Com um time formado por reservas, exceção ao goleiro Vanderlei, o Vasco foi derrotado por 1 a 0 pelo Madureira no primeiro jogo entre os times pela semifinal da Taça Rio, neste sábado, em Conselheiro Galvão. O treinador Marcelo Cabo reclamou dos critérios da arbitragem, principalmente da expulsão de Laranjeira ainda no primeiro tempo, mas disse que é possível conseguir a classificação diante do Tricolor Suburbano no próximo sábado, em São Januário – os vascaínos avançam à decisão com vitória pelo saldo mínimo.

– Fizemos um planejamento que no primeiro jogo jogaria a equipe B, o G2. E no segundo jogo jogaria a equipe principal, o G1. Isso é um planejamento como um todo para a temporada, talvez seja a última oportunidade para abrir uma ou duas semanas para dar ênfase técnica, tática e física à equipe. Quando a gente retomar a Série B e a Copa do Brasil, com certeza vamos só jogar e recuperar os jogadores. Eu precisava dar esse ajuste fino e esse polimento para a sequência. E também poder observar os pratas da casa.

– Alguns foram muito bem, e a gente acaba ganhando jogadores para a temporada. O planejamento do Vasco é usar a base na medida do possível. Não acho nada desastroso, placar de 1 a 0, jogando quase 60 minutos com um jogador a menos, e os critérios estranhos da arbitragem. Dois pesos e duas medidas. A gente sai com total condição de reverter no próximo sábado.

Sobre o que tirou de mais positivo do duelo deste sábado, Cabo fez uma análise do jogo pautada na expulsão de Laranjeira. Disse que foi importante encarar uma adversidade que pode se repetir na Série B e fez elogios a Ulisses, Caio Lopes e Juninho.

– Taticamente foi uma situação muito positiva, a gente vai ver essa circunstância ao longo da temporada. Mobilizei o sistema 4-3-2, tirando o Thiago e fazendo Jabá e Figueiredo jogar mais por dentro, para ter um pouco mais de diálogo. A gente teve que baixar um pouco as linhas e funcionou bem. No finalzinho, voltei para o 4-4-1 por causa do cansaço, fadiga, tive que repaginar um pouquinho. Individualmente três jogadores foram muito bem, Ulisses muito seguro atrás, o Caio entrou muito bem como segundo volante e o Juninho.

– Não tem final de fila no Vasco (perguntado se Juninho estava nessa situação), a gente tem um elenco que vem trabalhando para aproveitar quando tiver a oportunidade. Mais uma vez João Pedro entrou bem, toda a equipe foi bem na medida que você joga 60 minutos com menos um. Tivemos que mudar um pouquinho a característica da nossa equipe pelo gramado. Não conseguíamos fazer um jogo de toque de bola apoiado, tivemos que fazer um jogo de segunda bola e de profundidade para chegar ao terço final.

Outros tópicos:

Situação de Romulo

– A gente fez reunião essa semana para analisar o aproveitamento do Romulo. Estava pautado para jogar 45 minutos. Como conheço bem aqui e sabia que ficaria um jogo de bola aérea e segunda bola, e o Romulo tem em uma de suas qualidades o jogo aéreo, optei por utilizá-lo no primeiro tempo. No intervalo, ele iria sair. No final do primeiro tempo, sentiu a perna pesar. É um jogador muito experiente, pediu para sair cinco minutos antes. No primeiro exame do vestiário, não é nada. Romulo disse que não chegou a fisgar. Ele vem de um bom planejamento para a preparação.

– Jogador muito experiente, que organiza muito a saída de bola. O Vasco, com menos um, não levou gol com a bola parada. O gol do Madureira eles tiveram muita felicidade. Não é nada demais com o Romulo, ele só antecipou a sua saída.

Avaliação em cima de Riquelme

– Riquelme é muito técnico, mas na minha avaliação foi muito bem. Marcou muito bem, teve saída. Com menos um, você não pode fazer avaliação conclusiva de um jogador de 18 anos. Competiu, foi valente. No primeiro tempo, esteve muito bem no último terço, finalizou no gol. A circunstância de jogo fez o Riquelme perder a característica aguda. É um jogador em formação, está em evolução, tem me agradado no dia a dia. A torcida pode criar expectativa em cima desse jogador porque ele nos dará muita alegria.

Expulsão injusta de Laranjeira aos olhos de Cabo

– Conversei pessoalmente com o Laranjeira. Na minha opinião, não foi justa a expulsão dele. Quando ele foi chutar a bola, ele não olhou o cara vindo atrás. Ele foi chutar a bola, o rapaz botou a cabeça, e ele acabou atingindo a bola e o jogador adversário. No momento seguinte, o camisa 10 do Madureira teve o mesmo gesto. Chutou a bola, bateu na cabeça do nosso jogador, e ele não levou o amarelo. Houve diferença de critério com o Laranjeira e o 10 do Madureira. Antes de o Laranjeira ser expulso, o zagueiro central estava com amarelo, e fez uma falta muito mais gritante que a do Laranjeira e não recebeu o segundo amarelo. A minha contestação é pelo critério do árbitro, usou dois pesos e duas medidas.

– É um jovem jogador. Falei para o Laranjeira não carregar essa culpa porque outras circunstâncias vão acontecer na carreira dele. Sirva como aprendizado, mas entendo que ele não teve culpa na expulsão.

Placar no zero reforça a “Canodependência”?

– Temos um dos melhores atacantes do Brasil com certeza. A gente já demonstrou que não depende só do Cano para fazer os gols. Cano é o nosso artilheiro, a gente confia muito nele, mas no próximo sábado voltam todos os jogadores junto com o Cano. Com certeza a gente se fortalece muito.

Derrota tira confiança?

– Pelo contrário. Uma hora a gente ia perder. Ninguém é invicto eternamente. Hoje o que me trouxe foi muita confiança nesses jogadores. Tiveram competitividade o jogo todo e quase empatamos no final. A nossa convicção é muito grande no nosso planejamento.

Detectou alguma necessidade de reforço diante do jogo deste sábado? Ou esse elenco ainda será reavaliado?

– A gente só vai avaliar os jovens jogadores colocando para jogar, dando continuidade a essa oportunidade que a Taça Rio me traz. O que poderia mudar talvez se eu tivesse com a equipe principal hoje perdendo jogador no primeiro tempo, eu poderia sair perdendo por 1 a 0 também. Fiquei muito satisfeito com a entrega dos jogadores, com a entrega tática deles. Eles competiram a todo momento com menos um. E no final do jogo, a gente teve duas chances de empatar o jogo. A gente internamente analisa a possibilidade de chegar pontualmente alguns reforços, mas eu preciso potencializar esses jogadores, eu preciso continuar.

– Eles têm me dado um retorno em treinamento e hoje me deram um retorno no jogo muito bom. Temos jogadores de 18, 17 e 19 anos em campo. Precisamos ter convicção no nosso planejamento e nesses jovens jogadores do Vasco. Peço confiança nos meninos porque hoje eles representaram muito bem o Vasco, honrando a camisa do clube. (Globo Esporte)