Gérson não está disposto a recusar o aumento salarial de 3,5 vezes mais do que recebe no Flamengo e, por mais que seu pai diga o contrário, foi o agente do jogador quem informou que haveria proposta do Olympique de Marselha. Falta formalizar a oferta, chegar a um acordo, mas a informação é que a distância entre os números conversados não é grande. É possível que Gérson deixe o Flamengo.
Há dois meses, o vice-presidente de finanças, Rodrigo Tostes, admitiu a necessidade de realizar perto de R$ 140 milhões em negociações. Não é exclusividade do Flamengo. O Palmeiras receberá Dudu de volta, deve contar outra vez com Deyverson, estuda a situação de Borja e pode subir sua folha de pagamento em 20%. No ano passado, com custo, diminuiu a folha em 30%.
Nem Flamengo nem Palmeiras têm culpa. A explosão do câmbio torna impossível concorrer com o mercado internacional. Há mais problemas.
Ainda não é certeza de que Borja voltará. Mas o Palmeiras admite que precisará vender jogadores se houver propostas. Atenção: se houver. Não chegaram ofertas nem por Viña nem por Rony.
Gérson é o melhor meio-campista do Brasil e será impossível repor sua perda indo ao mercado. Não há jogadores de seu status. É possível transformar João Gomes, contratar outros atletas, mas Gérson é um meio-campista único no Brasil. Joga no melhor time do país e tem 24 anos, diferente da realidade da Série A, onde brilham veteranos ou iniciantes.
É a dura realidade do futebol brasileiro.
Se houvesse vacina mais cedo, seria possível pensar em voltar pouco a pouco com público ao estádio, como na Inglaterra. Mas o Brasil não está vacinado para acabar com a covid e isto agrava uma velha doença do futebol brasileiro: a de ser apenas vendedor. (Globo Esporte)