Pietro Fittipaldi não teve tempo de descansar depois da sua segunda corrida na Fórmula 1. Em Abu Dhabi, o piloto brasileiro sequer conseguiu dormir e foi para o aeroporto no fim da madrugada para embarcar de volta para os Estados Unidos, onde mora. Pouco antes de entrar no avião, conversou com o ge e fez um balanço positivo das suas duas primeiras corridas na categoria, substituindo Romain Grosjean na Haas após o acidente do francês no Barein.
Na primeira, o GP de Sakhir, o neto do bicampeão Emerson Fittipaldi largou em 20º após punição por troca de componentes do motor e terminou em 17º. Em Abu Dhabi, partiu em 17º e completou a corrida em 19º após problemas na unidade de potência e três pit stops, dois a mais do que a estratégia prevista pela Haas. Apesar dos contratempos, teve um ritmo de corrida elogiado e chegou até mesmo a passar na pista o companheiro Kevin Magnussen.
Pietro Fittipaldi acelera carro da Haas na pista de Abu Dhabi — Foto: Divulgação/Haas
– O problema destruiu as nossas chances de ter uma boa corrida em termos de terminar mais para a frente. Mas corrida é assim, às vezes foge do nosso controle. Fiquei muito feliz, nos preparamos muito bem. Fico feliz com o desempenho em relação ao Kevin, consegui ultrapassá-lo, estávamos melhorando ainda mais o ritmo, mas infelizmente a questão do motor nos fez parar mais duas vezes, mas faz parte. De qualquer jeito, fico feliz, agradeço muito à equipe pela oportunidade e pela ajuda que eles me deram para me preparar, com pouco tempo. Fizemos um ótimo trabalho, é um orgulho representar o Brasil na Fórmula 1 – comentou Fittipaldi.
– Cheguei a Abu Dhabi muito mais confiante, com tudo o que eu estava fazendo com o carro, não só pilotando, mas com todos os procedimentos que tive de fazer. Desde o primeiro treino, eu estava mais confiante, mais agressivo. No primeiro treino livre, tive de testar umas partes do carro do ano que vem, então nosso fim de semana começou mesmo no segundo treino. Acertamos o ajuste do carro, demos um passo à frente muito bom do terceiro treino para a classificação. Queria trocar o balanço do carro, e os engenheiros me deram o carro que eu queria. Estava no mesmo tempo que o Kevin na primeira saída, mas a FIA me parou para pesar o carro, e o tempo ficou muito curto. Ficamos na correria, a segunda saída não foi muito boa, o pneu não estava na melhor condição, e na terceira saída éramos o último carro a sair, e tinha muito tráfego. Aí o Latifi rodou na minha frente quando eu estava abrindo a volta. Mas eu fiquei contente com o meu ritmo na classificação.
Com o anúncio do alemão Mick Schumacher e do russo Nikita Mazepin como titulares da Haas em 2021, Pietro Fittipaldi ainda poderá permanecer na Haas como reserva. Porém, isso pode esbarrar na pressão da Ferrari, fornecedora de peças como motor, câmbio e suspensão, por um piloto de sua academia como substituto imediato dos titulares. Pesam a favor do brasileiro a experiência acumulada em duas corridas e mais de 2 mil quilômetros em testes. Mas Pietro, apesar do desejo de seguir sob contrato na F1, quer correr em outra categoria em 2021.
– Vamos ver o futuro, ainda não tem nada decidido. Eu gostaria de continuar na Fórmula 1. Minha meta seria continuar como piloto titular, mas para o ano que vem não dá. Então, ter um pé na Fórmula 1 seria muito importante, mas também correr. O ideal seria correr na Indy e manter um pé na Fórmula 1, seria o cenário ideal – completou. (Globo Esporte)