Começa a se complicar a situação do Santos na Copa Libertadores, mesmo depois de apenas duas rodadas. A derrota por 2 a 0 para o Boca Juniors, na noite desta terça-feira, na Bombonera, foi mais um capítulo de dias conturbados no Peixe – que vem de estreia ruim na competição internacional, derrotas pelo Paulistão e o pedido de demissão do técnico Ariel Holan.
Sob comando do interino Marcelo Fernandes, o Peixe até fez bom primeiro tempo, teve chances de vencer, mas desabou no segundo tempo ao sofrer o gol de Tevez. Carrasco da noite, o veterano de 37 anos, velho conhecido pela passagem no Corinthians, ainda deu a assistência para Villa marcar o segundo e resolver o jogo. Foi o reencontro das equipes pouco mais de três meses depois das semifinais da Libertadores passada – quando o Santos levou vantagem e se classificou para a final.
Como fica?
O Boca pula para seis pontos, na liderança isolada do Grupo C da Libertadores, enquanto o Santos permanece sem pontos. Barcelona (três pontos) e The Strongest (zero) se enfrentam nesta quarta-feira, no Equador, pela segunda rodada.
Semana conturbada
Os últimos dias deixaram o Santos sem Soteldo, sem técnico, em situação difícil no Campeonato Paulista e agora já sob risco na fase de grupos da Libertadores. Com Marcelo Fernandes no banco de reservas, o Peixe mostrou força no primeiro tempo, mas caiu no segundo e sofreu a quarta derrota seguida na temporada.
Primeiro tempo
Um Santos com energia e intensidade foi à Bombonera, com postura bem diferente da apresentada nos últimos jogos com Ariel Holan. Fazendo o básico, o técnico Marcelo Fernandes levou a campo um time com estrutura semelhante ao das semifinais de janeiro contra o mesmo Boca. Com marcação alta desde o início, o Peixe conseguiu evitar sufoco do Boca e criou as primeiras chances em roubadas de bolas no campo de ataque – nenhuma com enorme perigo. O Boca, com um meio-campo repleto de jovens (Almendra, Varela e Medina) confiou mais nas bolas longas vindas dos zagueiros. O primeiro chute perigoso foi com Villa, aos 15 minutos, que João Paulo defendeu. Aos poucos, o Boca foi crescendo e aproveitando espaços deixados pela marcação – a melhor chance foi com Pavón, já na reta final do primeiro tempo, após drible em Lucas Braga, chute e ótima defesa de João Paulo.
Segundo tempo
A solidez do Santos virou pó em apenas dois minutos, quando Tevez aproveitou desvio em cobrança de escanteio no segundo pau e abriu o placar na Bombonera. Marcos Leonardo dava condição no lance, sem impedimento, mas o escanteio que gerou o gol não existiu – Villa foi quem tocou por último na bola em disputa na linha de fundo. Depois disso, o Boca virou dono da partida e ditou o ritmo. O Peixe, cheio de problemas, viveu de jogadas individuais de um Marinho visivelmente nervoso e tentando resolver sozinho – cenário que não é incomum quando o time passa por dificuldades. O problema é que, na ânsia por resolver, às vezes ele se complica. Numa bola perdida pelo camisa 11, o Boca armou contra-ataque, e Tevez encontrou Villa sozinho na entrada da área para finalizar a definir a vitória dos argentinos. Ângelo, Jean Mota, Lucas Lourenço e Kaio Jorge entraram na reta final, mas coletivamente o Santos ruiu. Sem jogadas trabalhadas, não conseguiu levar perigo aos donos da casa.
O que vem por aí?
O Santos tem um pouco de fôlego até o próximo sábado, quando volta a campo para enfrentar o Red Bull Bragantino, fora de casa, pelo Paulistão. O próximo jogo da Libertadores é terça que vem, na Vila Belmiro, contra o The Strongest, às 19h15 (de Brasília). (Globo Esporte)