Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega para a rodada #23 do Brasileirão. Nesta edição, compara o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e também nos últimos seis jogos independentemente do mando, considerando as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro.

Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 69.925 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 2.874 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para entender a produtividade atual de cada equipe. Esta edição leva em consideração apenas os jogos realizados até a segunda-feira passada, dia 23/11. Devido à antecipação do início da rodada #23 para quarta-feira, as demais partidas não puderam ser incluídas antes da publicação desta edição. Obrigado pela leitura. Ótimo jogo. Saúde!

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Atlético-MG

  • Melhor mandante do Brasileirão (8V, 2E, 1D, 79% de aproveitamento), o Atlético-MG recebe o Botafogo, o 12º visitante (1V, 6E, 2D, 33%). Embora o Botafogo seja resistente para segurar empates, é um jogo para muita pressão do Atlético-MG, mandante que mais finaliza na competição, com média de 17,9 conclusões por jogo. O Botafogo é o terceiro visitante que mais sofre finalizações, média de 15,4.
  • Dentro dessas características há espaço para mais de um gol do Atlético-MG, pois a equipe em média faz um gol a cada 7,9 tentativas, quarta maior entre os mandantes. Embora a média do Botafogo seja levar um gol a cada 12,6 conclusões, a sexta melhor média visitante, uma combinação de características vão contra a equipe carioca.
  • O Botafogo é o sexto time que sofre o maior percentual de finalizações de fora da área, o que reduz as chances de seus rivais. O Botafogo só levou um gol de fora da área, a menor marca da competição. Só que o Atlético-MG é o terceiro time que menos finaliza de fora da área, aumentando suas chances de gol. Tem quatro gols de fora da área e 33 de dentro da área, de onde o Botafogo já levou 26. Segurar o ataque atleticano será um desafio imenso.
 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Empate

  • Terceiro pior mandante do Brasileirão (3V, 2E, 5D, 37%), o Coritiba recebe o Corinthians, décimo visitante (3V, 3E, 5D, 36%). O Coritiba tem o pior ataque mandante (média 0,60 por partida), mas a quinta melhor defesa (média 0,80). O Corinthians está com o décimo ataque visitante (média 1,00) e a sexta melhor defesa (1,18).
  • O Coritiba é o mandante que menos finaliza (média 9,8) e o que mais precisa de finalizações para marcar (16,3). O Corinthians é o quinto visitante que mais sofre finalizações (média 15,4), mas o quarto que mais resiste (média de um gol sofrido a cada 13 tentativas). O Corinthians é quarto visitante que menos conclui (9,2), mas o oitavo que precisa de menos chances para marcar (9,2). O Coritiba é o mandante que mais resiste: leva um gol a cada 16,3 finalizações.
  • O ataque do Coritiba fez apenas dois gols a partir de jogadas aéreas entre os últimos dez gols, mas dos dez gols anteriores, fez nove. Essa é uma chave para seu ataque porque o Corinthians levou seis dos últimos dez gols pelo alto e dos dez anteriores foram sete, sem contar pênaltis e faltas diretas. O Coritiba levou quatro, e o Corinthians fez cinco dos últimos dez pelo alto.
 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Fortaleza

  • O Fortaleza tem a décima melhor campanha mandante (5V, 2E, 3D, 57%) e recebe o Goiás, pior mandante do Brasileirão (0V, 3E, 6D, 11%). A força do Fortaleza está em sua defesa, a segunda melhor média de gols sofridos entre os visitantes (0,7 por partida). O ataque do Goiás e o terceiro de pior desempenho na competição (média 0,8). Se o ataque do Fortaleza não é tão eficaz (média 1,1 por jogo, a sexta menor entre mandantes), o Goiás tem a quinta pior defesa (1,78 gol sofrido por jogo).
  • A produção ofensiva do Fortaleza pelo alto tem potencial para conseguir gol nesta partida. A equipe fez cinco dos últimos dez gols pelo alto e dos dez gols anteriores, foram sete. O Goiás sofreu sete dos últimos dez gols pelo alto. O ataque do Goiás também tem cinco e sete gols nos recortes de dez gols marcados, mas o Fortaleza levou três dos últimos dez e quatro dos dez anteriores. Se defende melhor.
  • Em casa, o Fortaleza finaliza pouco, em média 10,5 por partida, terceira menor marca mandante, mas faz um gol a cada 9,5, oitava marca. O Goiás é o visitante que mais sofre finalizações (19,3), mas o nono que mais resiste a elas, sofrendo um gol a cada 10,9. O Goiás é o segundo visitante que menos finaliza (9,0) e o 12º em termos de finalizações para fazer um gol (a cada 11,6). O Fortaleza só permite 9,8 tentativas (sexta melhor marca) e o quarto mandante que mais resiste (um gol a cada 14 tentativas).
 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Palmeiras

