A secretária de Saúde de Cuiabá, Ozenira Félix, fez um desabafo após ser vítima de críticas racistas, dizendo que as pessoas precisam ser julgadas pela competência profissional e não pela cor da pele.
“Estou contando a minha história, porque existe um impacto por eu ser negra. Esses dias eu tenho sentido o que nunca senti na minha carreira inteira. Eu não tenho problema em ser cobrada, mas gostaria que quem estivesse ouvindo, entendesse que a minha cor não me define”, disse.
As críticas racista com a secretária ocorreram após a denúncia de existência de centenas de medicamentos vencidos encontrados no Centro de Distribuição do Município (CDMIC).
A denúncia foi feita pelos vereadores de oposição: o licenciado Diego Guimarães, sua suplente Maysa Leão e o tenente-coronel Marcos Paccola – todos do Cidadania.
No local, eles encontraram uma sala, além de um corredor externo, cheios de paletes empilhados com medicamentos e insumos que vão de Paracetamol a latas de leite em pó. Um dos remédios encontrados, o AmBisome, custa em média R$ 20 mil cada caixa.
“Não é o problema do medicamento. O que mais dói são os anos de trabalho serem comprometidos pela cor da minha pele. Não posso admitir isso. Isso realmente me incomodou, porque isso machucou. O que eu tenho de melhor, que são os meus filhos. Isso machucou profundamente os meus filhos e isso é inadmissível. Meus filhos não têm nada a ver com isso”, afirmou.
Algumas pessoas chegam a disparar comentários de que a secretária não tinha competência de ocupar o cargo por ser nega. “As pessoas tem que ser julgadas pela competência e não pela cor da pele”, finalizou.