A Comissão Parlamentar de Inquérito criada para apurar incêndios que aconteceram no Rio de Janeiro nos últimos anos, entre eles o que matou dez jovens jogadores da base do Flamengo no Ninho do Urubu, concluiu seu relatório nesta segunda-feira. Nove pessoas foram indiciadas pela CPI. O ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello não foi apontado como um dos responsáveis e ficou de fora da lista. Além dele, o monitor Marcus Vinícius Medeiros não foi indiciado.
Incêndio no Ninho do Urubu — Foto: reprodução/video
Eles foram indiciados por homicídio culposo. Em janeiro, denúncia do Ministério Público denunciou onze pessoas por incêndio culposo – nela constavam Bandeira e o monitor do Ninho.
O relatório ainda precisa ser submetido a votação pelo plenário da Alerj. A expectativa é que isso ocorra na próxima semana. Se aprovado, será encaminhado para o Ministério Público que pode fazer nova denúncia ou anexar à denúncia já existente.
Veja quem são os indiciados pela CPI:
- Márcio Garotti – ex-diretor financeiro do Flamengo
- Carlos Noval – ex-diretor da base do Flamengo, atual gerente de transição do clube
- Marcelo Sá – engenheiro do Flamengo
- Luiz Felipe Pondé – engenheiro do Flamengo
- Claudia Pereira Rodrigues – NHJ (empresa que forneceu os contêineres)
- Weslley Gimenes – NHJ
- Danilo da Silva Duarte – NHJ
- Fabio Hilário da Silva – NHJ
- Edson Colman da Silva – técnico em refrigeração
“Quanto ao ex-presidente Bandeira de Mello, importante se faz destacar alguns pontos. À época dos fatos este não era mais Presidente do Clube, não havendo indícios de que qualquer ato seu tenha contribuído para o trágico evento. Inclusive, não se pode perder de vista que o Clube de Regatas do Flamengo é uma empresa gigante, que possui em sua organização diversos cargos, sendo que cada qual desempenha um papel decisivo; pois se assim não o fosse, seria impossível gerir tal empresa”
O que diz o relatório sobre o monitor Marcus Vinícius:
“Quanto aos monitores que tinham funções de controle, educacionais e de guarda dos atletas de base, dos depoimentos prestados, conclui-se que era obrigação dos monitores ficar dentro dos contêineres na área de convivência, acordado, em vigilância, só sendo autorizada a saída, para ir na casa em frente, onde ficavam também alguns atletas.
Infelizmente o monitor responsável daquele dia, Marcus Vinicius Medeiros, não estava presente na hora do incêndio, ficando comprovado que só chegou depois que o segurança já tentava controlar o incêndio. No entanto, não se pode imputar qualquer responsabilidade ao mesmo, visto que estar no local no momento exato do incêndio não foi determinante para o evento trágico. De toda sorte, o monitor em comento colocou sua vida em risco para salvar alguns jovens.” (Globo Esporte)