A denúncia que cobriu Mato Grosso nesta semana a respeito da revelação de que o Ministério Público do Estado, o conhecido MPE tenha atuado “politica e partidariamente” como o temido e poderoso B-29, o Enola Gay, bombardeiro que lançou a bomba atômica sobre Hiroshima (Japão) em 1945, merece apuração, conclusão e punição efetivas das autoridades – não do próprio MPE, que ora é parte interessada e não deve investigar.  Afinal, os promotores são integrantes do poder, financiados com salários que saem dos bolsos da sociedade. Dessa forma, pela busca de graus de credibilidade, não podem pairar dúvidas de que agem a serviço de grupelhos, e não a serviço do contribuinte.

A suspeitas [ainda suspeitas]são as de que os delegados Flávio Stringueta e Juliana Chiquito Palhares, titulares de especializadas contra o crime organizado, teriam sido levados, a mando do próprio governo estadual e do MPE, a encetar diversas operações de cunho discutível, mas com forte teor de estratégia eleitoral, no ano passado. A serviço de seus próprios interesses e percorrendo caminhos eleitorais, diversas operações foram feitas, é verdade, sob a égide, estardalhaço e barulho da mídia, com intuito impar de arranhar a imagem de gestores ligados ao então prefeito-candidato Emanuel Pinheiro, que concorria à reeleição à época. É só buscar no Google ou YouTube. Está tudo registrado.

Que as autoridades, não o MPE algumas vezes citado pelas interferências político-partidárias, descubram o que aconteceu e o que está acontecendo. Antes de serem os ‘impávidos e infalíveis’ investigadores de atos de improbidade e corrupção, os procuradores/ou promotores devem explicações à sociedade. Pelo envolvimento eventual, pelo fito de produzirem fatos contra inocentes, por operações partidárias e eleitorais, e pelo respeito que insculpe a Constituição.

Em meio à campanha eleitoral do ano passado, diversas operações foram feitas sob ordens dos delegados, com destaque a ações contra secretarias municipais de Assistência Social, Procuradoria e Educação,  exatamente as que têm enorme visibilidade pública e por isso quaisquer notícias negativas deslizam como cobras ou se espalham como rastilho de pólvora, em alta velocidade, com efeitos devastadores, mesmo que os agentes “investigados” nem devam, nem temam.

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Agora a artilharia e ódio voltaram-se contra os delegados que agiram, mesmo de forma duvidosa no que tange a necessidade de deflagrações de operações, em favor do MP e do governo.  Não faz sentido se lançar contra “adversários políticos” como se marginais fossem, sem provas, sem porquês. O que prediz a constituição é que se investigue e puna responsáveis. Na lei, porém, não há sequer um dispositivo que dê cobertura para que as instituições sejam usadas para o infeliz propósito de esbagaçar ou moer moralmente adversários partidários. É urgente ir à fundo, de forma independente, sob o o compromisso de não deixar dúvidas.

*JORGE CLÁUDIO MACIEL  é jornalista em Cuiabá. Esteve presente na fundação de vários veículos de comunicação em Mato Grosso.

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