O número desenfreado de mortes causadas pela Covid-19, principalmente nesta segunda onda, fez o preço das urnas funerárias praticamente dobrar. A principal dificuldade tem sido achar insumos (luvas, materiais de EPIs, máscaras, etc) que também tiveram aumento e sumiram das prateleiras.
A Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif) fez, em março do ano passado, uma reunião com os fabricantes e fornecedores de insumos, já prevendo os estragos que a pandemia faria no país. Naquele momento, foi feito uma estimativa em cima de dados de outros países, que já estavam passando pelo pico da Covid-19.
O presidente da Associação dos Fabricantes de Urnas do Brasil (Afub), Antônio Marinho, disse que já falta matéria-prima para as fábricas. “[Estão em falta] Principalmente o MDF [painel de madeira], o TNT [tecido não tecido, feito de polipropileno] e o aço. Esses produtos sumiram do mercado”, ele diz, acrescentando que, caso a situação persista, será inevitável um desabastecimento pontual em diversas regiões.
O empresário explica que, historicamente, as fábricas brasileiras de urnas produziam cerca de cem mil unidades por mês. Com a pandemia de covid-19, houve um aumento de aproximadamente 20% na produção.
A Afub, que reúne as 15 maiores fabricantes de urnas do Brasil e detém cerca de 70% do mercado nacional, enviou na quinta-feira (11) um comunicado às cerca de 13 mil funerárias do país elencando os 15 principais itens utilizados na fabricação de caixões e os percentuais de aumento de preço que esses produtos tiveram, entre eles embalagem de papelão (aumento de 308%), espuma (160%) e ferragens (144%).