Juína, no noroeste mato-grossense, 41.101 habitantes, distante 634 quilômetros de Cuiabá, comemora 39 anos como município neste domingo (09.05), com ações do Governo do Estado em infraestrutura rodoviária, urbana e aeroportuária, logística e agricultura familiar.

Pelo Programa Mais MT, serão investidos R$ 4,95 milhões no aeroporto do município na construção de cerca operacional, pavimentação da pista, sinalização luminosa e auxílio à navegação aérea.

Passa a ser atendido, na categoria básica, por uma nova empresa de transporte coletivo intermunicipal de passageiros, Viação Juína, responsável pelos polos de Aripuanã, Campo Novo do Parecis, Diamantino, Juína e Tangará da Serra, além de outras 16 cidades.

A Sinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística) também mantém convênios em andamento com o município, para fornecimento de óleo diesel, pavimentação e drenagem urbana.

O óleo diesel abastece os maquinários utilizados na restauração de 106 quilômetros da MT 183 – não pavimentada – entre o perímetro urbano e ponte sobre o Rio Furquim.

Os convênios contemplam ainda a aquisição de material para pavimentação e drenagem urbana de 11.130,08 m², das avenidas Olavo Inácio Henz e Dr. Ulisses Guimarães e ruas Tupã, Itaí e Jales, além da manutenção e conservação de 47,8 quilômetros da rodovia não pavimentada BR 174, no acesso à aldeia.

Estão em pavimentação 5.943,92 metros quadrados da Rua Presidente Prudente e trecho das ruas Granada e Campos do Jordão, no bairro Módulo 6.

Agricultura familiar

Na atual gestão, a agricultura familiar municipal foi beneficiada com a entrega três patrulhas mecanizadas compostas por um trator agrícola 4×4 com potência de 110 CV, uma carreta basculante com capacidade para seis toneladas e uma grade aradora com 18 discos de 28 polegadas –duas em 2019 e uma em 2021.

Em janeiro deste ano, recebeu também cinco resfriadores de leite com capacidade de até mil litros cada, doses de sêmen convencional de cinco raças leiteiras e prenhezes (transferência de embrião).

Saúde e repasses

A SES (Secretaria de Estado de Saúde) repassou ao município 3.475 testes rápidos para detecção do coronavírus e medicamentos para combatê-lo, num total de 150.049 comprimidos, entre azitromicina (18.449), ivermectina (14.759) e dipirona (116.841), também distribuído em gotas, com 2.870 frascos.

Entre 2020 e 2021, o Governo do Estado repassou R$ 46,45 milhões aos cofres municipais em ICMS, IPVA e Fethab; R$ 2,549 milhões em assistência social, transporte escolar e emendas parlamentares entre 2019 e 2020; e R$ 38,639 milhões em fundos de saúde entre 2019, 2020 e 2021.

Economia

O setor de serviços, com R$ 474,5 milhões, e administração pública (R$ 248,6 milhões) responderam por 70% do Produto Interno Bruto (PIB) municipal de R$ 1,03 bilhão, registrado em 2018 pelo IBGE. Impostos (R$ 127,7 milhões), agropecuária (95,07 milhões) e indústria (R$84,5 milhões) fecham a soma.

O PIB per capita é de R$ 25.195,72, enquanto R$ 199,5milhões entre salários e outras remunerações circularam no município em 2018.

Com um frigorífico, uma indústria de ração animal e uma distribuidora de insumos, segundo o Observatório do Desenvolvimento, da Sedec/MT, Juína detém o quinto maior rebanho bovino mato-grossense, segundo dados do IBGE de 2019. Foram registradas 807.015 cabeças, das quais  7.383 vacas ordenhadas, com uma produção de 10,5 milhões de litros de leite.

Na pecuária, o município detém ainda um rebanho galináceo com 133.486 cabeças, das 12 mil galinhas, com 192 mil dúzias de ovos; 11.927 suínos (2.751 matrizes), 9.526 equinos, 7.062 ovinos e 1.070 caprinos, além de uma produção de 195,5 toneladas de peixes em cativeiro e de 5,6 toneladas de mel de abelha.

A agricultura está entre os primeiros do ranking estadual na produção de algumas culturas, como batata doce (segundo lugar, com 450 toneladas), café, palmito e tomate (terceiro, com 651, 400 e 300 toneladas, respectivamente) e banana e melancia (oitavo, com 2.661 e 1.200 toneladas).

Produz ainda abacaxi, amendoim, arroz, cana de açúcar, coco da baía, feijão, guaraná, laranja, limão, mandioca, mamão, maracujá, melão, milho e soja. Na  silvicultura, registra 1.486 hectares plantados com eucalipto.

História

Antiga morada dos povos cintalarga, rikbaktsa e enawenê-nawê, o município abriga duas grandes áreas indígenas e a Estação Ecológica de Iquê. A ocupação começou com construção da rodovia AR-1, entre Vilhena, em Rondônia, e Aripuanã, na década de 1970.

O Projeto Juína, idealizado pela Codemat e Sudeco e formalizado em 1976, previa a implantação de uma cidade na selva amazônica. Dois milhões de hectares foram vendidos, principalmente para ruralistas do sul do país. À prefeitura de Aripuanã foram cedidos 117 mil ha às margens do rio Juruena e mais 65 mil ha às margens do rio Aripuanã.

A partir de 1978, inúmeras famílias, especialmente do centro-sul do país, chegaram à região, levando à criação do distrito em 1979, subordinado a Aripuanã. Foi elevada a município em 9 de maio de 1982, com área de quase 30 mil quilômetros quadrados.