O ataque ao ônibus do São Paulo no último sábado, na zona oeste da capital, teve uma mudança de trajeto pouco rotineira, uma discussão entre jogadores e o gerente de futebol José Carlos dos Santos e bombas desarmadas pelo GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais).
O primeiro momento de tensão ocorreu antes mesmo do ataque. Habitualmente, quando o São Paulo deixa o CT e vai em direção ao estádio do Morumbi, a rota mais utilizada é pela Marginal Tietê ou pelo bairro da Lapa. No sábado, porém, o trajeto escolhido foi outro. A delegação teve que passar pela ponte Eusébio Matoso, próximo à Faria Lima, onde os ataques foram realizados.
De acordo com a Polícia Militar, que fez a escolta do ônibus, a rota foi discutida entre a corporação e o clube previamente. Devido a pressão vivida pelo São Paulo na temporada, membros do clube optaram por fazer um caminho diferente para evitar uma possível emboscada da torcida. O ge teve acesso a um vídeo do ônibus pegando a contramão na rua do CT, a Marquês de São Vicente.
No entanto, mesmo com a mudança a emboscada ocorreu. E o fato deixou parte dos jogadores inconformados. Antes do duelo contra o Coritiba, alguns atletas discutiram de forma mais ríspida com o gerente de futebol José Carlos dos Santos, um dos responsáveis pela logística.
Relatos de quem presenciou a discussão é de que o goleiro Tiago Volpi era um dos mais exaltados. No final do jogo, inclusive, ele também discutiu com Reinaldo pela forma com que a equipe se comportou no empate em 1 a 1.
Segundo o técnico Fernando Diniz, o incidente não influenciou o time dentro de campo. Gabriel Sara, porém, teve uma indisposição ao chegar no estádio. O São Paulo nega que houve qualquer ligação com os ataques.
– Os jogadores foram muito profissionais, trabalharam muito e tentaram ganhar o jogo, erramos nas conclusões, mas eles se empenharam e entraram bem. Apesar do que aconteceu eles foram profissionais e foram muito unidos no jogo de hoje – disse o treinador após o empate com o Coritiba.
Momentos de tensão no ônibus e na rua
O ataque com pedras e bombas mexeu com os jogadores. No momento em que os artefatos foram arremessados, os atletas e comissão técnica estavam concentrados, e o barulho causou um grande susto em todos.
O ônibus seguiu viagem em direção ao Morumbi e os policiais foram atrás dos vândalos que realizaram o ato. A PM conseguiu prender 14 indivíduos na rua Bento Frias, com com o rojões, pedras, pedaços de pau e barras de ferro.
Um fato, porém, chamou a atenção da PM: bombas foram encontradas no local próximo ao ataque com potencial de explosão. O GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais) foi chamado para desativar os artefatos.
Ninguém se feriu durante os ataques, e o presidente do São Paulo, Julio Casares, informou em nota oficial que Luís Lanfredi, da Câmara Setorial de Segurança do clube, irá acompanhar os desdobramentos e dar suporte nas investigações do caso.
Vândalos que apedrejaram ônibus do São Paulo foram presos — Foto: Divulgação/PM
(Globo Esporte)