A Uefa anunciou que abriu um procedimento disciplinar contra o Barcelona, Juventus e Real Madrid por uma “potencial violação ao quadro jurídico” da entidade devido à participação do trio na Superliga Europeia. Os três clubes seguem filiados ao grupo e podem sofrer sanções.
O anúncio veio após uma investigação de inspetores do Comitê de Ética e Disciplina da Uefa. No último dia 7, a entidade havia divulgado que os outros nove clubes fundadores da Superliga haviam deixado o grupo e seguido uma série de recomendações para evitar punições.
Barcelona, Juventus e Real Madrid podem ser excluídos de competições organizadas pela Uefa, caso não encerrem seus compromissos com a Superliga. Os três times estão classificados à próxima edição da Liga dos Campeões, na temporada 2021/22.
Presidente do Real Madrid, Florentino Pérez deixou claro que não desistiu do projeto. Andrea Agnelli, principal acionista da Juventus e presidente do clube, foi um dos entusiastas da liga e chegou a anunciar o fim do grupo, mas, segundo a Uefa, ainda não houve a desfiliação. A nova diretoria do Barcelona prometeu submeter sua participação na Superliga à votação com os sócios.
Qualquer decisão do Comitê Disciplinar da Uefa está sujeita a recursos no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS). Presidente da entidade máxima do futebol europeu, Aleksander Ceferin não escondeu sua revolta com o projeto da Superliga e a intenção de punir os responsáveis pela ideia.
Superliga: projeto que durou menos de 72 horas
A Superliga Europeia, uma competição que os 12 clubes pretendiam criar como alternativa à Liga dos Campeões, foi anunciada no dia 18 de abril, e gerou críticas imediatas tanto de organizações como Uefa e Fifa quanto de outros clubes e de torcedores dos próprios times fundadores, especialmente os ingleses.
Torcedores do Chelsea protestam contra a Superliga em Stamford Bridge: reação das torcidas aumentou pressão contra Superliga — Foto: Marcelo Courrege
Diante da grande pressão da opinião pública, o projeto não durou 48 horas, tempo suficiente para os seis clubes da Inglaterra anunciarem a desistência da ideia. Na quarta-feira, dia 21 de abril, outros quatro participantes também abandonaram a iniciativa: Atlético de Madrid, Milan, Inter de Milão e Juventus.
No entanto, embora o presidente da Juventus, Andrea Agnelli, tenha dito na época que não acreditava que o projeto teria continuação, o clube de Turim não efetivou oficialmente sua desistência, e permanece sujeito a punições da Uefa, assim como Real Madrid e Barcelona. (Globo Esporte)