Responsável por alguns dos principais negócios do futebol brasileiro dos últimos dois anos, o Flamengo mudou de postura no mercado de transferências em 2021. A desistência na contratação do lateral Rafinha simbolizou o pensamento da diretoria: a ideia é não fazer investimentos em jogadores no atual momento, mesmo aqueles que demandem apenas gastos com salário e luvas, a não ser que surja uma grande oportunidade de mercado.
A folha salarial, aliás, é a métrica na qual a decisão se baseia. Hoje, o Flamengo gasta com seu departamento de futebol cerca de R$ 18 milhões por mês. O valor ainda está abaixo de outros clubes do Brasil, mas o objetivo é não aumentar esta linha de despesa.
O entendimento da diretoria é de que, hoje, mesmo negócios sem investimento em compra de direitos econômicos seriam onerosos ao clube. Um reforço para um elenco forte como o atual, naturalmente, demandaria salários altos, o que aumentaria a folha. Não há espaço para isso na avaliação de momento.
O foco do Flamengo ainda é em levantar dinheiro através de vendas de jogadores. O clube já conseguiu R$ 50 milhões no início do ano, com as vendas de Lincoln e Yuri César. Para a janela de meio do ano, o clube tem a meta de conseguir mais R$ 90 milhões – a ida de Natan ao Bragantino pode render R$ 27 milhões até o fim do ano, caso a compra seja executada.
Somente com o aporte de novos recursos é que a diretoria deve avançar no mercado. O mapeamento já foi feito e prevê análise de nomes para as seguintes posições: goleiro, meio-campista que possa atuar em diversas funções e atacante de lado.
Na última semana, o Flamengo desistiu da contratação do lateral Rafinha. Em nota oficial, o clube alegou que o motivo foi financeiro, mas o jogador, em entrevista ao “Seleção SporTV”, disse acreditar que foi vítima de uma “guerra política” no clube.
Até o momento, o único reforço do Flamengo para a temporada é o zagueiro Bruno Viana. Ele veio por empréstimo do Braga, de Portugal, até dezembro, com opção de compra estipulada em 7 milhões de euros. (Globo Esporte)