Publico-vos com fidelidade… A minha conversa com Carlos Drummond de Andrade… O Príncipe dos poetas da Modernidade… Bem ali nas proximidades do som do mar de Copacabana!
Pus-me ao lado de sua Estátua. E ouvi sua voz precelosa e calma, ao fundo, a música das águas. E ouvi belas e grandes palavras Drummondianas!
Apertei sua mão na Estátua… E vi que a vida pulsa e salta, expressando sua alma na arte em chamas!
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–Boa tarde, ó Carlos Drummond de Andrade! Quisera eu biografar-te, mas obsta-me tu seres infinito!
Havia calor em sua mão. Ali, “O Pensador” pensava tão alto, com erudição, que minh’alma ouvia o brado poético do seu coração! Coração bonito!
Com o seu sotaque mineiro, mesclado com seu carioquismo faceiro. Cumprimentou-me com sua voz de gênio, pois na Arte tudo é possível!
Ó menino de olhos azuis! Da sacada da casa, as montanhas olhava! As colinas de Itabira fitava! Olhar de luz!
Nasceu em Minas, mas foi para o Rio, pois seus olhos azuis anil… Traziam, dentro, o mar do Rio! Olho azul como o mar em luz!
Ó… Ali no meio da calçada tinha uma Estátua. Tinha um Pensador no meio da calçada. Que venceu as muitas pedradas no “meio do caminho!”
No final da estrada, Drummond de Andrade olhava. E via que ficaram bem atrás as pedradas. Bem atrás de onde ele chegara, humildisíssimo!
Tão longe Drummond chegou, que a pedra não mais o alcançou. Pelo meio do caminho invisível ficou. E Carlos Drummond se tornou o Poeta Superlativo!
As pedradas ficaram tão atrás, que já não podiam ser vistas mais! E Drummond chegou longe demais! Propalado o poetíssimo!
O itabirano de Minas Gerais viu que as pedras ficaram bem lá atrás, ferindo outros pés, com destalento contumaz… E Drummond, bem lá na frente, exímio!
Do século vinte, o maior Poeta!
Representado em várias Esculturas em alturas eternas! Laureado pelas maiores premiações da terra! E a pedras? Lá atrás pelo meio do caminho!!!
Expulso da sala pelo seu professor, que de arrogante o acusou. Seu despeito vivo diante da genialidade do menino se notou! Expulso da Escola!
O professor revelou em seu ato, a própria miséria intelectual, de fato!
Sua pobreza inteligencial dera impacto! Só não conseguiu esse ato: Expulsar Drummond da História!!!!
Não sabia o professor ingentil, que Drummond estaria em todas Escolas do Brasil!! Estudado por teses, épocas, por séculos mil! O professor não conseguiu impedir sua presença imortória e sua fama ditosa!
Ó desprofessor de Friburgo! No Colégio Anchieta o fatídico de sua inobreza foi exposta ao mundo! Em Itabira, no Museu Memorial, terra Natal do escritor genial foi exposto o fato absurdo.
Acusaste de arrogante um rapaz fascinante, cuja humildade era gigante, sem qualquer orgulho!
Filho de pais milionários, quis ser caixa de um pequenino mercado, para comprar seu primeiro terno azulado… Renunciou ouro, fazendas e gados… Uvas e vinhos que ao exterior era exportado… Quis ser servidor público!
O professor não entendia que o planeta muito gira… E, nessas voltas muito bonitas, haveria uma inversão!
O aluno que ele perseguiu… Expulsou da sala, e da escola excluiu… O Ministro o incluiu… Pôs Drummond em nível gentil: Chefe do Ministério da Educação!
E muito mais que isto, o maior Poeta já visto… Foi pelos mal amados, mal entendido! Porém, creiam nisso: A vida sabe honrar quem tem razão!
Formou-se em Farmácia. Uma forma inconsciente de desejar curar doentes e suas almas. Almas do vasto mundo! Porém, suas poesias muito mais curariam naqueles dias, e de alegria recobririam seus corações vastos e profundos!
Arrogante? Ó não… Nunca ó desprofessor!
O filho mais ilustre que Minas celebrou! O brasileiro mais importante que a Nação imortalizou. Gigante em tudo!
