Desde 2019, através da Lei 13.928/2019, no dia 15 de dezembro é comemorado o Dia Nacional da Economia Solidária. A data surgiu pensando no seringueiro e ambientalista Chico Mendes, pela sua luta para a conscientização ambiental, e que nasceu na mesma data em Xapuri/AC, no ano de 1944.

As mulheres e homens se utilizam da economia solidária. Todavia, a prática tem feito grande diferença na vida delas.
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Enquanto o capitalismo ganha e acumula vantagens individualmente, essa forma de sobrevivência se perfaz pela distribuição da produção e do consumo, que valoriza o ser humano e não o capital, sendo associativista e cooperativista.

A atividade da economia solidária tem o fim multidimensional, a atingir social, econômica, política, ecológica e culturalmente a vida das adeptas e adeptos. 

A sustentabilidade e a cooperação devem ser premissas, dando lugar à emancipação sustentável e conjunta.

O tratamento equânime se faz presente na proposta de todos os sócios e sócias estarem a administrar a associação. Em sendo necessário, poderá ser eleita uma diretoria entre os seus membros e membras, sem qualquer forma de discriminação quanto à produção.

Em todas as regiões do país, salvo no Centro Oeste, os homens são os maiores participantes. Todavia, na Região Centro Oeste há participação das mulheres em um percentual de 41% superior aos homens.

Fica evidente que é na economia solidária que as mulheres conseguem ser mães, companheiras, trabalhadoras a se incluir no mercado, com todas as adversidades inerentes ao gênero. Para muitas mulheres não é possível o emprego formal, ficando reféns de outras formas de sobrevivência.

A economia solidária tem se tornado um movimento do feminismo, com a forma de trazer a elas a independência almejada e o reconhecimento social, passando pela divisão sexual do trabalho. Romper com padrões dominantes, principalmente do capitalismo que aprisiona pessoas, conseguindo o reconhecimento do labor, é ganho imensurável para a vida de milhares de mulheres trabalhadoras.

Elas estão a conseguir o espaço primoroso. Têm conseguido retirar da terra, do agro, o que se tem de melhor, e mais saudável.

Quando trazemos as redes, nada melhor do que elas a dividir trabalhos, conquistas e saberes. Elas conseguem dividir a tudo. Dividem até mesmo as agruras da criação dos filhos e filhas, não dividiriam conquistas nas artes?

O conceito de cidadania está atrelado à essa forma de viver. Chamar irmãs a estarem juntas é entender que devemos sim, viver o Estado Democrático de Direito.

Algumas vezes elas ficam a expor as suas lindas artes! O trabalho não as separa de nada… conseguem expor sua produção, dialogar com a comunidade, e fazer a felicidade daqueles e daquelas a adquirir um pouquinho do seu amor.

A mulher que se organiza, consegue organizar a tantas outras… o levante de uma, é o levante de muitas… A fotografia que sempre está a representar a economia solidária são várias mãos esticadas rumo ao centro, como a maneira mais simples de reduzir as desigualdades sociais.

Falar em economia solidária é também discutir a possível obsolescência do sistema capitalista. Sistema esse que reserva às mulheres, na maioria das vezes, condições de trabalhos precárias, terceirizações, longas jornadas e demais opressões. A economia solidária, além de nos proporcionar qualidade de vida, sustentabilidade e mudar as condições de subsistência de inúmeras famílias, representa resistência em um mundo tão ‘’individual’’.

O dia deve ser dedicado a muitas e muitos, em especial: Miguelina Sampaio, Carmen Pizarro (Carmencita), Carmem Melo, professora Elizabete Silva, Altamira Generoso, professora Odília, professora Luísa Magalhães, camponesas e camponeses, Cooperativas Populares, Associação de Agricultoras e Agricultores e, ainda, a mulheres e homens que acreditam que uma outra economia é possível…

*ROSANA LEITE ANTUNES DE BARROS é defensora pública em Mato Grosso.

CONTATO:         www.facebook.com/goncaloantunes.debarrosneto

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