Um dia depois de o presidente Duílio Monteiro Alves ser empossado e falar com a imprensa pela primeira vez, foi hora de a nova diretoria de futebol do Corinthians fazer seu primeiro pronunciamento.
Roberto de Andrade, novo diretor de futebol, falou sobre o momento de retomada do Timão em 2021 e projetou a busca por títulos.
– Em 2021, sabemos das dificuldades que teremos. Será melhor que 2020, mas com dificuldades. A expectativa é a melhor possível. O Corinthians tem um elenco de bom nível, dá para brigar por todos os campeonatos que virão. Espero que em algum a gente consiga chegar ao título – disse.
Ele disse não acreditar que o Corinthians, hoje, deixou de ser um time forte nas disputas nacionais e internacionais. Nos últimos três anos, o clube ganhou apenas duas edições do Paulistão.
– Não posso concordar que o Corinthians não é temido. Corinthians é Corinthians. Se a camisa entrar sozinha, o rival vai tremer. Nos momentos bons e ruins, isso vai acontecer. Tem fase boa, melhor ainda e a fase mais ou menos. Estamos retomando o bom momento. A recuperação veio tardia pelo campeonato já estar andando – destacou.
– É possível (matematicamente) chegar ao título no Brasileirão, mas é difícil. Já a classificação direta à Libertadores é possível. O time está numa crescente. É buscar uma ou duas peças para ganhar bastante em qualidade. O elenco é muito bem qualificado. Estamos aqui para trabalhar e tentar chegar no mais alto que conseguirmos – destacou Roberto.
Ele comentou ainda a declaração de Duílio Monteiro Alves na segunda-feira sobre não ser momento de grandes contratações. E explicou o termo de gestão “pés no chão”.
– Quando o Duilio falou em pés no chão, eu também já usei. Não quer dizer que vai ser zero contratação e deixar o time largado. É não trazer o cara de 1 milhão por mês (de salário). Agora, oportunidade de mercado, para deixar o time mais forte, isso sempre vai acontecer. Por R$ 1,5 milhão não vai dar para trazer. Mas tem outros mais baratos e com a mesma qualidade. Jogadores virão, mas sempre com responsabilidade. É uma bandeira do Duilio: responsabilidade com o caixa do clube.
Alessandro Nunes, gerente de futebol, falou sobre suas primeiras impressões no retorno. Ele afirmou que ainda será feita uma melhor avaliação do elenco atual e dos jogadores que hoje estão emprestados.
– Estamos encerrando o Brasileiro para já ter Paulistão (em fevereiro). Não podemos prever nada com relação a chegadas neste momento. O método não só técnico, mas físico do Mancini já está claro. Em momento mais oportuno, vamos projetar algo adiante – falou Alessandro.
– Chegamos ontem, tivemos o primeiro contato com grupo, comissão e estafe. Tive a melhor das impressões com o ambiente. Todos trabalhando e muito, todos literalmente. A gente preza muito por ambiente bom, agradável, leve, para que todos possam corresponder. É isso que temos entendido que está acontecendo e é isso que vamos buscar – completou, sobre o grupo atual.
Alessandro Nunes é o novo gerente de futebol do Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag.Corinthians
Roberto de Andrade foi presidente do Corinthians entre 2015 e 2018. Antes, desempenhou a função de diretor de futebol entre 2010 e 2014, período glorioso da história do Timão. Ele foi perguntado se poderá concorrer novamente ao cargo de presidente no pleito de 2023 e não descartou:
– Não acho nada fora de cogitação, só acho fora de hora (a pergunta). Acho falta de respeito com o Duílio tratar de algo que vai acontecer daqui a três anos. Não sei nem se estarei vivo. Não estou pensando nisso, vim para ajudar o Corinthians, o Duilio, onde me sinto feliz. Já fui presidente. Se eu tinha essa vontade, já passou. Já fui. Pessoas mudam de opinião, roupa, e tudo. Hoje, não penso nisso.
Alessandro Nunes e Roberto de Andrade no Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians
Ex-lateral-direito, Alessandro Nunes foi campeão da Libertadores e do Mundial como capitão. Venceu outros seis títulos em campo. Aposentado em 2014, iniciou a carreira diretiva como coordenador, herdando a função de gerente a partir de 2016, com a ida de Edu Gaspar para a seleção brasileira.
Ele ficou no cargo até janeiro de 2019, quando foi substituído pelo ex-zagueiro Vilson Menezes. Ficou fora do mercado desde então, recusando propostas:
– Entre sondagens, dois convites foram oficiais. Não tive dificuldade em não aceitar por diversos motivos. Tomadas de decisões técnicas, estrutura, configuração. Dentro do que eu tinha vivido no Corinthians, não condizia com o que eu pudesse ajudar. Não me via como peça fundamental. Nesses últimos dois anos, tirei 2019 para fazer curso de gestão e governança. Muito produtivo. Em 2020, foi um ano de muita tranquilidade, ficar em casa sem fazer nada, buscando cursos online. Por tudo o que o mundo viveu, foi um ano mais calmo, tranquilo, familiar. Não me fez ficar afastado completamente do futebol porque eu respiro e sou apaixonado pelo que me deu as maiores alegrias da vida. (Globo Esporte)