Era dia 20 de abril, uma terça-feira, véspera do duelo da Inter de Limeira contra o Ituano. Com o Leão pressionado por três derrotas consecutivas no Paulistão, o técnico Thiago Carpini pensava em como reabilitar o time quando chegou a notícia que torcia para que nunca recebesse: Élida, sua sogra, tinha falecido por complicações da Covid-19.
Foi a quarta morte por Covid de um familiar próximo a Carpini no intervalo de um mês. Antes, já tinha perdido o avô, uma tia e um tio.
Ele foi se despedir da sogra e depois do enterro seguiu para o treino da Inter. Decidiu também comandar a equipe no jogo contra o Ituano. A Inter venceu por 1 a 0, acabou com a sequência negativa no Paulistão, e Carpini se emocionou na entrevista coletiva depois da partida:
– O mundo tem vivido esse drama. Mas quando a gente vive isso tão próximo, tão perto, dentro da nossa casa, assusta, preocupa. A dor é grande. As perdas são irreparáveis – disse na oportunidade.
Hoje, com a Inter classificada para as quartas de final depois de 35 anos, ele dedica o feito aos parentes que foram levados pela Covid.
– É uma situação muito difícil. Você não supera assim, tem dias melhores, outros ruins. É uma partida muito doída, principalmente da minha sogra, que também era uma mãe para mim, além de uma avó maravilhosa para os meus filhos. Então, ao mesmo tempo em que o Paulistão foi especial para o nosso trabalho e para a Inter, também ficou marcado por essas perdas tão próximas. Então essa vaga é para eles, a classificação é pela memória dessas pessoas queridas que a gente perdeu. É muito especial dedicar isso a elas também – comentou Carpini.
A Inter decide uma vaga às semifinais do Paulistão nesta terça-feira, contra o Corinthians, a partir das 16h, na Neo Química Arena. (Globo Esporte)