O século inteiro por Drummond foi registrado. Viu as duas grandes Guerras, a Vargas Era, o Ditadoriado. A Revolução de 30, e viu poesia na dor dos soldados! Com expressões surrealistas!
Brilhou no Correio da Manhã, e no Jornal do Brasil com beleza sã… Oscar Neimeyer era seu fã! São as voltas que fazem a noite virar manhã. Ó sábia vida!
Drummond… Mosaico em grandeza, que a Música Popular Brasileira recantou suas poesias obreiras com honrarias!
Ó menino da Fazenda do Pontal!
Ninguém conseguiu te expulsar do reconhecimento internacional!
Perante Drummond, a própria arte se curva!
A consciência literária foi a outro patamar elevada..Ao espírito épico sutilizada.
Superior à Tratados é sua cultura!
Oswaldo de Andrade, Mário de Andrade eram também fãs de Carlos Drummond de Andrade!
Poetas modernistas.
Amado por Manoel Bandeira, que belo!
E de João Cabral de Melo Neto, Drummond fora “pai poético”! Que honra exímia!
A riqueza de sua obra gloriosa foi descoberta em expansão vultosa nos cinemas da história!Ó inesquecível cronista!
Com Dolores se casou. E a filha Maria Julieta foi fruto e nobreza desse amor. Indizível a importância cultural desse escritor! Atemporal na vida!
“E agora José” foi musicado por Villas Lobos…
Corais cantaram, orquestraram, sinfonizaram as poesias de Drummond, o iluminado! Eternamente lembrado pelo povo.
Recebeu o título nobre da Universidade do Rio Grande do Norte, “Doutor Honoris Causa”. Que volta forte que a vida deu!
Foi o único poeta brasileiro a ter o rosto estampado em nosso dinheiro. Sua imagem nas notas pelo Brasil inteiro. Gênio defendido por Deus!
Era a nota de Cinquenta Cruzados, em que Drummond fora desenhado. O País comprava e vendia sob seu legado! Drummond era inexpulsável da Cultura do País seu!
Ah… Aquele gênio, aquele portento!!! Homem sem fim…
Rapazinho magro, no sofá da livraria do Rio, sentado! Era muito recitado por Tom Jobim!
Menino raro, entre as árvores de Itabira punha-se sentado, lendo Robinson Crusoé concentrado, ali!
Largava brinquedos caros, que seu pai milionário tinha-lhe presenteado. Era humilde sim!
Preferia conversar com os pássaros, com as pedras, nuvens, com a terra e seu cheiro molhado… Seu coração humilde foi justificado aqui!
O seu professor Drummond perdoou!
Era humilde o bastante para perdoar os verdadeiros arrogantes que nem percebem seu desamor!
Procurei na História, com extremo labor, a Biografia ou o nome do seu professor, mas a História nem fez questão de registrar sua nominação. A História nem fizera alusão. A História o ignorou! Não pelo engenho professoral, cuja honra institucional é de fato mui especial e tida com louvor. E sim, pela atitude de um desprofessor que desensinou. E que tão mal interpretou a genialidade de um menino escritor.
Coisas de almas apequenadas! Almas asoberbadas, que não suportam o brilho de almas bem amadas! Que não aceitam quem estrela se tornou!
Em 2002, houve o seu Centenário. Gerações e gerações seguem o seu legado! Ainda ouvem o seu coração octogenário que deixou de bater…
Em seu radiozinho, ele ouvia bem cedinho, a “Voz do Brasil”, bem quietinho, sem sequer perceber…
Que a Voz do Brasil era ele mesmo. O maior Poeta da cultura ocidental em relevo. Da literatura mundial o grande portento… Para todo mundo ver! Sabe por quê?
Porque é impossível expulsar o sol do seu amanhecer !!!!
*SUZIANE CAVALCANTE é escritora e Poeta brasileira, em Rondonópolis. Cantora, Compositora, Palestrante, Biógrafa, Cronista, Teóloga, Bacharelada em Direito, Oradora, Coordenadora do Projeto Arte Jurídica em Rondonopólis.
CONATO: www.facebook.com/suziene.cavalcante