O presidente do São Paulo, Julio Casares, elogiou o atacante Santos Borré, do River Plate, mas admitiu que o clube não vai contratar o jogador, em entrevista ao Seleção SporTV. O motivo é a condição financeira do negócio, fora da realidade do Tricolor.

O diretor de futebol Carlos Belmonte falou dos contatos pelo colombiano, mas admitiu que o São Paulo não conseguiria concorrer financeiramente com o Palmeiras, que também desistiu do negócio.

– O Borré é um grande talento mundial, o São Paulo sempre olha para as condições de negócio, mas temos que ser verdadeiros com o torcedor. Tirar do orçamento um investimento do tamanho de Borré, o São Paulo não vai fazer. Hoje o São Paulo tem essa dinâmica de transparência nas negociações – disse Julio Casares.

– O Kanu que é um jovem jogador do Botafogo, um zagueiro promissor, fizemos todos os esforços para ter ele conosco. Entretanto, já temos uma dívida com o Botafogo (pelo atacante Henrique Almeida). A mesma coisa foi com o Gabriel Neves (volante do Nacional): chegamos no nosso limite de responsabilidade orçamentária. Nós não faremos loucuras em nome de contratações. As outras contratações que fizemos são profissionais que atendem nossas demandas.

Na mesma entrevista, Casares explicou o posicionamento do São Paulo nas reuniões com a Federação Paulista de Futebol (FPF) sobre a paralisação do Paulistão, determinada pelo governo de 15 a 30 de março. O Tricolor se posicionou a favor de tentar a continuidade da competição por meio da Justiça, mas foi voto vencido.

– Nós estamos vivendo um momento dramático das nossas vidas. O São Paulo é um exemplo de sempre seguir a ciência, de jamais admitir qualquer hipótese negacionista, tanto que o Morumbi abriu suas portas para a vacinação. O momento é difícil, portanto temos que estar atentos. Não foi uma decisão de judicializar contra alguém, foi uma decisão de defender o protocolo de saúde, que protege os atletas, familiares, funcionários. O nosso protocolo é exemplar – disse Casares.

– Não é só o teste, é uma investigação da vida do jogador quando está de folga, onde foi, quem viu, como foi o comportamento social… O Ministério Público não decidiu, recomendou, mas o Governo tomou a deliberação. E vamos cumprir, até o dia 30, a paralisação. A nossa posição era para defender o protocolo, a ciência, que hoje o futebol dá exemplo. O futebol teve mais de 40 mil exemplos, e cerca de 2,2% contaminados. O futebol é um produto que, dentro do seu segmento, tem conseguido bons resultados. O futebol, como entretenimento, pode oferecer para o cidadão mais um motivo para que ele fique em casa – completou.

O São Paulo teve poucos casos de Covid-19 confirmados entre jogadores e funcionários que atuam no dia a dia do futebol profissional. Eles aumentaram recentemente, porém – mas ainda são menos episódios do que em rivais.

Até fevereiro, quando terminou a temporada 2020, foram afastados Tchê Tchê, Hernanes e Jonas Toró – o que colocou o São Paulo como o clube com menor número de diagnósticos durante o Brasileiro, ao lado do Sport. Há uma semana, três novos casos foram identificados: os dos laterais Léo e Wellington e o do zagueiro Diego Costa. (Globo Esporte)