi assinado. E, no início da semana, o dirigente apareceu numa entrevista coletiva destacando o papel da CBF no futebol feminino e celebrando a igualdade promovida pela entidade.

Em guerra com seus diretores, Rogério Caboclo vislumbrou uma saída para a própria crise na noite de 30 de maio, um domingo, quando recebeu um telefonema do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, que também tinha um problema para resolver.

EFEITOS DA COPA AMÉRICA

Em março de 2019, reunido numa sala de um hotel de luxo em Miami, o Conselho da Conmebol decidiu que a Copa América de 2020 teria duas sedes, Argentina e Colômbia. A pandemia adiou o torneio para 2021, as duas seleções convidadas (Austrália e Catar) caíram fora e os dois países-sede não conseguiram organizar o torneio. Duas semanas antes do jogo de abertura, a Copa América não tinha uma casa.

Na noite de 30 de maio, Domínguez decidiu procurar Caboclo. A Copa América precisava de um país que pudesse abrigá-la. Para colocar o plano de pé, era preciso algo que Colômbia e Argentina não tiveram – a garantia e o apoio do governo.  Caboclo tentou falar com Bolsonaro na noite do mesmo domingo, sem sucesso. Na manhã seguinte, antes das 6h, ele conseguiu e recebeu sinal verde de Brasília.

Mais tarde naquela manhã, numa reunião do Conselho da Conmebol, duas perguntas foram feitas aos dez presidentes das associações nacionais de futebol: “Vocês querem jogar ou querem cancelar a Copa América?”. Dez respostas positivas. “O Brasil se apresenta como candidato a sede. Vocês topam?”. Por unanimidade, sim. A reunião ainda estava em andamento quando a Conmebol fez o anúncio em suas redes sociais: a competição seria no Brasil.

Alejandro Domínguez ao lado da taça da Copa América: presidente da Conmebol pediu ajuda a Caboclo - Reprodução
Alejandro Domínguez ao lado da taça da Copa América: presidente da Conmebol pediu ajuda a Caboclo – Reprodução

Rogério Caboclo considerou o ganho político. Ao viabilizar o Brasil como sede da Copa América, recebia a gratidão de seus pares no continente e do presidente da Conmebol. E se aproximava do governo federal, também interessado em organizar um torneio internacional no país.

Mas a decisão causou imediata repercussão negativa. Médicos, jornalistas e políticos de oposição criticaram a realização da competição no Brasil no momento em que a Covid-19 mata mais de 2 mil pessoas por dia no país. A CBF e a Copa América entraram na pauta da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a maneira como o governo enfrenta a pandemia. Governadores de estados cotados para receber jogos passaram a rejeitar a ideia publicamente. Outros se escalaram e depois tiraram o time de campo. As redes sociais foram inundadas de memes: Cepa América, Cova América, o mascote Cloroquito.

A decisão criou outro problema para Caboclo. Enquanto a Copa América era anunciada, a seleção brasileira estava concentrada na Granja Comary, em Teresópolis, treinando para dois jogos das Eliminatórias para a Copa do Mundo. Comissão técnica e jogadores tomaram um susto com o anúncio da Conmebol. Especialmente porque a CBF, afinal de contas a entidade que viabilizou a vinda do torneio para o Brasil, nada comunicou ao grupo antes ou depois do anúncio da Conmebol.

Tite conversa com o grupo: Seleção ficou sabendo pelas redes sociais que a Copa América seria no Brasil - Lucas Figueiredo/CBF
Tite conversa com o grupo: Seleção ficou sabendo pelas redes sociais que a Copa América seria no Brasil – Lucas Figueiredo/CBF

Havia uma entrevista programada para a mesma segunda-feira na Granja Comary, mas os jogadores e a comissão técnica decidiram não falar. Comportamento que repetiram na terça, dia 1 de junho. Na visão deles, estavam sendo expostos e usados pelo presidente da CBF. Não queriam ter que responder sobre uma decisão que não tomaram. Alguns atletas se queixaram: se soubessem que a Copa América seria no Brasil, teriam trazido suas famílias da Europa – problemas que seriam resolvidos mais facilmente se não houvesse pandemia, quarentenas, restrições a viagens. Estava instalada mais uma crise.

Na quarta-feira, dia 2 de junho, Rogério Caboclo subiu a serra fluminense para conversar com Tite e os jogadores. O resultado não foi bom. O técnico da Seleção foi duro com o dirigente, que respondeu com frieza. Tite deixou claro que se sentiu desrespeitado por não ter sido consultado. Ouviu de volta que a Copa América precisava ser feita no Brasil e pronto.

A relação entre dirigente e treinador já era difícil. Na véspera da última convocação, houve uma reunião na qual Caboclo orientou Tite e Juninho sobre como deveriam responder caso fossem feitas perguntas sobre a crise em curso na CBF. Depois que o ge revelou essa reunião, o presidente cobrou a comissão técnica sobre o vazamento. Tite não gostou. A divulgação de conversas gravadas em 2018 pela ESPN em 21 de maio deste ano também incomodou a comissão técnica. Nelas, Caboclo dizia que gostaria de trocar a comissão técnica depois da Copa do Mundo de 2018, mantendo apenas Tite.

