Paula Santos Ferreira, 25 anos, sofreu um aborto no quinto mês de gestação e morreu, na manhã de sábado (17), na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Sinop (500 km da Capital), onde deu entrada em estado grave com 90% do corpo queimado em um incêndio em casa provocado pelo marido Orlando Martins de Souza, 29 anos, de forma intencional.

A ocorrência foi registrada no dia 9 deste mês na chácara Bambuzal, zona rural de Cláudia (620 km da Capital) e a 72 km de Sinop.

A paciente sofreu uma parada cardiorrespiratória na manhã do sábado, não resistiu e perdeu a vida após oito dias internada no hospital.

De acordo com a ocorrência, Paula deu entrada numa unidade de saúde de Cláudia, onde recebeu os primeiros socorros e a equipe médica comunicou o fato à Delegacia de Polícia Civil, no entanto, a primeira informação foi de que a paciente teria se queimado tentando acender um fogão de lenha.

No entanto, os investigadores receberam uma segunda informação de que na verdade o caso se trata de uma tentativa de feminicídio, onde Orlando espalhou gasolina pela casa, ateou fogo e fugiu após o crime.

Paula teria tentado se salvar no banheiro da casa, único local que o fogo não tinha chegado, mas acabou atingida pelas chamas, ficado em estado grave e perdido o feto no dia dos fatos.

Os investigadores compareceram no endereço ainda na madrugada do dia 9, acionou uma equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), quando os peritos teriam coletado indícios que apontavam para incêndio criminoso.

Buscas foram feitas pelo paradeiro do acusado, mas Orlando não foi encontrado.

Na unidade policial, após consulta dos antecedentes criminais do acusado, foi verificado que Orlando tem passagem por homicídio e tinha tirado a tornozeleira eletrônica há seis meses, quando foi beneficiado pela progressão de pena.

Até o sábado (17), o assassino responderia por crime de tentativa de homicídio, porém, com a morte de Paula, ele vai responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar, qualificado pelo fato de a vítima estar grávida e sofrer o aborto em decorrência da agressão.

As buscas pelo paradeiro de Orlando continuam.