O São Paulo foi o único dos quatro grandes do estado que se posicionou a favor de acionar a Justiça para tentar buscar uma liminar que autorizasse a realização dos jogos do Paulistão. Santos, Palmeiras e Corinthians foram contrários.

Por enquanto, a possibilidade de judicialização foi descartada. Em reunião virtual da Federação Paulista de Futebol (FPF) desta quinta-feira, também foi decidido que a quinta rodada não será levada a outro estado. Por isso, não haverá jogos neste final de semana.

A posição do São Paulo de querer a continuidade do estadual por meio da Justiça é por confiar no protocolo do futebol de prevenção ao coronavírus e acreditar que a paralisação vai gerar perda esportiva.

Inicialmente o presidente Julio Casares e depois o conselheiro Leonardo Serafim, ex-diretor jurídico do clube, foram os representantes do São Paulo na reunião.

São Paulo se posicionou a favor da judicialização para continuidade do Paulistão, mas foi voto vencido — Foto: Marcos Ribolli

São Paulo se posicionou a favor da judicialização para continuidade do Paulistão, mas foi voto vencido — Foto: Marcos Ribolli

A questão foi discutida entre os 16 clubes da primeira divisão. A votação estava empatada em oito a oito, mas a Ferroviária mudou o voto que decidiu pela desistência da ação.

  • Votaram a favor da ação na Justiça: São Paulo, Guarani, Ituano, Inter de Limeira, São Bento, Mirassol e Novorizontino;
  • Votaram contra: com o Corinthians, Palmeiras e Santos ficaram Ferroviária, Botafogo, Ponte Preta, Santo André, Red Bull Bragantino e São Caetano.
Clubes se reuniram nesta quinta-feira em encontro virtual com a FPF — Foto: Emilio Botta

Clubes se reuniram nesta quinta-feira em encontro virtual com a FPF — Foto: Emilio Botta

O Paulista está impedido de ser disputado em São Paulo por decreto do governo estadual, que suspendeu todos os eventos esportivos até o dia 30 de março como uma das medidas para tentar conter a pandemia de Covid-19, em seu momento mais críticos no país.

A federação tentou, mais de uma vez, convencer o governador João Doria a manter as partidas do torneio. Houve reuniões com o Ministério Público, avalista da decisão do governo, mas os argumentos não foram aceitos.

A primeira opção foi buscar estádios em outros estados que pudessem receber os jogos. Houve aceno ao Rio de Janeiro, que recusou, e a Minas Gerais. Em MG, as negociações caminharam a ponto de a federação marcar São Bento x Palmeiras, que ocorreria na quarta, para o estádio Independência, em Belo Horizonte, mas o governo local também endureceu as regras e o jogo foi suspenso.

Em reunião realizada na última terça-feira, os clubes sugeriram à Federação Paulista de Futebol que levasse o caso à Justiça caso as outras opções não surtissem efeito, opção que foi abandonada por enquanto.

Veja a nota oficial da FPF:

“A respeito da reunião realizada nesta quinta-feira (18) com os 16 clubes participantes do Paulistão Sicredi A1 e com os Sindicatos dos Atletas, dos Árbitros e dos Treinadores, a Federação Paulista de Futebol esclarece que:

– O futebol paulista e todas as entidades e pessoas envolvidas têm plena consciência da gravidade da situação atual em todo o país. Há um ano, o futebol paulista paralisou os jogos por iniciativa própria, e só retornou após um rígido protocolo preparado pelo Comitê Médico da FPF e os médicos dos clubes;

– A votação colocada em pauta se referia a uma ação de defesa ao novo protocolo de segurança, e teria como argumentação principal a continuidade da competição por meio da criação da “Bolha de Segurança”, já utilizada com sucesso pela NBA, e previamente elogiada por médicos do Centro de Contingência do Coronavírus no Estado de São Paulo. A FPF e os clubes confiam na eficiência do novo protocolo apresentado, com menos jogos, menos pessoas envolvidas, testes antes e depois das partidas e a utilização da “Bolha de Segurança” para todos os times;

– Outro elemento relevante para a situação atual é a norma técnica firmada pela FPF que regulamentou o retorno do futebol, com participação do Ministério Público Estadual, Governo do Estado, Ministério Público do Trabalho, Tribunal Regional do Trabalho e sindicatos do futebol, o chamado “Pacto pelo Futebol”, homologado no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª. Região. O novo protocolo apresentado torna ainda mais rigorosos e seguros os cuidados adotados por todos os envolvidos na competição;

– A FPF enaltece o valor da união dos clubes paulistas neste momento delicado, e ressalta que o futebol paulista permanece sempre aberto ao diálogo e ao bom senso.” (Globo Esporte)