Em meio à crise que enfrentava na entidade, Caboclo não manifestou para pessoas da CBF que pretendia demitir Tite. O dirigente tinha uma desconfiança – infundada – de que o técnico poderia pedir demissão. E, neste caso, Caboclo queria apresentar esse desfecho como uma decisão dele, não de Tite. Havia uma preocupação de transmitir ao público externo a mensagem de que ele estava no controle.

O recado em relação à Copa América também foi transmitido aos jogadores em Teresópolis. Eles não gostaram. O que começou com questionamentos sobre a decisão de organizar o torneio virou um motim. Jogadores discutiram a sério a possibilidade de não participar da Copa América. Houve conversas com jogadores de outras seleções. O sindicato mundial de jogadores (Fifpro) apoiou o movimento.

Com o passar dos dias, ficou evidente que não haveria boicote. Nunca houve consenso dentro do grupo de jogadores da seleção brasileira, tampouco entre atletas de outros países. No dia seguinte à publicação da denúncia contra Rogério Caboclo, dirigentes da confederação trataram de reconstruir a relação com a Seleção. De um lado, partiu a mensagem de que o presidente da CBF estava prestes a ser afastado. De outro, que os jogadores disputariam a Copa América.

Nas redes sociais, apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, começaram a criticar Tite. De acordo com informações de André Rizek, interlocutores de Caboclo no governo ouviram que o dirigente pretendia demitir o treinador e trazer Renato Gaúcho para a seleção logo após o jogo contra o Paraguai. Mas Caboclo não teria a chance de fazer isso.

FESTA COM AFASTAMENTO

Enquanto os bombeiros agiam para controlar o incêndio na Seleção, a diretoria da CBF formalizava o apoio ao afastamento de Rogério Caboclo. Na noite de sábado (5 de junho), o diretor de Governança e Conformidade da entidade, André Megale, enviou um ofício por e-mail a Caboclo para recomendar que ele se licenciasse do cargo. O cartola não respondeu. Os diretores, copiados na mensagem, responderam que concordavam com a ideia.

Naquela mesma noite, o Conselho da Conmebol se reuniu numa teleconferência para discutir a organização da Copa América, um torneio bombardeado por críticas. Caboclo pediu a Juninho Paulista, coordenador de seleções, para convencer Casemiro, capitão da seleção brasileira, a participar da reunião. O jogador se recusou.

O presidente Jair Bolsonaro participou da teleconferência, mencionou a ameaça de boicote por parte dos jogadores – “eu já fui atleta, sei como são essas coisas” – e reafirmou o apoio do governo à realização do torneio. A mensagem de Bolsonaro foi bem recebida pela Conmebol.

Por ordem de Caboclo, Juninho Paulista pediu para Casemiro participar de teleconferência sobre a Copa América, mas volante não quis - Lucas Figueiredo / CBF
Por ordem de Caboclo, Juninho Paulista pediu para Casemiro participar de teleconferência sobre a Copa América, mas volante não quis – Lucas Figueiredo / CBF

Rogério Caboclo passou o domingo (dia 6 de junho) em sua casa em São Paulo. Ao longo do dia, tentou falar com o presidente da Comissão de Ética da CBF, Carlos Renato de Azevedo Ferreira, um discreto e formal ex-desembargador paulista, que trata todos os seus interlocutores por “senhor” e “senhora”, sem importar que idade tenham. Caboclo não foi atendido por ele.

O último dirigente da CBF a visitá-lo foi o vice-presidente Gustavo Feijó. A exemplo do que havia feito Walter Feldman em Porto Alegre, Feijó tentou persuadir o presidente a se licenciar – o que, segundo o estatuto da entidade, permitiria a Caboclo escolher qual dos oito vices ficaria em seu lugar durante a ausência. Feijó tampouco foi ouvido. Caboclo o acusou de participar de uma grande conspiração para derrubá-lo.

Às 17h16 de domingo, o ge publicou: “Rogério Caboclo é afastado da presidência da CBF após denúncia de assédio sexual e moral”.

Mais tarde naquela noite, o Fantástico revelou o conteúdo de uma gravação feita pela funcionária que o acusa de assédio sexual. Em conversa gravada na sala da presidência da CBF no dia 16 de março, Rogério Caboclo fala de maneira desrespeitosa sobre a própria mulher e provoca a funcionária a falar da vida sexual dela. Depois de ter ingerido uma grande quantidade de vinho, ele pergunta: “Você se masturba?”. Ela se recusa a responder e se retira da sala.

Ao fim da exibição da reportagem, o clima nos grupos de WhatsApp de funcionários da CBF era de euforia. O afastamento de Rogério Caboclo foi comemorado como um título de Copa do Mundo.

Nos primeiros dias desta semana, os oito vice-presidentes da CBF começaram a discutir. Por enquanto, o presidente da entidade é um deles – Antonio Carlos Nunes, o mais velho deles. Mesmo afastado do cargo de presidente, Rogério Caboclo continua recebendo salário, estimado em cerca de R$ 200 mil por mês. Com a mesma determinação com que resistiu aos conselhos para se afastar, dispara telefonemas e mensagens para dirigentes e tenta articular sua volta ao poder. (Globo Esporte)