Megavazamentos de dados na internet, como o de 223 milhões de números de CPF colocados à venda por criminosos, deixam expostas informações que podem ser usadas para praticar golpes como o saque indevido do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

O número de dados vazados é maior do que a população do país (estimada em 212 milhões) porque inclui dados de pessoas que já morreram.

O golpe se dá da seguinte forma: usando o CPF e o nome dos trabalhadores, golpistas se cadastram no aplicativo Caixa Tem, informando um e-mail falso, e pegam o dinheiro. Como o aplicativo não solicita confirmação da identidade do usuário, os golpistas não enfrentam dificuldades para ‘roubar’ o acesso ao Caixa Tem.

A vulnerabilidade do sistema está no processo de confirmação das informações fornecidas pelo usuário. Portanto, a principal recomendação para evitar que o dinheiro seja retirado por um fraudador é o trabalhador fazer o cadastro no app do FGTS e conferir o quanto antes seu saldo.

Aplicativo app FGTS da Caixa — Foto: Fabiana Figueiredo/G1

Aplicativo app FGTS da Caixa — Foto: Fabiana Figueiredo/G1

Como fazer o cadastro no app FGTS

  1. Baixe o app meu FGTS, disponível no Google Play e Apple Store, e cadastre seu email e telefone.
  2. Cadastre uma conta bancária. Assim, caso o golpista tente sacar o dinheiro, o dinheiro vai para a sua conta, não a dele.
  3. Busque saques no extrato do app para validar se você não foi vítima de golpes (a Caixa fez saques automáticos de R$.1045 e R$500 reais — com os códigos COD 19E e COD 50 — que ficaram disponíveis em uma conta temporária do banco. Se você (ou um golpista) não sacou este dinheiro, eles foram devolvidos para sua a conta meses depois (no extrato aparece como AC REPOSIÇÃO).

Mais dicas para se prevenir do golpe

  • A Caixa recomenda que os trabalhadores utilizem apenas os canais oficiais do banco para obter informações sobre o saque do FGTS.
  • Não forneça senhas ou outros dados de acesso em outros sites ou aplicativos.
  • O cliente deve estar sempre atento a qualquer atividade e situação não usual, e principalmente não clicar em links recebidos por SMS, WhatsApp ou redes sociais para acesso a contas e valores a receber.
  • Desconfiar de informações sensacionalistas e de “oportunidades imperdíveis”.
  • Links suspeitos podem levar à instalação de programas espiões, que podem ficar ocultos no celular ou computador, coletando informações de navegação e dados do usuário
  • Utilizar sempre navegadores e softwares de antivírus atualizados.
  • A Caixa jamais pede senha e assinatura eletrônica numa mesma página, sendo a assinatura digitada somente por meio da imagem do teclado virtual.
  • A Caixa não envia SMS com link e só envia e-mails se o cliente autorizar.
  • É preciso verificar se o link possui o https para que a conexão seja segura para a inserção de dados. O mesmo vale para o cadeado antes do endereço. O usuário pode clicar nele para verificar o certificado de segurança e data de validade.
  • O trabalhador deve também baixar o aplicativo oficial do Caixa Tem (no Google Play ou na App Store) e se cadastrar, usando seu e-mail e número de celular. Uma vez cadastrado no aplicativo, o trabalhador previne que golpistas possam ter acesso à conta.

Como os criminosos sacam o dinheiro

  • O FGTS é depositado automaticamente em contas de poupança social digital na Caixa, que deve ser acessada pelo aplicativo Caixa Tem.
  • Depois que o benefício é depositado, e enquanto não é liberado para saque, os golpistas baixam o Caixa Tem, preenchem os dados com o CPF do trabalhador e um e-mail falso para acessar o valor.
  • Para retirar o valor da conta, os fraudadores pagam boletos gerados em alguma carteira digital.
  • A vítima só percebe que caiu no golpe quando tenta se cadastrar no Caixa Tem e o sistema acusa que um cadastro já foi feito com o CPF dela.

Consulta de saldo e informações

A Caixa disponibiliza os seguintes canais de atendimento para o FGTS:

  • Site fgts.caixa.gov.br.
  • Central de Atendimento CAIXA 111, opção 2.

APP FGTS

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