A Conmebol recebeu, nesta quarta-feira, as 50 mil doses de vacinas contra Covid-19 doadas pelo laboratório chinês Sinovac. O lote chegou por Montevidéu, no Uruguai, de onde será distribuído para os demais países da América do Sul. A entidade prometeu divulgar nesta quinta a logística da operação.

Presente na chegada dos imunizantes, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, posou com a taça da Copa América ao lado da valiosa carga. E comemorou a parceria que possibilitou a entrega de vacinas ao futebol sul-americano.

– As vacinas para o futebol sul-americano já chegaram na América do Sul. A Conmebol se tornará a primeira organização civil do mundo a realizar uma vacinação que beneficiará milhares de famílias nos 10 países e representará uma valiosa cooperação com as campanhas de imunização promovidas pelos governos – escreveu o dirigente, em post nas redes sociais.

Em comunicado divulgado no último dia 22, a Conmebol ressaltou que o lote foi “fabricado especialmente para o futebol sul-americano e que, de nenhum modo, são vacinas destinadas a qualquer outro fim”. A entidade reiterou que “o processo de distribuição dos imunizantes começará nos diferentes países, em estrito cumprimento das normas legais e sanitárias em vigor em cada um deles”. A legislação brasileira veda o uso de vacinas contra coronavírus por entidades privadas.

A CBF precisa de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para receber as doses. O órgão informou que ainda não foi consultado pela Confederação Brasileira de Futebol sobre o tema.

A CBF ainda não se manifestou publicamente sobre a doação de doses pela Sinovac à Conmebol. No entanto, o presidente da entidade brasileira, Rogério Caboclo, já demonstrou interesse em adquirir vacinas, desde que o Congresso libere. A aquisição de imunizantes pela iniciativa privada está em discussão na Câmara dos Deputados.

A Conmebol reforçou que vai começar sua vacinação com as equipes da Copa América e que estão participando de seus torneios internacionais. A intenção é também imunizar times masculinos e femininos da primeira divisão de cada um dos 10 países filiados. Árbitros e todos envolvidos na organização dos eventos também estão aptos a serem vacinados.

A entidade sul-americana reitera que a vacinação não é obrigatória e, caso alguém se recuse a ser imunizado, não vai ser excluído dos torneios.

A doação das 50 mil doses pela Sinovac faz parte de um acordo de exposição do laboratório chinês, que se anuncia como “parceiro oficial de saúde” da Copa América. A Conmebol, porém, reitera que não há uma transação comercial.

Sinovac aparece como "parceiro oficial de saúde" da Copa América — Foto: Reprodução

Sinovac aparece como “parceiro oficial de saúde” da Copa América — Foto: Reprodução

Como os grandes fabricantes de vacina não negociam com empresas privadas, mas apenas com Estados, a solução encontrada foi uma intermediação do governo do Uruguai, que recebeu as 50 mil doses.

Copa América vai de 13 de junho a 10 de julho e reunirá dez seleções sul-americanas na Argentina e Colômbia. O Brasil estreia contra a Venezuela. (Globo Esporte)