Torcedores do Paraná Clube estão pedindo doações para arrecadar R$ 10 mil e ajudar a pagar serviços paralisados por falta de dinheiro. Além disso, o clube reforçou a necessidade de ajuda na transmissão no jogo contra o Maringá, no domingo, pelo Campeonato Paranaense, com contribuições de qualquer valor.
Em ação conjunta, a organizada Fúria Independente e o movimento Gralhas da Vila, entre outros, divulgaram uma conta para juntar a quantia. Ambos ressaltaram que o valor não passará pelo clube e será destinado direto aos fornecedores, não especificados.
De acordo com Mauro Urbim, presidente da torcida, o baixo valor solicitado é por conta da pandemia Covid-19, que tem dificultado a vida dos brasileiros. A ideia é que mais pessoas se solidarizem e possam contribuir com o dia a dia do clube.
O Paraná tem admitido publicamente a dificuldade financeira, acentuada com o rebaixamento para a Série C. No empate contra o Maringá, no final de semana, o clube deixou um QR Code durante toda a transmissão em seu canal de Youtube e pediu contribuições com a “Reconstrução Tricolor”.
O torcedor que doasse acima de R$ 10, informando seu contato telefônico, concorreria a um kit de higienização de veículo e também a uma camisa oficial (branca) do clube. Os ganhadores serão informados no sábado.
Essa iniciativa é, de certa forma, comum para os torcedores do Paraná. A torcida já ajudou em outros momentos, como colocando barril no estádio para doações aos jogadores, limpeza e pintura da Vila e até patrocínio pontual na camisa.
Na semana passada, conselheiros paranistas já pediram ajuda para a manutenção dos gramados do CT Ninho da Gralha e do estádio da Vila Capanema, com caminhão de areia e adubo – o custo mensal é de R$ 15 mil. A iniciativa aconteceu após uma foto do campo do CT viralizar e render críticas dos torcedores pela falta de cuidado.
O Tricolor vive um momento de turbulência, após o anúncio dos cortes de gastos em 50%, com demissões de funcionários e suspensão do pagamento de fornecedores. O clube continua convivendo com salários atrasados.
A direção de futebol pretende fazer nova reformulação no elenco por economia. O demitido executivo de futebol, Moisés Von Ahn, admitiu que o clube quer diminuir a folha de R$ 190 mil para R$ 100 mil mensais.
Sem dinheiro, a ideia é utilizar mais jogadores formados no clube e realizar algumas dispensas. Até agora, o Tricolor contratou 19 atletas.
O clube está em seu segundo presidente depois da renúncia de Leonardo Oliveira, pouco antes do rebaixamento à Série C. Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, assumiu interinamente o cargo após Sérgio Molletta pedir afastamento de 30 dias para o tratamento da Covid-19 – ele se recuperou e está em observação.