Especialistas em educação têm afirmado que o ensino híbrido – ou seja, aquele em que a aula acontece online e presencial – é uma das principais tendências para o século 21, em certa medida impulsionado pelo advento da pandemia. Como toda novidade, ele traz consigo alguns desafios que precisam ser superados e que, neste caso em específico, estão relacionados a diferentes atores e elementos dentro do processo educacional.

Seguindo nessa linha de pensamento, podemos caracterizar como a primeira dificuldade, ainda para a adoção do modelo híbrido, mesmo já tendo experimentado o remoto e o presencial separados, é o domínio das ferramentas tecnológicas. Primeiro a potência delas e, depois, a nossa habilidade de lidar com elas. Esses continuam sendo grandes desafios.

Na sequência, eu vejo que a relação entre um ambiente ou outro, entre os alunos que estão presencialmente na unidade, ao mesmo tempo dos alunos que estão em casa, também passa a ser uma necessidade específica para que isso tudo funcione. O que eu quero dizer é que: quando o aluno ficar em casa, ele não pode se sentir à mercê de uma discussão ou de um contexto que no presencial sabemos ser mais intenso, mais vivo. Estamos levantando essas possibilidades e trazendo pessoas que nos ajudem a ver cenários possíveis de implementação, de dar o melhor no Ensino Híbrido.

Na minha opinião conhecer os desafios que ele nos apresenta na prática será só a partir do momento em que o colocarmos efetivamente para funcionar. E ainda não conseguimos fazer isso porque não temos a liberação aqui do Poder Público. É certo que à medida que formos colocando em prática as sugestões, alternativas e diferentes metodologias, vamos conseguir aperfeiçoar e melhorar para que atenda todas as necessidades. O que irá nos ajudar bastante é pensar sempre no que nos move. No objetivo de tudo isso. Preciso ter plena consciência sobre o que está sendo entregue desse conteúdo e de que forma estou fazendo isso para que atinja o meu público de maneira geral.

De volta à questão inicial, é preciso entender que ainda não temos uma receita pronta e as instituições de ensino terão que construir os próprios modelos. Algo como aperfeiçoar uma máquina com ela em movimento. O que é certo, de fato, é que isso precisa ser feito com o conceito de personalização. É o que temos que buscar, a personalização do ensino.

*MÁRCIA BEZERRA  é pedagoga e diretora da Escola Chave do Saber (ECSA)  

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