O empate do Botafogo em 1 a 1 com o Madureira nesta quarta-feira no Giulite Coutinho impediu a equipe de entrar no G-4 da competição. Apesar da pressão no início de jogo, foi o adversário quem saiu na frente e o Bota só empatou com Matheus Babi no segundo tempo. O atacante foi tema da entrevista coletiva do técnico Marcelo Chamusca após a partida. O treinador elogiou Babi um dia depois de o presidente Durcesio Mello dizer que o centroavante estava “muito desmotivado”.
– A nossa análise tem sido feita jogo a jogo. Tenho acompanhado tudo o que tem acontecido em relação ao Babi. Foi passado que não há nenhuma negociação oficial, de ele ter sido negociado com outro clube. O jogador tem sido exemplar dentro da minha gestão. Chega no horário, é um dos primeiros sempre no treinamento, tem se empenhado e estava ansioso para fazer gols. A quantidade de bolas que ele recuperou hoje foi incrível, e ainda fez o gol de empate. Estamos muito tranquilos.
Para o jogo desta quarta-feira, Marcelo Chamusca não pôde contar com Marcelo Benevenuto e José Welison. Com os dois jogadores de saída, o treinador afirmou que o clube irá buscar jogadores no mercado para suprir essa ausência, mas lembrou que não deve ser tão simples.
– Temos atletas chegando com característica um pouco diferente do Zé Welison. Do Marcelo, vamos buscar. Vamos buscar as duas posições no mercado, mas com tranquilidade. Muitas opções já estão empregadas. Estamos analisando as possibilidades. Provavelmente, vamos buscar mais um zagueiro e mais um volante para compor essas saídas.
Com o resultado, o Botafogo fica na sexta colocação, com 10 pontos, o mesmo número da Portuguesa, primeiro time na zona de classificação para as semifinais, mas que tem um jogo a menos. A próxima partida do Bota é contra a própria equipe da Ilha do Governador, no próximo domingo, às 17h (de Brasília) no mesmo Giulite Coutinho.
Confira outras respostas do treinador
Evolução da equipe
– Acho que em alguns aspectos a gente conseguiu evoluir. Nós estamos reformulando dentro de uma competição oficial. Ou seja, tudo que acontece de acerto e de erro são em jogos oficiais. Isso está longe de ser o cenário ideal. Nosso início de jogo, até o momento em que levamos o gol, tivemos um controle muito interessante. Criamos muito pelo lado do campo, atacamos e trabalhamos bem o jogo de profundidade, que sabíamos que o Madureira tem uma certa dificuldade. O Vasco atacou muito a última linha do Madureira e conseguiu achar alguns espaços assim.
– Nós tivemos uma boa posse de bola. O adversário veio com a proposta de jogar por uma bola, conseguiu achar essa bola no primeiro tempo e no segundo o jogo ficou mais difícil. Mas mesmo assim mantivemos o controle. Foram 14 finalizações contra sete do adversário. Pelo o que construímos no jogo, merecíamos um resultado melhor. Faltou evoluir o acabamento final das jogadas. A gente consegue chegar muito no último terço, mas ainda precisa acabar melhor.
– Esse acabamento passa pelo entrosamento dos jogadores, que estão praticamente se conhecendo dentro dos jogos porque a gente não está tendo tempo hábil para treinar os jogadores, estabelecer uma mecânica, treinar e repetir no jogo. O que a gente tem feito? Temos tentando buscar os encaixes e o entrosamento dos jogadores durante os jogos. No primeiro tempo a gente conseguiu criar algumas situações interessantes, mas falta o último passe e um entendimento melhor das mecânicas de jogo.
– Isso só vai acontecer com o tempo e a sequência de jogos. Esse é o trabalho principal do treinador: encontrar o encaixe das peças para que a gente possa ter um entendimento melhor entre os jogadores e acabar melhor as jogadas.
Opções a Matheus Babi
– Assim que o clube me sinalizar que o atleta foi negociado, aí teremos duas oportunidades: Navarro e Matheus Nascimento. O Navarro tem tido mais oportunidades, tem participado bem, deu assistência para gols. O Matheus também teve oportunidades, agora chegou a vez do Navarro. É difícil dar oportunidade aos dois ao mesmo tempo, mudar dois jogadores de dentro. Até já consegui fazer isso em algum momento.
– Escolhemos opções para refrescar os setores. Hoje já demos um descanso para o Jonathan, para o Kayque, coloquei o Navarro para trabalhar junto do Babi. O Madureira estava bem organizado, jogando por uma bola lá. As substituições e as escolhas têm coerência e estão em mudança permanente. No próximo jogo, podemos optar pela escalação de outro atleta. A função do treinador é buscar o melhor encaixe.
Botafogo ter que correr atrás do prejuízo
– O controle do jogo era nosso. Posse de bola, criação de oportunidades… A gente chega com facilidade ao ataque. Faltava um acabamento melhor na última bola. Em uma falha coletiva, o Madureira achou o gol que estavam buscando, estavam jogando para fazer um gol e segurar. Tivemos a oportunidade de ajustar sem fazer mudanças. Quando voltamos, vimos que o cenário do jogo ficaria mais difícil o adversário não quis mais atacar.
– Eu cobrei para pisar mais na área, melhorar o acabamento no último passe e ter mais jogadores no campo adversário. É muito ruim correr atrás, mas a equipe tem mostrado que pode reagir. Teve chances no fim do jogo.
Matheus Nascimento
– O Matheus Nascimento é um excelente jogador, de potencial extraordinário. É um atacante que, pela idade, tem um nível de maturidade muito alto, bom poder de finalização, movimentação… Mas é um atleta que está maturando. Precisamos ter calma, não pode atropelar. Infelizmente, só posso escalar 11 jogadores. Em alguns momentos, temos que optar. Dei alguns minutos para o Matheus e, agora, estou dando alguns minutos para o Navarro. É só uma questão de análise tática.
– Nos últimos jogos, a gente precisava de um jogador que pressionasse mais, tivesse mais intensidade na parte defensiva também. O Navarro fez bem isso. (Globo Esporte)