O Banco do Brasil reafirmou o seu plano de reestruturação que prevê o fechamento de 361 unidades de atendimento em todo o Brasil e já resultou na demissão de 5.533 funcionários, que aderiram a um programa de demissão voluntária. No entanto, o presidente do banco, André Brandão, disse que a comunicação do plano não foi a mais
adequada.

O anúncio do plano, em janeiro, teve grande repercussão e trouxe rumores de que o presidente Jair Bolsonaro queria demitir Brandão.

“É verdade, estamos reduzindo sim 360 pontos, mas estamos criando 100 pontos adicionais de atendimento, crescendo ainda em 28 pontos com agências leves, especializadas. Não estamos desassistindo nenhum cliente, não estamos saindo de nenhuma cidade. Se um município tiver uma agência e for afetado, o correspondente bancário é instalado antes, estamos conversando com prefeitos, governadores. A comunicação não foi das mais adequadas, mas o plano precisa do seu tempo”, disse em videoconferência com jornalistas.

Questionado sobre jornalistas se conversou com o presidente Jair Bolsonaro, Brandão explicou que não chegou a conversar diretamente com ele, mas acredita que ele entendeu o que o banco está fazendo. “Pretendo explicar para ele o que estamos fazendo e a nossa agenda de eficiência assim que tivermos a oportunidade e agenda”, completou.

Sobre as demissões, Brandão disse que elas trarão uma economia de R$ 783 milhões por ano, totalizando R$ 2,9 bilhões até 2025. Além disso, afirmou que cerca de 75% dos demitidos já estavam em condições de se aposentar.

CRIAÇÃO DE NOVA ÁREA

O executivo ainda disse que o banco está criando um novo modelo no segmento de investimentos, voltado para os clientes Estilo, que contará com 46 escritórios regionais e 32 plataformas. Para isso, serão contratados 800 profissionais especializados em investimentos.

PRESENÇA INTERNACIONAL

Outro plano do Banco do Brasil é rever a sua presença internacional e avalia a concentração e modernização dos negócios, sem descartar consolidação, se necessário.

“Estamos decidindo onde será o centro de liquidez para o exterior, os lugares onde há fonte de captação de moedas. As atuações vão ter que ser mais restritas em relação à comércio exterior, já na parte de pessoas físicas, vamos focar onde temos mais clientes no exterior”, afirmou o presidente do banco.

DESINVESTIMENTOS

Sobre os planos de desinvestimentos e parcerias, Brandão disse que quer acelerar essa agenda e que trabalham com consultores, depois de uma pausa para avaliação, mas não deu detalhes sobre quais ativos seriam prioritários para vendas ou estimativas de quando poderiam ocorrer.

Sobre a Cielo, na qual é sócio do Bradesco e há rumores de que quer vender a sua participação, o executivo disse que há sempre diálogo com os sócios sobre como melhor o negócio e que “a discussão continua”, mas destacou que a Cielo é um negócio “core”, essencial, para o banco. (Terra)