  • Embora o Palmeiras tenha apenas o 12º desempenho mandante (4V, 4E, 2D, 53%), o Atlético-PR também é apenas o 12º visitante (3V, 1E, 6D, 33%). Além disso, historicamente, o Palmeiras cresce nesse confronto: de 2006 para cá com este mando pela Série A, o Palmeiras venceu sete vezes, e a equipe paranaense, apenas três em 12 confrontos.
  • O Palmeiras é o quarto visitante que mais finaliza, média de 15,9 tentativas por jogo, mas precisa de 10,6 finalizações para conseguir um gol, 11ª marca mandante. O Athletico-PR é o nono visitante que menos sofre finalizações (média 12,4) e o décimo que mais resiste (um gol a cada 10,3). A dificuldade dos paranaenses está mais na eficiência ofensiva, segundo o segundo visitante que precisa de mais finalizações para marcar (13,8). Em casa o Palmeiras sofre 10,9 finalizações em média (décima marca) e um gol a cada 9,1 (13ª marca).
  • Seria uma partida para bolas rasteiras, característica marcante do Palmeiras, que só faz 30% de seus gols pelo alto, mas como o Athletico-PR leva 60% de seus gols a partir de jogadas aéreas, até o mesmo o Palmeiras pode acabar se impondo pelo alto. O contrário será uma surpresa já que o Palmeiras levou apenas dois dos últimos fez gols pelo alto, e o Athletico-PR só fez quatro.
 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Santos

  • O Santos é o sexto melhor mandante do Brasileirão (5V, 4E, 2D, 58%) e recebe o Sport, sexto pior visitante (2V, 4E, 5D, 30%). O Santos tem o terceiro melhor ataque mandante da competição (média 1,73), e o Sport, a décima defesa (média 1,27 gol sofrido por jogo). Já foram marcados seis pênaltis para cada um desses times, segunda maior marca, mas também estão empatados como segundas defesas que menos pênaltis cometeram no Brasileirão, apenas dois.
  • O Santos é o terceiro mandante que precisa de menos finalizações para marcar (a cada 7,0 tentativas), mas o Sport é o visitante que mais resiste a elas (um gol sofrido a cada 14,6 tentativas), mas é o segundo que mais sofre finalizações (18,6 em média), um risco considerável contra um mandante tão preciso.
  • A esperança do Sport está na bola aérea: a equipe faz 70% de seus gols a partir de jogadas aéreas, um ponto fraco da defesa do Santos, que levou assim 60% dos últimos dez gols. Porém, a equipe pernambucana é a visitante que menos finaliza (média 7,8) e precisa de 12,3 tentativas para fazer um gol fora de casa (14ª marca). O Santos leva em casa um gol a cada 11,8 finalizações, sétima marca mandante.
 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Empate

  • O São Paulo enfrentará o Bahia apenas três dias após enfrentar o Ceará também como visitante. Na terça, o Bahia enfrentou o Unión, da Argentina, pela Sul-Americana, jogo encerrado após o fechamento desta edição do Favoritismos. Nenhum dos dois jogos foram computados neste levantamento.
  • O Bahia é o sexto melhor mandante do Brasileirão (6V, 1E, 4D, 58%) e recebe o São Paulo, segundo melhor visitante (4V, 3E, 2D, 56%). As duas equipes vivem ótimos momentos, tendo conquistado ambas mais de 66% dos pontos nos seis jogos anteriores a esses compromissos do meio de semana. Dos últimos dez gols, o Bahia fez apenas três pelo alto, mas nos dez anteriores foram sete. O São Paulo leva 40% de seus gols pelo alto.
  • Em casa, o Bahia faz um gol a cada 8,9 finalizações, sexta melhor marca, finalizando 13,7 vezes por jogo (nona marca mandante). O São Paulo é o segundo visitante que menos permite finalizações (9,6), mas leva um gol a cada 7,2 (terceira pior marca visitante). Fora de casa, o São Paulo faz 13,6 finalizações (segunda melhor marca visitante) e um gol a cada 8,1 (terceira melhor). O Bahia é o segundo mandante que mais sofre finalizações (13 por jogo) e leva um gol a cada 10,2 (décima marca).
 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Internacional

  • O Atlético-GO tem a terceira piora campanha mandante no Brasileirão (2V, 5E, 3D, 37%) e recebe o Internacional, sétimo visitante (4V, 2E, 5D, 42%), mas que ainda tenta reencontrar seu melhor futebol após a saída do técnico Eduardo Coudet.
  • O Atlético-GO faz em média 14,6 finalizações, oitava marca mandante, e precisa de 11,2 para fazer um gol, a sexta pior média. O Internacional é o visitante que menos sofre finalizações (8,5), mas leva um gol a cada 7,8 (quinta pior marca). Por outro lado, o Inter é preciso, com um gol a cada 8,5 finalizações (quarta melhor entre os visitantes) e média de 10,1 por jogo (13ª). O Atlético-GO é o terceiro mandante que menos resiste à pressão, sofrendo um gol a cada 8,6 finalizações. Tem média de 12,9 finalizações sofridas por partida (15ª marca mandante).
  • As duas equipes vivem momentos em que a bola rasteira predomina entre os últimos dez gols marcados. O Atlético-GO fez dois, e o Inter, três. Só que entre os dez gols anteriores, o Atlético-GO fez seis, e o Inter, sete. Defensivamente ocorre mais ou menos a mesma tendência de queda nos gols mais recentes. Fica a curiosidade sobre que fase irá predominar neste encontro.
 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Vasco

  • O Vasco tem a quinta pior campanha mandante (3V, 3E, 4D, 40%), mas recebe o Ceará, segundo pior visitante da competição (1V, 3E, 6D, 20%). Com média de 0,9 sofrido por jogo em casa, a defesa vascaína tem o sexto melhor desempenho mandante e dá sustentação à equipe, mas terá um grande desafio pela frente, já que o Ceará tem o terceiro melhor ataque visitante da competição, com média de 1,3 gol por jogo fora de casa. Mas sua defesa é a pior entre todos os visitante (média 2,1).
  • O ataque vascaíno, que já foi um dos mais eficientes do Brasileirão, vive tempos difíceis, precisando de 11,7 finalizações para conseguir um gol, quarta pior eficiência mandante, fazendo 10,5 conclusões por jogo, segunda menor marca. O Ceará tem levado um gol a cada 7,3 finalizações, quarta pior marca, e leva em média 15,3 finalizações, 15º desempenho visitante.
  • O Ceará tem feito um gol a cada 8,9 finalizações fora de casa, sexta média visitante, conseguindo 11,6 finalizações por jogo, décima marca. O Vasco sofre em média 12,3 finalizações por jogo (13ª marca) e é a quinta defesa caseira que mais resiste às pressão, sofrendo um gol a cada 13,7 tentativas. Os times marcam e sofrem e média 40% de seus gols em jogadas aéreas.
 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Fluminense

  • Quarto melhor mandante do Brasileirão (6V, 3E, 2D, 64%), o Fluminense recebe o Bragantino, terceiro pior visitante (1V, 5E, 5D, 24%). Segundo as estatísticas de expectativa de gol (xG), o Fluminense é o ataque mais eficiente da competição: esperava-se 20 gols pelas características das finalizações que fez, mas conseguiu marcar 30 com essas conclusões, o que empurra a equipe às primeiras colocações da competição.
  • O Fluminense faz um gol a cada 6,5 finalizações, a maior eficiência mandante, com 11,2 finalizações por jogo, quarta menor média mandante. Quando visitante, o Bragantino leva em média 13,4 finalizações (décima marca) e um gol a cada 8,6 conclusões (13ª marca) e faz e precisa de 13,4 finalizações para conseguir um gol fora de casa. Se é o terceiro visitante que mais finaliza, também é o terceiro que precisa de mais finalizações para conseguir um gol. O Fluminense permite e leva um gol a cada 11,1 finalizações que sofre, 11ª e nona marcas mandantes, respectivamente.
  • A tendência aponta para gol aéreo do Fluminense já que a equipe faz 60% de seus gols dessa forma, e o Bragantino tem em média a mesma influência aérea nos gols que sofre. A equipe paulista marca 30% de seus gols pelo alto, e o Fluminense só levou dois dos últimos dez gols dessa forma, sendo que nos dez anteriores levou cinco pelo alto. Mas não é a especialidade do ataque do Bragantino.

Metodologia

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 69.925 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 2.874 jogos de Brasileirões. Para esta temporada, passamos a considerar os jogos realizados desde a edição de 2013. Além de a base de dados ter sido ampliada em uma temporada, também passamos a considerar a altura dos goleiros que sofreram cada uma dessas finalizações, a diferença de valor de mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização, além do ângulo e da distância entre a bola em cada conclusão e o gol em si.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo período de tempo (o jogo).

Resultado

Favoritismos acertou 91 resultados em 205 partidas analisadas, aproveitamento de 44%.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Bruno Saldanha, Caio Carvalho, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Leandro Silva, Roberto Maleson e Valmir Storti. (Favoritismo/Globo Esporte)